A tal sexta feira

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Já havia um tempo que eu 'tava' acordada. Na verdade, eu não dormi quase nada aquela noite. Era medo. Era expectativa. Era ansiedade. Era um misto de vários sentimentos que percorriam todo o meu corpo enquanto várias lembranças da última semana passavam pela minha cabeça.

Eu fiquei ali deitada na escuridão do quarto, e por vezes me perguntando se eu sentia frio pelo ar gelado do ar condicionado ou pelas emoções do meu corpo. Eu olhava a pessoa que 'tava' deitada ao meu lado e meu coração apertava ao mesmo tempo em que um sorriso involuntário desenhava meu rosto. Era tão bom ter minha mãe ali comigo.

Já passava das 7h da manhã quando ela levantou dizendo que iria preparar o nosso café da manhã. Eu disse que precisava de mais cinco minutinhos. Ela sorriu lembrando que sempre foi assim. Mas nós duas sabíamos que, na verdade, eu precisava de um tempinho a mais 'pra' encarar aquele dia.

Aquela seria uma sexta feira muito intensa 'pra' mim. À tarde minha mãe iria embora e eu ainda não 'tava' preparada 'pra' ficar sem ela ao meu lado mais uma vez. E a noite, meu encontro seria com ele. Só de pensar eu sinto um nó no estômago.

Foram dias de planejamento 'pra' que tudo desse certo e nada estragasse aqueles planos. Não queríamos que fosse de conhecimento de todos, não queríamos transformar o nosso reencontro em notícia, em festa de torcida. Aquele era um momento nosso, era o nosso 'algo a mais'. Eu não sabia como seria, tenho certeza que nem ele sabia o que iria acontecer naquela noite. Só descobriríamos quando estivéssemos cara a cara.

Minha equipe marcou às 8h da manhã 'pra' nossa agenda do dia começar, e já tínhamos intimidade suficiente 'pra' recebê-la de pijama. E por isso mesmo não me preocupei em levantar tão prontamente 'pra' me arrumar.

Quando minha mãe entrou no quarto 'pra' me chamar 'pro' café, eu ainda 'tava' na mesma posição que ela me deixou: enrolada no edredom, só com a cabeça 'pra' fora e os cabelos espalhados pelo travesseiro.

"Oh, minha filha ainda 'tá' assim?" – minha mãe disse se aproximando e se sentando na beirada do colchão – "Sarah, 'cê' sabe que a mamãe 'tá' sempre com você, não sabe?" – eu assenti enquanto ganhava um carinho gostoso dela na minha testa – "Vai dá tudo certo hoje, viu?! Mamãe vai, mas vai 'tá' na torcida" – disse levantando os braços em comemoração – "E à noite, se é o que 'cê' realmente quer, então siga seu coração"

"Eu quero, né... Mas é horrível não ter certeza se é o que ele também quer" – ensaiei um sorriso.

"Oh, Sarah o menino quis vir até aqui 'pra' te ver. 'Cê' acha que ele não sente o mesmo que você?!" – ela mais afirmou que perguntou.

Suspirei, pensando no que minha mãe disse e desejando que ela estivesse certa.

Desde que fui na casa da Gkay, as coisas foram acontecendo de forma rápida e ao mesmo tempo natural entre nós. Eu me lembro de sentir medo quando Gkay propôs ligar 'pra' ele e ser ela a intermediária 'pra' nossa reconciliação. Eu senti medo dele não querer, porque ele ter deixado de me seguir no Instagram parecia uma mensagem clara 'pra' mim de que ele já não fazia mais questão de ser nem meu amigo.

Mas, ao mesmo tempo eu sentia expectativa de dar certo. Uma pessoa bem humorada como a Gkay fazer esta mediação talvez fosse uma boa ideia 'pra' não ficar um clima estranho mesmo se ele se recusasse a fazer as pazes comigo.

E deu certo! Foi uma vídeo chamada curta, mas muito boa! Nos falamos, rimos e selamos nossa relação de amizade. Meu coração foi preenchido de uma alegria que me dominou por inteiro. A partir daquele momento eu 'tava' topando tudo que Gkay pedia. Inclusive, ela mesma que sugeriu que eu voltasse a segui-lo naquele momento. Eu 'tava' feliz demais 'pra' dizer não. E sem pensar nas consequências abri meu Instagram, procurei por ele e o segui.

LUCKY - SarolffoOnde histórias criam vida. Descubra agora