Olha quem voltou mais cedo
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Nenhum relógio foi criado com a capacidade de mentir, muito menos o que reside a moradia dos Hemmings, o de lá não é uma exceção. Ele poderia estar atrasado, ou ate mesmo adiantado, mas esse também não era o caso. A hora e os minutos em que cada ponteiro marcava estava exatamente do jeito em que devia estar. Mas ainda sim, Liz não conseguia tirar o ponto de interrogação de seu rosto.
A mulher levou a xícara quente de chá até seus lábios e tomou um gole depois de dar uma leve soprada. Ela se perguntava o porque de Luke ainda estar em seu quarto, quando que na verdade ele já deveria estar de pé e comendo seu café da manhã a pelo menos meia hora. Para ela, somente o fato do relógio estar mentindo, ou estar adiantado trinta minutos poderia justificar a ausência do mais novo. Luke tinha muitas manias, e uma delas era acordar todos os dias em um único e mesmo horário, todos eles antecessores da hora em que sua mãe deixa a casa para ir trabalhar.
Liz não podia e nem queria se preocupar, menos ainda demonstrar qualquer traço desse sentimento com o garoto, mas ao todo, ela estava intrigada e curiosa o bastante para ir até o quarto alheio dar uma breve olhada para saber o motivo da demora.
Tudo apenas e tão somente por causa da sua curiosidade.
Ela não estava preocupada.
Rapidamente, ela pousou a xícara em cima da mesa onde estava realizando a refeição matinal e se dirigiu ao quarto de seu primogênito.
Quando Liz reuniu coragem o suficiente para entrar no cômodo, ela esperava tudo, menos encontrar Luke dormindo tranquilamente em sua cama.
Ela podia escutar os pequenos sons que o menino faz enquanto dorme e notou ao lado da cama seus vans jogados de qualquer modo sobre o chão. Ela percebeu também que a cortina estava totalmente aberta, deixando assim, o ambiente claro. Mas o que mais lhe chamou a atenção foi o celular do garoto, que estava imprensado entre o colchão e sua orelha. E não pode também deixar passar a única peça de roupa que o garoto vestia, que por acaso era a mesma blusa que usava no dia anterior, quando chegou da biblioteca com aquele garoto, Michael.
A sua calça entretanto, era um mistério.
Ela se aproximou da cama e se agachou sobre os saltos baixos que calçava esta manhã, ficando assim na altura do rosto do mais novo. Ela não parou para o observar, apesar. Apenas esticou o braço e balançou fortemente o ombro do outro até que pode o sentir acordar.
Quando os olhos alheios abriram, Liz quase que de imediato desviou o olhar, quase. A dando um pequeno vislumbre das orbes que ela uma vez chamou de horríveis.
A mulher se levantou e esfregou as mãos desconfortavelmente sobre sua saia antes de começar a andar calmamente até a porta. "Mãe?" escutou a voz rouca de seu filho a chamar, mas ainda sim ela não olhou para trás, ela sabia o que poderia encontrar.
"Já são sete e meia, Luke. Daqui a meia hora estou saindo, apenas vim te acordar." murmurou audivelmente e saiu do quarto.
Por outro lado, Luke estava muito, muito confuso.
Não apenas pelo o fato de sua mãe estar sendo mais comunicativa do que o normal, mas também pelo o fato de que seu relógio biológico nunca erra, mas dessa vez, parece que ele apenas estava revirado.
O garoto ainda se sentia completamente cansado, mesmo que ele tenha acabado de acordar. Podia sentir seus olhos inchados e pesados, e suas costas doía como o inferno por causa da má posição em que havia caído no sono. Ele apenas queria voltar a dormir, e seria exatamente isso o que teria feito se o celular embaixo de sua orelha não tivesse começado a vibrar e a tocar o mesmo toque do Artic Mokeys.
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The Color || muke au
RomanceLuke é cego, e Michael é apenas um estranho que insiste em saber a cor de seus olhos. [slow updates] copyright © 2016 ashtonskind.