Assim que chegamos ao hospital eu fui logo atendida. O médico disse que eu tinha deslocado o ombro, mas que não parecia tão grave assim. Fiz alguns exames e fiquei em observação por pouco mais de um dois dias. Nesse tempo o Wonho ia me visitar sempre que podia. De manhã cedo antes de ir para os seus compromissos e passava algumas horas depois de sair do estúdio ou de uma sessão de foto qualquer. O tempo passou e eu me encontrava finalmente recebendo alta, mas dessa vez voltando vendada para o apartamento.
Acabei tirando um cochilo no carro, estava cansada (e vendada, então não perderia muita coisa). Acordei e estava em movimento. Alguém me carregava, porém como ainda estava com a venda, não conseguia ver nada. Resolvi permanecer quieta e fingir que ainda estava dormindo. A pessoa que me carregava me colocou delicadamente na cama, tirou meus sapatos e assim que eu sentia que tiraria minha venda, tentei atuar da melhor forma que eu conseguia e acho que deu certo, mas ao mesmo tempo tudo parecia errado. Enquanto eu estava deitada na cama, sentia uma respiração muito próxima do meu rosto, o que me fez pensar de que seja lá quem me carregou estava me observando enquanto eu dormia?
Eu queria abrir meus olhos. Minha curiosidade estava me matando naquele momento e eu queria saber de quem se tratava, mas ao mesmo tempo seria uma situação completamente estranha e desconfortável, então esperei que talvez essa possível pessoa falasse algo, quem sabe... Nada.
Não demorou muito, logo senti a respiração mais distante, assim como o som dos passos se afastando e então o som da porta. Abri lentamente meus olhos, com a esperança de ver quem me encarava segundos atrás, e me assustei ao vê-lo encostado na porta me fitando com intensidade. Eu rapidamente sentei na cama... na cama onde estive quando acordei pela primeira vez nesse apartamento... quando toda essa loucura começou.
- Ma-mas o que você... - eu não conseguia formular uma frase sequer.
- Você realmente achou que me enganaria com essa atuação ridícula?
- Nã-Não e-eu... - respirei fundo - Ah, Wonho, vai pra merda! - explodi. O Wonho ficou surpreso com minha reação e arregalou os olhos. - Não é que eu queria fingir estar dormindo... mas pensei que ficaria uma situação um tanto quanto desconfortável se eu acordasse. - botei a mão na cabeça, que doeu um pouco. - Se você parasse pra pensar por um bendito segundo e parasse de ser tão escroto, quem sabe não pensaria nessa possibilidade?
É... parece que deixei o coelhinho sem palavras... finalmente.
- Agora eu posso perguntar o que você estava fazendo me observando tão de perto? - o olhei diretamente nos olhos, e ele ficou imediatamente vermelho, parecia um tomate.
- E-Eu... - agora era a hora dele gaguejar - Eu sabia que você estava fingindo. Então pensei que se fizesse isso, você poderia acordar... - ele cruzou os braços e voltou com a frieza de antes.
- Hmm... - o olhei por longos segundos - faz sentido. Vamos almoçar? - mudei de assunto, o que o surpreendeu novamente, mas ele não respondeu, apenas assentiu com a cabeça. Eu me levantei da cama e fui na direção da porta. Ele a abriu para que eu saísse primeiro, e assim que eu saí, perguntei: - O que você quer comer? Ou prefere pedir alguma coisa?
Fui na direção da cozinha e abri a geladeira.
- Va... Vamos pedir comida. - o Wonho se pronunciou.
- Ah, tudo bem então. Ramen? Eu sei que você gosta bastante. - dei um sorriso em sua direção e acho que ele pareceu surpreso. "Parece que muitas coisas estão surpreendendo o Wonho hoje", pensei.
Sentamos na mesa da cozinha e eu analisava o Wonho enquanto ele pedia nosso almoço pelo celular.
- Queria que todos os dias fossem assim...
- Ahn? - o Wonho disse. Provavelmente estava muito focado mexendo no celular.
- Você parece... diferente. Diferente do que costuma ser. Mas um diferente bom.
- Então... meu eu de antes... você não gosta? Quero dizer, ele pode voltar a qualquer momento...
- Eu gosto da nova versão, mas não significa que não goste da antiga. Só... é bom ter com quem conversar, mesmo que seja aos gritos de vez em quando. - dei um riso leve.
Nós nos entreolhamos por longos minutos e fomos nos aproximando aos poucos. Nossos narizes estavam quase se tocando, assim como nossos lábios. Estávamos extremamente próximos quando um som áspero rompeu meu tímpano: a campainha. Rapidamente voltamos aos nossos lugares e o Wonho sinalizou que iria atender a campainha.
Ele saiu, mas logo voltou com uma sacola grande, que continha duas porções generosas de ramen e estava incrivelmente delicioso. Por outro lado, nossa refeição juntos foi muito estranha. Depois do episódio do "quase beijo", nós nos afastamos um pouco. O almoço correu em completo silêncio, assim como o resto do dia e o resto da semana, era decepcionante.
Eu estava confusa. Aquele quase beijo entre eu e o Wonho mexeu muito com a minha cabeça, mas provavelmente não significou nada para ele, ele deve ter feito isso com as outras mulheres que passaram por aqui e eu estava que nem uma idiota pensando naquele momento de novo e de novo. Tentei afastar meus pensamentos, já era fim de tarde de uma sexta-feira e eu deveria arrumar alguma coisa para me divertir. Eu não podia sair daquele apartamento, então teria que me divertir entre aquelas quatro paredes mesmo. Fui até a sala, em busca da primeira bebida que achasse, e dei de cara com uma garrafa de vinho novinha em folha. Eu não queria saber a marca nem o valor, contanto que tivesse álcool estava perfeito pra mim.
- É hoje... Hoje eu perco a consciência.
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WITH YOU
FanfictionA empresa do Wonho é responsável pelo sequestro de várias meninas para que passem um tempo com ele e assim possam se apaixonar, mas parece que nunca dá certo, até eles encontrarem a oportunidade perfeita: uma menina, melhor amiga de todos os integra...