❋ 𝙲𝙰𝙿𝙸́𝚃𝚄𝙻𝙾 𝚄𝙼 ❋

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𝐀 𝐜𝐡𝐞𝐠𝐚𝐝𝐚 𝐝𝐨𝐬 𝐂𝐮𝐥𝐥𝐞𝐧

Agosto de 2003

(...) Na península Olympic, no noroeste do estado de Washington, há uma melancólica cidadezinha chamada Forks, - lugar onde o sol raramente aparece - que está quase que constantemente debaixo de uma cobertura de nuvens. Chove mais nessa cidade insignificante do que em qualquer outro lugar dos Estados Unidos. Em média, os dias chuvosos ou nublados são cerca de 305 por ano. A terra úmida com poças de água e a camada densa de neblina que envolvia a cidade era uma visão comum para os moradores, quase nunca se podia ver o céu.

A população de Forks era aproximadamente 3.120 habitantes. Tinha mais árvores do que pessoas. Já que tudo era verde: as árvores, os troncos cobertos de musgo, os galhos que pendiam das copas, a terra coberta de samambaias. Até o ar filtrava o verde das folhas.

A Forks High School tinha um total de apenas 350 - agora 356 com a chegada dos Cullen - alunos. Praticamente todos cresceram juntos - seus avós provavelmente foram criados juntos também -, mas isso não significava que todos se gostassem, na verdade estava bem longe disso. Magnólia não suportava a grande maioria das pessoas, principalmente aquelas que não sabiam cuidar da própria vida. Ela não estava nenhum pouco interessada no fluxo de fofocas que fluíam pela escola, já que ela simplesmente não se importava. Mas ela já tinha ouvido tudo sobre os novos alunos. Era o único assunto que circulava por esta minúscula escola, na verdade por Forks, já que nada mais interessante acontecia nesta cidade. Jessica Stanley e Lauren Mallory eram certamente as fontes de grande parte das fofocas.

Mesmo que ela não estivesse procurando saber. Ela sabia tudo sobre a nova e belíssima e misteriosa família Cullen vinda de algum lugar do Alasca. Sabia seus nomes, que eram quatro garotos e duas garotas, sabia que eles eram todos adotados pelo Dr. Cullen, o mais novo médico da cidade e sua esposa, que alguns deles namoravam entre si. Ela podia até sentir a inveja que todos tinham pela nova família. Mas nem ela podia negar o quanto eles eram perfeitos, tão diferentes, tão parecidos, eram completos, arrasadores e inumanamente lindos. Pareciam mais supermodelos que você veria estampados nas páginas reluzentes de uma revista de moda. Ou pintados por um antigo mestre como a face de um anjo.

E, no entanto, todos eram de alguma forma parecidos. Cada um deles era pálido como giz, os alunos mais brancos que viviam nesta cidade sem sol. Mais brancos do que os próprios moradores de Forks. Todos tinham olhos muito escuros, apesar da variação de cor dos cabelos. Também tinham olheiras - arroxeadas, em tons de hematoma. Como se tivessem passado uma noite insone, ou estivessem se recuperando de um nariz quebrado. Mas os narizes, todos os seus traços, eram retos, perfeitos, angulosos. Todos pareciam distantes - distantes de cada um ali, distantes dos outros alunos, distantes de qualquer coisa em particular, pelo que se podia notar. Emmett, Edward e Alice Cullen. Benjamin Warren. E os gêmeos mais velhos, Rosalie e Jasper Hale.

Nomes estranhos e incomuns. O tipo de nome que têm os avós. Mas quem era ela para julgar o nome de alguém, sendo o seu Magnólia.

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Como ele odiava a imortalidade às vezes, chegava a ser entediante, monótona até. Ele odiava a escola, mas lá estava ele, mais uma vez fingindo ser uma maldito estudante.

Jasper se sentia travado, não conseguia mexer nenhum músculo, estava parado como uma bela estátua de mármore. Não suportava a ideia de estar cercado de tantos humanos, aquilo para ele era uma tortura. Não estava acostumado com a sensação que o sangue provocava: a garganta seca, o desejo oco no estômago, a contração automática dos músculos, o veneno fluindo na boca, a queimação na garganta. E ainda tinha as emoções, as torrentes de emoções que se derramavam sobre ele como uma cachoeira. Um completo caos.

Ele não estava pronto. Nem queria estar ali para falar a verdade, podia muito bem passar o resto de sua depressiva e solitaria eternidade sem ver um único humano. Ele não sabia porque ainda se deixava levar pelos seus irmãos e suas péssimas ideias.

- Já tenho reclamações o suficiente na minha cabeça para ter que aguentar a suas também, Jasper.- Era Edward, pra variar.

- Você poderia muito bem se trancafiar sozinho em um banheiro, assim nós todos teríamos paz.

- AAAHH!! - Era a voz estrondosa de Emmett, que não poderia deixar nada passar sem um comentário seu. - Então quer dizer que o nosso calmante ambulante está de mau humor!

- Nos diga quando ele não está.- Ben, uma das pessoas mais suaves que ele conhecia, era bom ter alguém como ele por perto quando se tem irmãos tão caóticos.

- Muito bom saber que você tem preferidos Jasper.- Edward era sempre tão melodramático.

- Eu não sei quem me leva mais a beira do precipício, os humanos ou vo...

Jasper parou, e foi como se tudo ao seu redor tivesse parado junto. Era como se ele estivesse em uma galeria de esculturas, não existiam emoções, corações batendo, sangue correndo pelas veias, ele ainda podia sentir o olhar dos seus irmão sobre ele estranhando sua atitude, mas todos eram apenas estátuas ocas naquele momento. Jasper se sentia suspenso, até ele sentir o impacto, e em um instante ele estava despencando, sem chance de se segurar em nada que o pudesse estabilizá-lo, ele estava sendo engolido por um mar revolto, suas emoções não eram mais as suas, ele estava sentindo através de outra pessoa, se ele não soubesse que era um empata seria como se estivesse sentindo pela primeira vez. Ele já não estava mais tão incomodado com o cheiro inebriante que o sangue das outras pessoas possuíam, ainda era um pouco desconfortável, mas era uma sensação tão distante, porque ele estava totalmente submerso. Jasper encontrava-se tão envolto pelas sensações, que ele inconscientemente transmitiu uma calma e serenidade para todos os seus irmãos, que já estavam confusos por sua repentina mudança, já que até alguns segundos atrás ele estava rígido como mármore.

Jasper estava intrigado com a profundidade daquelas emoções que estava sentindo, não eram perfeitas, mas eram profundas, intensas, verdadeiras, sentimentos tão diferentes do que ele estava acostumado. Era complexo...

No meio de tudo isso, seus sentidos captaram um aroma agradável de morangos, mel e magnólias, era extremamente atraente, mas não de uma forma ruim, era mais parecido com um tranquilizante, assim como as emoções que sentia.

Mas de forma iminente acabou, com uma ruptura brusca. E ele se levantou de maneira impensável, fazendo com que sua cadeira caísse com um baque estrondoso chamando atenção de todos no refeitório e assustando seus irmãos, nem mesmo Alice pode prever isso. Mas Jasper estava indiferente a todos os olhares. Ele podia ouvir a voz dos seus irmãos, mas era como se eles estivessem sussurrando, também podia sentir alguém o puxando, mas era tudo tão distante, pouco importava se Rosalie iria arrancar-lhe os dedos mais tarde. Jasper procurou quase que de modo impaciente pelo refeitório a pessoa que estava lhe causando tudo aquilo, mas não conseguia achar, era como se tudo aquilo viesse de um espectro, ou apenas uma ilusão que sua mente estava lhe pregando.

O resto do dia ele tentou encontrá-la, ele ansiava por saber quem era, mas sempre que sentia sua presença e seu adorável aroma e achava que ela estava perto, ela simplesmente sumia no meio de vários outros estudantes, se misturava e se dissipava no meio da multidão, tornando-se impossível de achar.

Será que ele estava alucinando? Isso era mesmo real? Quem seria a pessoa misteriosa que o atraía tanto?

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⏰ Última atualização: Feb 07 ⏰

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𝑫𝒆𝒏𝒕𝒆-𝒅𝒆-𝑳𝒆𝒂̃𝒐 ᵗʷᶦˡᶦᵍʰᵗ (𝐄𝐌 𝐁𝐑𝐄𝐕𝐄)Onde histórias criam vida. Descubra agora