Era tudo tão diferente pra mim. Me sentia muito estranha quando me pegava pensando na nossa conversa. A tão temida conversa que ainda não aconteceu. Aquela que ele falou que me devia, que a gente tinha que ter. Que ele queria ter comigo.
Não me sentia assim por ele ter falado que eu merecia uma conversa sobre tudo o que aconteceu entre a gente no fim de semana. Não era o fato dele deixar claro que eu não era como as outras que ele ficou que me fazia me sentir assim.
Eu gostei muito de saber que eu era especial 'pra' ele. É uma sensação gostosa saber que o cara que 'cê' gosta te acha especial e te respeita, independente do tipo de relação que 'cê' tem com ele. 'Cê' é especial 'pra' ele. E isso é top demais!
Mas o que fez eu me sentir estranha, como se eu me olhasse de cima e não me reconhecesse, o que me causa um frio na barriga e um arrepio por todo o corpo só de pensar é que eu quero muito ter esta conversa com ele.
Eu quero conversar.
Quero tanto conversar com ele, como jamais quis conversar com alguém. É uma ansiedade boba de saber o que ele tem 'pra' me dizer. De ouvir o que ele pensa ou sente sobre aquele fim de semana.
Eu, aquela que foge de conversas. Aquela que não gosta de conversar se não achar extremamente necessário.
E aquela conversa não era exatamente necessária. Era apenas eu querendo de verdade saber o ponto de vista dele e o que ele esperava da gente dali por diante. Não era necessária. Era fundamental ouvir da boca dele que aqueles momentos significaram 'pra' ele o mesmo que significaram 'pra' mim.
Querer conversar era um novo sentimento 'pra' mim. Eu comentei isso com minha mãe antes de dormir. Não falava com ela desde sexta à tarde quando me despedi e ela foi embora. Eu tinha muita coisa 'pra' contar. Um fim de semana todo cheio de acontecimentos inesperados, cheio de momentos que me tiraram do chão de um jeito que me dava medo de me perder.
Foi uma longa conversa onde eu falei demais e minha mãe respondia com uns 'uhum' vez ou outra 'pra' mostrar que 'tava' ali ouvindo. E quando já não tinha mais nada 'pra' contar, admiti que 'tava' muito ansiosa pela nossa conversa, independente do rumo que nossa amizade ia tomar.
Eu queria conversar mesmo correndo o risco de ouvir o que eu não desejava.
"Filha eu 'tô' tão orgulhosa de você porque 'cê' tá mostrando esta coragem de querer conversar com ele. Isso aí, filha, conversa mesmo, sabe? Porque é uma forma, também, de seguir em frente, né?" – minha mãe falava com a voz calma e eu sabia que era 'pra' me dar força e me incentivar – "Eu gosto quando 'cê' se abre 'pra' ouvir e 'pra' falar o seu lado. 'Cê' é forte, Sarah, não esquece"
Foi pensando nele e em como seria a nossa conversa que eu adormeci e continuei pensando nisso quando acordei. E foi de tanto pensar que enquanto eu 'tava' criando coragem 'pra' sair da cama me dei conta que eu já sabia quando o veria outra vez.
E me dar conta disso fez meu coração acelerar em expectativa. Já passava das 8h da manhã, então resolvi mandar uma mensagem 'pra' ele o lembrando disso só 'pra' ele saber que tinha um prazo de uma semana 'pra' pensar bem no que ia me falar.
Mas quando abri o whatsapp ele me surpreendeu primeiro com um vídeo enviado às 6h da manhã.
"Bom dia, Sarita" – ele sussurrava com a voz rouca e sonolenta filmando a vista da janela do seu quarto no hotel – "Oh pra isso, se tem base um trem desse" – filmava a vista da praia com palmeiras, o mar e o sol nascendo no horizonte – "Quê que é isso. Um bom dia 'procê', viu? 'Tamo' juuunto"
Finalizou o vídeo e eu fiquei ali, sorrindo 'pro' sol na tela do celular como se estivesse sorrindo 'pra' ele. Respondi desejando bom dia e pedi 'pra' ele aproveitar a praia por mim. Assisti o vídeo umas três e acabei esquecendo de falar que nos veríamos em uma semana.
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LUCKY - Sarolffo
FanficOie! Esta fic é para comemorar o dia 23 de Abril, uma sexta feira de emoções para as Sarolffos! Já imaginamos tantas coisas desde que Rodolffo foi eliminado. Mas neste dia foi diferente. Muitas evidências levavam a gente a crer num reencontro entre...