CAPÍTULO 16

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ANY:

ALGUNS DIAS DEPOIS

— Bom dia, me chamo Any Gabrielly Rolim Soares e preciso falar com os Beuachamp.

— A senhorita pode subir, mas eles não estão aí, mas mandaram a secretária te entregar alguma coisa que eu não sei.

— Tudo bem, obrigada

Ela sorri e assente abrindo a porta de vidro que dá acesso a parte de dentro da empresa, a recepção é apenas para permitir as pessoas entrarem. Entro no elevador e subo até o último andar, saio e vou até a secretária que mexe no computador e acaba nem me notando

— Bom dia, me chamo Any Gabrielly Rolim Soares e a recepcionista disse que os Beauchamp deixaram algo para você me entregar.

— Bom dia, ah sim eles me falaram. Aqui está, é apenas isso mesmo

Dá de ombros me entregando um envelope fechado.

— Ok, obrigada.

— De nada

Entro no elevador e guardo a carta na minha bolsa, desço até o térreo e saio da empresa, entro no meu carro e dirijo até em frente uma cafeteria. Pego o envelope, o abro e pego o papel de dentro, desdobro ele e leio o que está escrito.

"Any, sabe que é a pessoa que mais amamos no mundo, você é nossa vida e nunca queríamos ter feito você chorar, mas infelizmente fizemos e decidimos que deveríamos deixar você livre, seguir sua vida sem a gente te atrapalhar, você é nova, tá fazendo faculdade e "começando" a vida, não seria justo ficarmos te prendendo e vendo sua infelicidade. Nós não iríamos aguentar ser apenas seus amigos, não daria certo e todos nós iríamos sofrer, então decidimos ir embora, sumir da sua vida e tudo vai melhorar. Nós te amamos, Ny."

As lágrimas começam a molhar o papel e minha respiração fica acelerada, eles me deixaram sem termos pelo menos uma única conversa, eles não pensaram em mim, não pensaram no que eu iria sentir, no tanto que eu iria sofrer. A cada palavra minha machuca mais, eles foram capazes de deixar uma porra de carta, mas não foram maduros os suficientes pra conversarem comigo.

Meu coração dói tanto, eu me sinto a mulher mais boba do mundo, como eu pude ser tão burra? Talvez essa carta seja apenas uma desculpa por terem me deixado sem mais nem menos. Fecho meus olhos com força tentando controlar os soluços e fazendo a respiração voltar ao normal, jogo o papel no chão do carro e saio entrando na cafeteria, eu preciso pensar um pouco e ela é perfeita.

Tem espaço livre e é gigante, tem livros e uma decoração que acalma, e eu preciso me acalmar e pensar em tudo.

— Bom dia, me vê um chocolate quente simples com chantilly de baunilha por favor

Falo para o atendente que assente e prepara, me entrega e vou me sentar na parte mais isolada, observo a paisagem bonita, o céu azul, poucas nuvens no céu e a grande cidade com pessoas pra lá e pra cá.

— Com licença, você está bem?

Uma senhora pergunta tocando meu braço levemente.

— Pra ser sincera nenhum pouco.

— Posso me sentar?

Assinto e a senhora senta ao meu lado

— Quer me contar o que está acontecendo?

— Não, obrigada. Nem eu tô entendendo o que está acontecendo.

— Terminou algum relacionamento?

— Uhum

Tomo um gole do chocolate quente e a senhora me observa com curiosidade.

— Desabafar faz muito bem

Ficamos conversando durante um bom tempo, tanto que agora já passou da hora do almoço.

— Sabe, eles me machucaram demais, não se despediram, apenas deixaram uma carta idiota.

— Acha que eles te amaram?

— Por incrível que pareça sim.

— O amor não existe, eles nunca te amaram até porquê se o amor não existe ninguém te ama, ninguém vai querer passar o resto da vida com você e o que resta é chorar e aceitar, amor é apenas a merda de uma invenção que criaram para nos deixar feito loucos. Então Any o que resta é apenas aceitar que ninguém nunca vai te amar

Ela sorri e vai embora.

Sinto meu queixo começar a tremer e aperto as unhas na palma das mãos sentindo a dor presente nesses lugares e um pouco de sangue sair.

Ela está certa, o amor não existe e... E ninguém nunca vai me amar de verdade, eu preciso apenas chorar e aceitar.

APENAS NÓS (ADAPTAÇÃO) CONCLUÍDAOnde histórias criam vida. Descubra agora