Tudo pra dar certo?

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-amor, você tá aí? - Falo novamente, esperando Felipe responder algo.

Escuto um choro no telefone, me parecia de João, que porra? Meu corpo já fica inerte, Lou sabia que algo de muito errado estava acontecendo, então ele pega o telefone das minhas mãos e coloca no viva voz. Felipe também chorava.

-amor, louis está com você? - lipe diz com cuidado. Sei que ele estava embargado, sua voz rouca já me dizia que tinha chorado.

-está no viva voz, pode falar. Lipe... o que está acontecendo? - meu coração dispara com força, Lou segura minhas mãos.

-Amanda...- ele é interrompido por João.

-Bella, a culpa é minha. Toda minha. - seu choro era doloroso, sinto dor ao escuta-ló, não sei mais o que eu poderia fazer pra controlar meu choro. Só escuto Lipe falando "calma, irmão, por favor."

-meu lindo, o que aconteceu? - seu choro era dolorido, parecia estar sofrendo loucamente.

-Oh, amanda e... sumiram. Bella, vem pra cá, pelo amor de Deus.

Louis levanta, pegando o celular rapidamente, não entendi o que ele iria fazer. Já entendi tudo, minhas penhores amigas estavam desaparecidas e meu mundo estava prestes a cair. Respiro fundo porque naquele momento eu já tinha esquecido até de como faria isso.

-bebemos e estamos na praia, vou dar um jeito! Pode deixar. O que rolou, João?

-brigamos, fui só para a trilha. Felipe ligou ara mim dizendo que elas tinham ido atrás de mim. Celular sem atender já fazem horas e horas, você conhece Amanda.

O mundo podia acabar, Amanda sempre atendia..sempre. Não importava a bebida, não trabalho, o sono... Amanda sempre estava pra mim. Começo a chorar baixo, puta merda.

-Vocês falaram com a segurança do parque?

-Sim, amor, encontramos o celular de Amanda na trilha e um tênis que só podia ser da nossa maluca. - seguro com pano da minha saia, minhas lágrimas já estavam no queixo.

-Vocês estão... me passem o endereço. Chegaremos! Cadê os pais delas?

-Estão chegando! Tio ta vindo com dois policiais pra ajudar a procurar. Estou esperando vocês, não sei o que será de nós se alguma merda rolar, bel... - João despenca no choro. Escuto lipe fungando, tinha algo que estavam me contando e eu tenho certeza disso, plena certeza.

O pai de Amanda era juiz, se conheço tio Antônio, ele estaria louco e não era pouco. O único problema seria a mãe, que está fazendo curso no Canadá, ela deveria estar surtando e a merda nessas horas é exatamente estar sozinha tendo que esperar onze horas de viagem.

Lou volta com uma cara séria, senta ao meu lado e me puxa para seu colo.

-bro? Consegui uma carona aqui, acredito que demoraremos umas três horas para chegar... mas não se preocupe. O que der para eu fazer por você, farei. - Lou fala com firmeza, nunca o vi tão sério.

Suas mãos fazem carinho em minhas costas, sei que ele estava tentando me deixar menos no fundo do poço possível, o que já estava me ajudando muito. Sinto minhas mãos úmidas, meu coração descompensava e uma dor latejava meu corpo. Quem sente o estresse, sabe muito bem como é horrível passar por esses momentos.

-Amor, você precisa respira fundo. Verá que iremos sair dessa, pode até ser que as encontrem antes que a gente chegue no centro do parque. - me afundo no seu corpo, sentindo seu cheiro gostoso adentrar minha marinhas e consequentemente, me acalmar.

-Vamos como para o parque?

-Seu amigo metido a chef está vindo nos ajudar, ele disse que ainda não bebeu e não teria problemas em ajudar.

Dou uma risadinha triste, só Louis para fazer isso. Unir um cara que dava em cima de mim para ajudar a gente nua situação tão desesperadora. Ian era um cara excepcional, fico mais admirada por seu trato.

-Lou, você é completamente doido. Se não fosse você aqui comigo... acho que não conseguiria manter as rédeas da situação. - Eu lhe dou um selinho demorado.

-Vem, amor. Vamos lá para frente, Ian já está passando.

Eu levanto, indo desligar todas as velas. Não queria mais um desastre na nossa vida, chega deu uma dor ao tirar a beleza da casa, mas não tínhamos escolha em deixar tudo aceso. Escutamos uma buzina, me viro  para a porta. Quando estou saindo, sinto a mão de Louis segurando com gosto a minha.

-Pegou seu carregador portátil?

Confirmo com a cabeça, vejo Ian saindo do carro, e abre a porta pra gente. Lhe dou um abraço silencioso, sinto seu abraço forte, sei que ele estava tocado.

-Vamos dar um jeito nisso, bella.

-desculpa termos acabado com sua noite, Ian.

-Nem fale uma besteira dessas! Até por que, além de ser sério. Eu estava vendo Tv com Henrique.

Acabou que demos uma risada fraca, se não fosse a situação, teria sido incrível. Entramos no carro, Henrique me dá a mão.

- Oi bella, oi Louis. Estão bem? - sua voz cuidadosa foi gentil no momento certo.

-Só muito preocupada, mas na esperança que amanda esteja cuidando de nossa doidinha.

-Temos certeza disso, amor. Vamos passar por mais essa. - Lou beija a minha cabeça.

-Posso dar partida? - Ian pergunta sem jeito.

- Vamos, bro. - Henrique diz sério.

E assim foram duas horas de trânsito e ansiedade, o silêncio foi melhor com o cafuné cuidadoso de Louis, que fazia questão de limpar minhas lagrimas silenciosas.

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