(Não) Cuida de Mim {Jungkook Centric • Romance}

🐝 Epílogo

O rapaz respirou fundo e parou o carro na rua que ainda parecia ser a mesma de quatro anos atrás. Colocou a marcha no ponto morto e puxou o freio de mão, permanecendo ainda alguns segundos com o carro ligado. O novo álbum do Drake tocava nas caixas de som enquanto a garota ao lado brincava com todas as funções do touchscreen.

Ela também foi a primeira a sair, quando percebeu a hesitação do motorista. Queria que Jungkook tomasse coragem de fazer o mesmo por livre e espontânea vontade, mas precisou dar algumas batidinhas no vidro até que o coreano enfim desligasse o automóvel e saísse para o mundo lá fora.

Permaneceram em um silêncio estranho, no qual a americana de cabelos curtos analisava com atenção cada uma das placas e árvores ao redor deles. Era uma rua bonita, as estruturas da cidade lembravam aos animes que eles dois gostavam de maratonar juntos. Lhe trazia uma sensação de calma.

Jungkook queria sair correndo.

- Sabe, acho que mudei de ideia, eu não quero fazer isso.

- Você tá de sacanagem que fez a gente sair da Califórnia pra amarelar logo agora, né? - Jess perguntou, jogando seu corpo contra a porta do carro e cruzando os braços, impedindo que ele entrasse novamente. - Cinco meses atrás tudo que você conseguia fazer era sonhar com essa casa.

- Cara, eu não vou conseguir entrar. Eu não sei nem o que dizer! - passou uma das mãos pelos cabelos compridos, que caíam quase na altura do cotovelo. - E se eles não me reconhecerem?

- É só você dizer seu nome. Ou mostra aquela marquinha fofa que você tem na bunda, é impossível de esquecer.

Jungkook riu, de puro nervosismo. Sabia que Jess estava brincando, tentando deixar o clima mais descontraído, mas era difícil. Encarar a república onde viveu um dos melhores anos de sua vida trazia uma agitação estranha em seu estômago e fazia a boca amargar. A Bangtan House continuava da mesma maneira que o Jeon se lembrava, embora as janelas parecessem novas e a pintura recém feita.

- A-Acha então que eu devo tocar a campainha? - perguntou para a garota, estalando os dedos ansioso.

- Bom, é isso que normalmente fazemos quando queremos entrar. - disse pensativa, balançando a cabeça. - Mas, se você quiser, podemos quebrar a janela do primeiro andar e daí você pula. Acho que vai causar um impacto maior.

O rapaz riu novamente, dessa vez mais tranquilo que antes. Olhou vacilante para a casa, respirou fundo. Jess conseguia ver o quanto Kook estava nervoso, tenso. Aqueles homens significavam muito para o Jeonzinho, as questões pendentes ainda estavam como feridas abertas no coração doce.

Jess desencostou do carro e abraçou o mais novo pelos ombros com facilidade, dando início a uma série de mordidinhas na única ponta da orelha de do namorado que não possuía piercings - ainda.

Aquelas mordidinhas carinhosas eram um símbolo bem íntimo do casal, que compartilhavam da mesma altura e sempre aproveitavam das proporções semelhantes de seus corpos. Inclusive, já tinha mais de um ano que o guarda-roupas de Jess e o de Kook tinham se fundido em uma coisa só, resultando em peças que nem eles sabiam mais a quem pertenciam originalmente, já que ficavam perfeitas nos dois.

Sentiam-se protegidos um com o outro, ao mesmo tempo em que compartilhavam da sensação boa de que ocupavam os mesmos patamares na relação, como iguais. Então quando Kook passou a sonhar repetidas vezes com a tal Bangtan House e bem como com os homens de seu antigo "relacionamento", não teve nada que a garota pudesse fazer além de planejar uma viagem de emergência, para que o namorado resolvesse todas as questões pendentes em solo coreano.

- Vai lá, eu vou estar logo atrás de você. - apertou os ombros tensos do rapaz e deu um tapinha em sua bunda, incentivando-o a dar o primeiro passo. - Vai dar tudo certo. O pior que pode acontecer é eles terem se mudado.