45- Despedidas ;-;

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Ponto de vista Babi

Chegamos finalmente ao momento final desse ciclo, Carol vai embora amanhã e eu to precisando muito de uma ajuda divina pra não jogar meu carro em direção a algum prédio. Estou orgulhosa dela, mas minha vida ta meio cinza só de me imaginar sozinha de novo. Mesmo aceitando bem, ou tentando demonstrar isso, eu ainda sinto que não fiz o suficente pra ela ficar, não a amei o suficiente, não estive com ela o suficiente.

Tentei muito, tentei fazer ela ficar, tentei fazer ela me amar tanto quanto a amo, mas não fiz certo, em algum momento eu vacilei e nesse mesmo momento ela decidiu que a melhor coisa se fazer é partir, ir em busca de um sonho que não me inclue e seguir sua vida sem estar o meu lado. Em todas as palavras eu estou arrazada, mas não demonstrei pra ela.

Foram dois meses duros, ela precisava de mim e eu precisava ficar sozimha, fugi um pouco, durmi longe dela, fiz o possível, porém quando vi que isso a destruia eu parei. Ver Carol mal ainda é meu maior ponto fraco, toda noite a embrulho em meu abraço e deixo ela pensar que tudo ficará bem, toda noite ela me agradece e me pede desculpa, mas quem deve se desculpar sou eu. Infelizmente eu fui alguém ruim em outras vidas pra passar pelo que estou passando.

Me sinto colocada em um universo nada feliz, meu peito dói cada dia mais, até hoje, parece que está me rasgando, a saudade antecipada, a falta de carinho, e o pior é que ela também não parece feliz. Ela me ama, eu sei disso, ama todos nós, mas as vezes amar não é suficiente.

O lado bom disso é que, por ser o último dia dela, alugamos uma casa afastada da cidade pra fazer a famosa festa, só a gente, e era de fato uma das casas majs aconchegantes que já estivemos. Nesse momento estou na sacada da casa olhando os micos pularem de árvore em árvore fazendo aquele barulho tipo assobio fino.

Eu não quero mais sentir isso, a agonia da impotência, como cura esse sentimento de abandono.

-- Se você me pedir pra ficar, eu fico. -- Estava tão perdida em pensamentos que nem percebi Carol subindo.

Sua voz parecia saber todo meu sentimento, e parecia magoada por ser a causa. Prestando atenção em suas palavras eu apenas nego com a cabeça, nunca a obrigaria a ficar, mesmo que isso custe meu coração inteiro.

-- A decisão é sua, amor. -- Falo baixo e desvio o olhar pras árvores novamente.

Escuto Carol suspirar e levantar a cabeça em direção aos seus como se pedisse paciência.

-- Bárbara você ta sofrendo -- Ela afirma com pesar. -- Se você quiser que eu fique, eu fico.

Chegamos ao ponto que eu não queria, ela desistindo da escolha dela por mim. Não posso obrigar ela a ficar e nem ser seu motivo pra isso, influenciar na escolha de seu sonho é o primeiro passo pra gente terminar no futuro. Eu espero sua decisão e lido com ela, mesmo que doa.

-- Amor... -- Me viro pra ela segurando sua cintura. -- Você achou melhor ir, não posso te pedir pra ficar e te proibir de ir porque foi sua decisão, nunca iria contra ela... -- Carol me abraça e meu coração bate forte.

Mesmo com todo caos ao nosso redor, o abraço de Carolina ainda me deixa em casa, e sei que ela se sente do mesmo jeito. Ela sai do abraço apenas pra deixar nossos corpos próximos.

-- Eu tenho que te agradecer... -- Carol começa e a olho confusa. -- Por ter me dada o melhor quase um ano da minha vida ao seu lado... por me ensinar o que é amor, por ser paciente comigo e por ser você...

Ela disse isso com tanta verdade em seu olhar que minhas lágrimas vieram sem nem eu perceber, me corta o coração saber que ela vai embora um semana antes do nosso aniversário de namoro e me doi pensar que é amanhã.

One Day I Will Be BackOnde histórias criam vida. Descubra agora