A Voz do Silêncio.

Prólogo.

Yu Ziyuan cantarolava alguma música baixinho enquanto lavava a louça distraidamente, tendo sua atenção tomada à janela por conta da claridade saconde¹ que invadia a cozinha exaltando que o fim da tarde estava próximo, tendo uma fresta considerável na ventana, uma brisa gélida colidiu em seu rosto onde alguns fios negros, amarrados em um rabo de cavalo, balançassem conforme o escurecimento desse dia. Provavelmente a noite, a temperatura se encontraria em um frio alarmante por ser final de outono.

Suas mãos não pararam de se movimentar sobre a água gélida que entrava em contato com os objetos redondos de vidro, fazendo o mesmo gesto toda vez que os pegava para que ficassem limpos, podendo por fim posiciona-los no escorredor de louça. Como reflexo, deu uma cotovelada no corpo atrás de si após sentir dois braços envolverem-se em sua cintura, deixando um copo que segurava cair no chão, reconhecendo quem era pelo gruminho que este soltará.

- Não faz isso, sabe como eu reajo a esse tipo de aproximação! - Reclamou, afastando-se mais. - Eu poderia ter socado você.

- Hahaha! Também te amo, ursinho! - FengMain inclinou podendo distribuir um selinho no pescoço da outra.

A menor pensou em vários xingamentos enquanto abria o armário que continha os produtos de limpeza, pegando a vassoura e a pá para iniciar a pequena varredura próxima da pia, onde se encontrava anteriormente. Não ia admitir isso para o homem que a observava o tempo todo, mas aquele apelido lhe atingia deixando-a completamente exposta ao mundo, o mundo que Jiang Fengmain mostrou para a outra, mesmo que na altura do campeonato , o maior tinha total consciência dessa vulnerabilidade de sua amada, suas bochechas rosadas entregavam isso.

O jeito que segurava o cabo da vassoura, não era com uma firmeza conhecida pela família e sim, de um jeito deverás desajeitado apenas piorando a pobre situação dos vidros reluzentes sob a luz solar da cozinha. Quando se propôs ajudar, outra cotovelada foi direcionada ao abdômen do homem, causando outra gargalhada açucarada que preencheu o cômodo. Ziyuan bufou irritada ao terminar o serviço, abrindo a torneira para lavar sua mão e como aproveitamento dos respingos presentes na palma, chacoalhou-as próxima do maior, rindo ao ver a expressão inconformada deste.

- Merecido, idiota.

Como reconhecimento de sua derrota, FengMain apenas concordou com a cabeça cruzando os braços, vendo a mulher sorrir ladino acompanhado por uma piscadela.

- Okay, se é isso que você deseja... - os olhos roxos como uma pétala de violeta caminhou até o relógio presente acima do porta, vendo que o mesmo marcava 18h10 min. - Jiang Cheng não chegou ainda, né?

Yo Ziyuan balançou a cabeça em afirmação, cruzando seus braços ao achar um apoio no mármore da pia.

- Ele foi brincar na casa dos amigos dele, certo?

- Sim e isso já faz um tempo, mas até agora ele não voltou como combinado. - Respondeu. Sua voz estava alterando-se aos poucos, FengMain notou isso.

Um sorriso amoroso foi o suficiente para a chinesa desviasse o olhar envergonhada, causando outra risada em outrem por achar aquela ação estupidamente adorável.

- Yo Ziyuan, - ouvir seu nome todo fez a dona deste se alarmar. - Ele é uma criança que apenas está se divertindo e cá entre nós, esse tipo de entretenimento só se tem uma vez.

- Mas...

- Minha amada esposa, ele está bem.