s/n pov
Acordo atordoada, abro os olhos e ergo a parte superior do meu corpo de forma que fique sentada na cama, tinha acabado de ter um pesadelo horrível e extremamente real para o meu gosto. Olho para os cantos do quarto, estava tudo escuro e apenas uma parte da cortina permitia um feixe de luminosidade entrar da rua para dentro do cômodo.
Respiro fundo, uma, duas, três vezes, até que decido levantar da cama para tentar me acalmar mais. A imagem de um ser sobrenatural e atroz continuava a me apavorar juntamente com a sensação de que ele sabia de meus pecados mais do que a mim mesma. Merda! Sabia que devia ter parado de assistir séries sobrenaturais antes de dormir.
Ao me levantar entretanto, sinto um peso envolvendo minha cintura. Viro o olhar e meus olhos se arregalam para logo se acalmarem e eu soltar um sorriso. Do meu lado estava deitado meu noivo, Keigo Takami. O loiro deita com a barriga para baixo, as costas livres das penas, deixando apenas a base das asas e pequenas plumas vermelhas a mostra, a visão me fez sorrir. Fazia pouco tempo que o Takami havia se mudado para cá - para dividir o apartamento comigo - então ainda estava me acostumando com a sua presença, como quando acordei em algum dia dessa semana, e não prestei atenção que o mesmo estava tomando banho e levei um susto quando entrei no cômodo e ouvi sua voz.
Estava acostumada a visitas esporádicas, isso desde que começamos o namoro a alguns anos atrás. Confesso que mesmo com essas pequenas surpresas, a nova rotina me enche de felicidade.
Beijo a testa do meu loiro, arrumando alguns fios que cobriam sua testa, ele se remexe ao meu toque e vira o rosto para o outro lado. Delicadamente afasto o braço da minha cintura e vou a passos silenciosos até a única janela do quarto, abri uma brecha e isso foi o suficiente para me arrepender na hora. O frio da noite veio com tudo se encontrar com minha pele morna. Já estava com as pernas frias por conta do ar gelado do próprio quarto, e havia esquecido completamente que havíamos chegado naquela época do ano. Estico minha mão para o lado de fora, e pequenos flocos de neve começam a se acumular na palma, a sensação é agradável e gélida.
O clima natalino do Japão, com neve e essas coisas, era bem diferente da minha terra natal, se eu estivesse no Brasil provavelmente estaria calor ou chovendo, deixando o clima refrescante ou extremamente abafado. Mesmo com os anos, morar na terra do sol nascente ainda me surpreendia.
Observo a neve cair e formar camadas nas ruas, e na borda da minha janela:
— O que você ‘tá fazendo aqui? — Mãos fortes e calejadas circundam minha cintura, ao mesmo tempo que sinto uma respiração calma contra minha orelha.
Me sobressalto com a aproximação inesperada:
— Keigo! Não me assusta desse jeito, podia ter batido em você sabia? —
— Você nunca me machucaria, sou seu noivo lindo e gostoso que você ama muito. — Ele dá um selinho no meu pescoço e logo apoia o queixo no meu ombro, distribuindo mais algumas carícias pelo local.
— Vou me casar com um frango idiota e convencido, será que dá tempo de devolver o anel? — Devolvo a carícia do loiro afagando seu cabelo, um cafuné que ele aprova fechando os olhos e aproximando mas sua cabeça da minha mão, em busca de mais contato.
— Mesmo que devolvesse não ia deixar você ir, iria te abraçar apertado e não soltava de jeito nenhum, tipo assim. — Keigo coloca um pouco mais de força em seus braços na minha cintura e de súbito me levanta, erguendo meu corpo no ar.
Dou um gritinho de surpresa e apoio minhas palmas em seus ombros desnudos:
— KEIGO! Me coloca no chão sua galinha idiota! —
— Não mesmo. — Ele nos leva até a cama e me joga no meio do colchão, ainda por cima de mim e com as mãos no mesmo local. Ambos estavamos com um sorriso bobo e divertido nos lábios. No entanto a feição de Keigo fica um pouco mais séria, preocupada eu diria.
— Se eu te soltar você não vai me dizer porque levantou no meio da madrugada. — Viro o rosto para o lado, pensando em algo para desviar do assunto.
— Não foi nada amor, eu só queria ir no banheiro, só isso. — Início um carinho em seu rosto, mascarando meu nervosismo com um sorriso amarelo.
— ‘Tá mentindo, você em péssima em mentir pra mim. — Diz convencido. Bufo com isso e tento esconder meu rosto.
Depois de alguns minutos no silêncio, inspiro e solto o ar pelo nariz derrotada:
— Eu- eu só tive um pesadelo, só isso. Não precisa fazer tanto alarde. —
— Vou me preocupar com você babybird, se te afeta, me afeta. Por mais insignificante que seja. — Keigo se aproxima e deixa um selar na minha testa, e mais outro, e mais um, enquanto descia até chegar nos meus lábios, deixando um beijo singelo e amoroso ali.
— Você tá bem agora né? — Ele questiona, a preocupação no fundo do seu olhar.
Sorrio ingenuamente, e concordo com um movimento de cabeça. Ele se satisfaz com isso e nos puxa para mais perto dos travesseiros, de volta a posição que estavamos originalmente:
— Podemos dormir agora? - O sorriso que dei foi resposta suficiente para o Takami, que assim que recebeu sua resposta fechou os olhos pronto para voltar a seu descanso.
O mais discretamente possível, tento me encolher e abraço meus próprios joelhos. Me arrependo amargamente de estar com um short de dormir no frio:
Os meus olhos semicerrados conseguem distinguir algo se dobrando sobre mim, é quente:
— Keigo… - A plumagem vermelha de Keigo me cobria como um grande manto fofinho. Seus braços se aconchegam mais na minha cintura, e minhas mãos no seu corpo. Nossas pernas se entrelaçam uma na outra, ambos os corpos compartilhando calor.
— Não se preocupe amor, vou cuidar de você. - Mal percebo quando me entrego ao sono, o coração leve.
nota: espero que tenham gostado, beijos e vejo vocês na próxima história. 🌷💞
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𝗳𝗲𝗮𝘁𝗵𝗲𝗿𝘀 𝗮𝘁 𝗻𝗶𝗴𝗵𝘁 | IMAGINE HAWKS
Fanfiction⿻ ⌕ [ hawks one-shot ] onde em uma noite fria de dezembro, keigo lhe conforta no meio da noite após um pesadelo. • PLÁGIO É CRIME • contém personagens pertencentes a obra Boku no Hero Academia, de Kohei Horikoshi