𝒄𝒉𝒂𝒓𝒕𝒆𝒓 𝒐𝒇 𝒐𝒖𝒓 𝒍𝒐𝒗𝒆 - 𝒗𝒆𝒓𝒔𝒂̃𝒐 𝒈𝒊𝒓𝒂𝒇𝒂

Relicário

helloooow leitores , olha quem voltou  !!!!! e vamos de mais um cap cheirosin pro'ces, não se esqueçam  de favoritar e comentar pra eu saber se estão gostando , boa leitura xuxus!!

"O que está acontecendo? Eu estava em paz quando você chegou. O que você está fazendo?"

Rafa kalimann

O ser humano tem a mania de tentar enganar-se quando o assunto é sentimentos. Já pararam para pensar que pelo menos uma vez na vida, negamos amar alguém quando amamos? Tenha certeza que nesses quatro anos de amizade, aconteceu isso comigo em relação a Gizelly . Assim como ocorreu com meu irmão, a capixaba balançou meu mundo a primeira vista. Fez com que eu desconsiderasse qualquer pessoa que se aproximasse de mim, com ela perto.

Por incrível que pareça, eu sempre senti que éramos só nós duas, só isso e nada mais. Quando estávamos juntas o mundo resumia-se a Bicalho para mim, sempre tivemos uma amizade extremamente forte e zelada. Não foi como de costume, não foi como gostar, se encantar... não foi nada disso. O que surgiu entre nós não sei ao menos explicar! Foi uma conexão, uma espécie de transe... odeio confessar isso, mas senti como se Gizelly Bicalho me pertencesse.

Lembro-me perfeitamente bem da primeira vez que encontrei a morena, era início do ano letivo e eu estava sentada no pátio do colégio quando vi os olhos do meu irmão direcionar-se a ela, que ia caminhando a um dos bancos com um livro abraçado ao peito. Renato esboçou um sorriso espontâneo, seus castanhos brilharam intensamente e pude ver que ele estava encantado, cheguei a acreditar que havia apaixonado-se a primeira vista.

Os cabelos longos e negros, o corpo escultural, mereciam toda a atenção que estavam recebendo dos rapazes através de miradas demoradas. Apesar de na época ter apenas treze anos, Bicalho era muito desenvolvida fisicamente, diferente de mim e de outras meninas. Tato é apenas um ano mais velho do que eu, sempre fomos muito grudados e leais, lembro-me da sua fala perto do meu ouvido: "Rafa, preciso conhece-la!". Não tive tempo de responder, pois o sinal tocou para que entrássemos para assistirmos a primeira aula do dia. Me despedi do meu irmão e levantei-me pegando minhas coisas, observei que a morena estava perdida e antes de ir para o meu corredor fui até a ela.

--- Oi, tudo bem? Muito prazer, chamo-me Rafaella Kalimann . - Falei colocando minha mochila no banco.

---Ah, oi... meu nome é Gizelly Bicalho . - Nutria o sorriso mais lindo que já vi em toda minha vida. --- Tudo e você?

--- Estou bem. - Limitei-me. --- Está precisando de ajuda para achar a sala?

--- Sim, estou matriculada no oitavo ano. Você sabe onde é a sala dessa turma?

--- Claro que sei! É a minha sala, seremos colegas de classe. - Sorri.

Naquela pequena apresentação notei seu sotaque capixaba, era notório que ela era do Espirito Santo  e que morava a pouco tempo em Goiânia . Nos dirigimos para nossa sala e quando entramos a chamei para sentar-se comigo, a partir daquele momento fiquei sabendo um pouco mais sobre sua vida. Bicalho foi para  minha capital  , porque os pais haviam falecido e teve que passar a morar com a avó, que residia em solo goiano e era dona de uma rede de restaurante famosa, a Bicalho's. Sempre que o professor nos permitia conversar, descobria algo novo sobre ela, o que mais me encantou foi ter descoberto que a capixaba era apaixonada por escrita e leitura, além de saber tocar três instrumentos musicais e cantar. Na hora pensei: "Essa garota beira a perfeição!". 

No desenvolvimento de nosso conhecimento de uma com a outra, contei que era filha de um coronel e uma pediatra militar, falei sobre meu irmão Tato e minha paixão pela natureza. A cada frase que saía de minha boca, uma vontade me consumia de dizer "Gizelly ". Puts! Que nome maravilhoso de ser dito, era  forte e gostoso de ouvir , lembro-me que falei "Gizelly" umas mil vezes naquele dia e ainda não estava satisfeita. Depois das nossas horas juntas, vi que necessitava manter uma amizade com aquela menina e a partir daquele momento minha meta foi essa.