2 - quer ver de perto?

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sábado, 09:52

Peguei um Uber para chegar até a lavanderia e fiquei chocada em como a manhã de sábado era agitada no local. Avistei Billy ao balcão assim que entrei e acenei animadamente quando ele olhou para mim, tratando de me aproximar a passos largos. Foi inevitável esbarrar em algumas pessoas que se apertavam nos espaços entre as máquinas de lavar e as secadoras.

— Meu Deus, quanta gente! — reclamei após colocar minha cesta de roupas sobre o balcão. — E quanto barulho! — tentei soar um pouco mais alto do que as vozes ao nosso redor.

— A manhã de sábado é a pior de todas. — Billy disse.

— E por que aquele gostoso escolheu o sábado pra lavar roupas?

— Não sei. Não acho que ele goste de ser apalpado por essas senhoras, então deve ser o único horário livre que ele tem.

— Tem alguma máquina que ele use sempre?

— Candy, é sábado de manhã na Blue&Orange. Você usa a máquina que está livre se tiver a sorte de achar uma.

Meu celular começou a vibrar em meu bolso e quando peguei, vi que era a minha mãe. Ignorei a chamada e fiquei olhando para a entrada do lugar, esperando que o meu alvo entrasse. Blanca estava me ligando desde as oito da manhã e eu iria continuar sem atender até ter relaxado o suficiente para me permitir lidar com problemas que não eram meus.

Se eu fosse te dar uma dica, leitor, diria para ignorar as bombas que explodem ao seu redor pelo menos até um orgasmo explodir em você. E se nenhum gostoso ou gostosa está disponível para tal trabalho, aprenda a fazê-lo sozinho.

O sininho da porta da lavanderia soou repetidamente pelos próximos cinco minutos, tempo o suficiente para eu presenciar Christopher Uckermann – vulgo vizinho gostoso – entrar como se um raio de sol e cantos de pássaros estivessem acompanhando a cena. E mesmo com toda a agitação do ambiente, eu podia jurar que ele estava em câmera lenta para mim e talvez para boa parte das mulheres que pararam para seca-lo.

— Alvo detectado. — Billy sussurrou perto do meu ouvido.

Duas máquinas de lavar haviam acabado de ficar livres e eu observei Christopher olhar diretamente naquela direção, carregando sua cesta de roupas consigo. Deixei a minha firme em minhas mãos e caminhei a caminho da máquina ao lado da que ele usaria. Mas como um bom campo de batalha, eu não fui a única a avançar.

Uma garota morena, usando uma bandana amarela e uma blusa tão fina que seus mamilos pareciam querer gritar "olá", caminhou ligeiramente na direção dele e eu sabia que se ela conseguisse falar primeiro do que eu, eu perderia a chance.

Christopher colocou sua cesta sobre a máquina e eu corri, escorreguei em uma parte molhada do piso e deslizei parando na máquina ao lado, conseguindo jogar minha cesta sobre ela antes que as roupas caíssem junto comigo, que nem me dei conta de onde aquela queda me levaria. Para a minha sorte – ou não –, o corpo de Christopher recebeu todo o impacto e antes do meu triste encontro com o chão frio, ele esticou as mãos na minha direção e me abraçou, me erguendo em seguida.

— Você está bem? — perguntou com o cenho levemente franzido.

Oh, céus, que voz!

Eu... Estou. — consegui dizer, sorrindo em seguida, me concentrando em não me distrair com aqueles olhos cor de mel que refletiam sob a claridade.

Olhei por cima do ombro dele e lancei um olhar de deboche para a garota com uma expressão de braveza que nos encarava.

Desculpe, darling, talvez na próxima vida você seja mais rápida.

The Window BesideOnde histórias criam vida. Descubra agora