Capítulo 6

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Antony se levanta rapidamente da cama ofegante com os olhos arregalados, já era manhã, o garoto leva a mão até seu rosto - E-era apenas um.....sonho? - ,procura olhar pra o quarto, procurando saber qual dos mundos seria real ou não - UUfa, ainda beeem - encosta sua cabeça no travesseiro, coloca seu braço tapando seus olhos e finalmente se acalma - Ainda bem que eu consegui sair daquele lugar, tava me enlouquecendo, bem.....podemos dizer que esse será um novo começo em minha vida, com certeza ela não está tão decaída quanto era minha vida naquele lugar - ele direciona sua mão para apanhar no celular que estava no chão ao lado de sua cama, ao alcançá-lo, olha a data "22 de fevereiro de 2018" - hum? Como assim se passou uma semana desde que começou das aulas? Mas eu não lembro de ter ido para a escola, será que eu dormi esse tempo todo?.........estranho - .Ele se levanta de sua cama e vai se arrumar para ir á escola.

- Sim, você esteve presente em todas as aulas- disse a mulher de aparência musculosa e autoritária.

-Obrigado- agradece Antony e vai para a sua sala "mas que estranho, como que eu estive em todas as aulas se eu não lembro de absolutamente nada?....acho que deve ter sido tão chato que nem faria diferença se eu me lembrasse ou não. Mas essa é a minha chance de recomeçar tudo, mesmo eu não lembrando nem em que série que estou, mas por algum motivo eu me lembro do caminho de casa" pensou andando pelo corredor ate a secretária para poder perguntar onde que era sua sala. Ele deu tudo de si para prestar atenção ao máximo em tudo que a professora falava, queria mudar sua vida, independentemente de como que era antes do sonho.

O sino da saída toca, junta suas coisas e sai em direção á porta. No portão de saída da escola sente algo o puxar pela camiseta, ele não consegue ver quem, é mas está o levando para uma área afastada.

Ele já sentia o sabor do sangue na boca ao se levantar. O soco o fez morder a parte de dentro do seu lábio. Estava meio desnorteado mas conseguia ouvir os outros dois rindo. Ele tenta se levantar, mas o maior o empurra de novo para o chão, o fazendo bater forte com as costas na parede - Cuidado pra não cair  bichinha - .Antony não conseguiu conter no sangue que estava escorrendo pelo canto da boca. Um dos companheiros do que parecia ser o líder do grupo, se aproximou do garoto e pareceu q seu punho fechado foi se aproximando. Tudo ficou escuro, deveria ter batido com muita força a cabeça.

Abriu os olhos devagar, um deles estava roxo e inchado, estava de noite já, uma noite solitária e bem fria. Tinha dificuldade para ficar em pé, mas sabia que precisava ir para casa, já estava bem tarde. Ele foi mais se arrastando que andando o caminho de casa, a dor estava quase insuportável, suas roupas estavam a maior parte rasgadas e seus livros destruídos e fediam urina. Ele parou na ponte que atravessava o rio como sempre para observar e poder refletir. O rio estava brilhando com a luz da lua, foi aí que ele arregalou os olhos e se lembrou de como que  era sua vida nesse mundo, só agora lembrou o porquê detestava tanto aquele mundo, de alguma forma aquele sonho o tinha feito se esquecer totalmente de como que ele vivia no mundo real. Não sabia ele que, sim, realmente ele esteve presente nas aulas todos esses dias, e convivendo com o bullying todos os dias, e estava se tornando seu cotidiano insuportável, por isso, para poder fugir, sua própria mente criou sua própria fantasia para distanciar ele daquele inferno. Ninguém o queria nem nesse e nem no próprio mundo inventado, ele não tinha lugar ali. Encarou firmemente aquelas águas brilhantes e limpas, uma água pura, sem maldade, elas estava chamando por ele, ela sabia exatamente oque ele queria, sabia como o tirar dali, não ter que viver rodeado daquela sujeira, todo aquele chorume que os seres humanos criaram no mundo. Ele apoiou seus dois pés no primeiro degrau do corrimão para sentir melhor o vento gelado daquela noite bater em seu rosto. Subiu mais um para observar demoradamente a lua. Pulou para o outro lado do corrimão com as aguas belas o hipnotizando. Fechou os olhos. Sentiu  a brisa do vento, abriu seus braços, procurando se entregar aquela pureza toda que ele observou por tantos dias, e se joga, se entregando por inteiro á água.

Agora a água e ele eram um só.

{O Lado Escuro da Lua}Onde histórias criam vida. Descubra agora