Capítulo 2: O Contrato

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Acordei em cima de uma cama toda branca, coberta com lençóis e a única coisa que conseguia pensar era: "Como cheguei aqui?". A última coisa que eu me lembrava era de estar no parque pedindo algum tipo de ajuda aos meninos. "Será que foi tudo um sonho? Mas eu nunca estive aqui...". Minha cabeça doía. Assim que tentei sair da cama percebi que estava sem minhas roupas, apenas de calcinha e sutiã e me cobri de volta, assustada. Tentei olhar em volta, mas sejá lá o lugar em que eu estava, parecia estar vazio. Como não vi ninguém, resolvi sair da cama calmamente e silenciosamente e dei de cara com bolsas no chão com algumas roupas (provavelmente minhas) e cada vez mais e mais achava tudo aquilo muito estranho. Fui até a primeira porta que achei e a abri, dei de cara com algum tipo de banheiro, que lembrava bastante os vestiários masculinos de filme, era enorme. Havia alguns armários, desses "lockers" do time de futebol americano, um banco de madeira enorme. Havia duas direções e um pouco mais adiante havia uma curva, que provavelmente dava para os chuveiros, aquilo tudo era muito estranho. Eu estava meio cansada e talvez um pouco fora de mim quando penso que decidi tirar a pouca roupa que vestia. Já tinha desabotoado o sutiã quando ouvi uma batida de carro e corri para a janela, que acabei ignorando antes e só consegui ver alguém entrando no apartamento. Ok, informação nova, isso é um apartamento.... Claro que podia haver vários moradores como podia não haver morador algum, não decidi arriscar a sorte e corri para trancar e checar todas as portas. Uau, esse lugar é enorme!, estava chocada.

Rapidamente consegui trancar todas as portas (pelo menos espero) e voltei correndo para o quarto onde eu estava, tentando trancar a última porta, mas não conseguia, a porta estava emperrando. Comecei a tremer e suar frio, até finalmente conseguir fechar aquilo, mas o curioso é: como eu sabia onde ficavam as portas? Toda aquela situação era estressante, aquele mistério todo me deixava com medo. Fechei meus olhos por alguns segundos e a primeira coisa que consegui imaginar foram os meninos, meu deus, onde vocês estão? Por favor me ajudem... Estava prestes a chorar quando consegui ouvir a porta fechando. Então significa que seja lá quem for, conseguiu entrar... Sentia que a pessoa estava perto, estava com muito medo, medo de que a qualquer momento a porta do quarto fosse abrir, mas não, nada aconteceu e um completo silêncio tomou conta do ambiente, até ouvir um outro barulho, dessa vez vindo de dentro do banheiro. Reuni o pouco de coragem que me restava e resolvi abrir aquela merda, caso eu fosse morrer, morreria logo, e sim, eu morri, morri pois ao invés de encontrar com um psicopata, sei lá, dei de cara com um Wonho de costas só de cueca. Minha vontade era de gritar, mas não consegui, estava em choque. Fiquei paralisada por alguns segundos observando aquela cena até que o Wonho se virou na minha direção e antes que ele pudesse me reconhecer ou eu pudesse me deparar com qualquer outra coisa errada, fechei a porta do banheiro na velocidade da luz e corri para debaixo dos lençóis, me cobrindo. Fiquei sentada encolhida na cama, fitando a porta do banheiro, esperando o pior acontecer a qualquer momento. Não sei quanto tempo fiquei naquela posição, observando a porta do banheiro do mesmo modo que um cachorro fica em frente à porta esperando seu dono, mas finalmente ela se abriu, o que me espantou um pouco. Felizmente, dei de cara com um Wonho vestido, com uma bermuda moletom cinza claro, uma regata cinza escuro, enquanto enxugava seu cabelo com a toalha. Ele saiu do banheiro e ficou se olhando no espelho enquanto arrumava seu cabelo.

- Pode me explicar o que está acontecendo aqui?- perguntei, nervosa.

- Foi mal, Duda, não queria que isso acontecesse... - ele deixou a arrumação do cabelo de lado e se sentou na cama, a poucos centímetros de mim.

- Não queria que o que acontecesse? - enfatizei o "o que".

- Isso... te trazerem pra cá...

- Nossa, então alguém me trouxe? O que tá acontecendo, Wonho? - falei com uma voz doce, ele parecia incomodado com aquilo, tanto quanto eu.

- Digamos que... você vai passar um tempo aqui. Tem um contrato que você precisa assinar, tem tudo o que você precisa saber lá. - o tom dele mudou um pouco, parecia meio frio.

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