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Marinette não poderia estar mais irritada. Acordou atrasadíssima com um acréscimo de derrubar o precioso croquis que passou a noite inteirinha fazendo. Derrubou café na roupa e teve que trocar, sem contar que teve que voltar no meio do caminho para conseguir pegar a mochila que havia esquecido. A gota d'água foi ver a Lila Rossi espalhando suas mentiras para seus colegas novamente. Poderia fazer um show, gritar e tentar provar (como sempre) que ela estava errada mas não o fez. A indiferença seria algo mais apropriado.
Seus 17 anos chegaram junto com sua promessa de ignorar completamente a existência da cobra Rossi, e aquilo falhava demais. Semana passada havia se metido na diretoria justamente porque a morena a acusou de puxar seu cabelo por puro ciúmes do Adrien, o que acarretou um, quase, socão no rosto. Se Nino não a tivesse segurado, nem o miraculous ladybug traria seu rosto de volta ao normal.
Um estrondo ao seu lado fez com que se assustasse e saísse do seu mundinho particular de pensamentos tão bagunçados quanto ela. Olhando para o lado conseguiu visualizar um morena completamente irritada, tinha algumas folhas amassadas pela força na qual ela bateu elas contra a mesa de madeira, algumas mechas faziam presentes em seu rosto vermelho de ódio. Só duas coisas podiam deixá-la daquela forma: Nino ou Chloe. Descartou Chloe de cara, a loira não mexia mais com elas e inclusive conversava direto com as garotas. Havia se tornado uma amiga e tanto, não abandonou seu jeito nunca mas não era má. Só tinha uma opção: Nino.
"Nino meu amigo, você está fodido"
— Ok, o que ele fez? — Marinette disse na lata. Observou a amiga respirar fundo antes virar até ela.
— Ele esqueceu Marin, esqueceu completamente! — Alya exclamou desapontada para a amiga. — Ele esqueceu nosso aniversário de namoro. A gente tá completando 3 anos, ele tinha que lembrar! — A azulada suspirou e abraçou a amiga, e rezou pelo Lahiffe, pra sair dessa teria que receber muita ajuda.
O que era exatamente o que Adrien estava fazendo com o amigo perto da cantina. Nino chegou desesperado até o loiro pedindo ajuda para entender o que tinha feito para a namorada que não quis nem olhá-lo na cara. Depois de uns cinco minutos pensando sozinho conseguiu se lembrar da data de hoje e dramaticamente se tacou no chão sibilando baixinho: "ela não vai me perdoar nunca, tô tão ferrado" repetidas vezes. O Agreste Junior encarou o drama do amigo e massageou as têmporas. Ele tinha a plena certeza que aquilo o traria uma dor de cabeça enorme durando o dia. Só para levá-lo até a sala de aula foi um trabalho enorme, quem dirá tirá-lo da cama nos próximos dias? por isso usava seu cérebro loiro bolando um plano para ajudá-lo. Na hora do intervalo correu até a Dupain-Cheng a chamando para um canto dizendo que tinha algo importantíssimo para dizê-la.
Aquilo claramente pegou a azulada de surpresa. Aprendeu ao longos dos anos a agir como um ser humano normal perto do Adrien. Ainda gaguejava e ficava vermelha ao seu lado, mas pelo menos agora parecia uma garota normal e não uma doida. O francês via um certo charme nisso, mesmo que nunca admite-se para ninguém. Se Plagg ousasse saber disso, o mundo estaria condenado. (No caso, o mundo de Adrien).
— Provavelmente você já sabe do vacilo do Nino...
— Ele está completamente fodido, a Alya não vai perdoa-lo nunquinha. — disse de uma forma até então exagerada, sabia disso.
— Eu sei disso, por isso que nós... — apontou seu dedo entre os dois — ...vamos ajudá-lo.
— Nós vamos? — o loiro assentiu apressando-se a explicar tudo o que pensou. Metade do plano teve que ser reprisado já que a garota se perdeu completamente nos seus olhos esverdeados que estavam tão próximos do dela. Podiam passar anos, o seu amor pelo maior nunca desaparecia.
Tinha a consciência disso, e tinha até aceitado. Ano passado assistiu de camarote o namoro fracassado com uma modelo inglesa que ele conheceu em um desfile que fez para o pai. Passou seis meses ajudando ele com presentes, declarações e tudo mais. E, mesmo que dissese que não, se apaixonava um pouquinho mais toda vez que ele mostrava uma declaração. Desejou todos esses meses ser aquela na qual recebia as seguintes declarações.
Tecnicamente ela era, só que não de Adrien, e sim Chat Noir. O gatuno vivia a enchendo de cantadas até que a garota sorrisse pelo menos de canto com alguma. Ela já admitiu para ele que gostava de suas cantadas, o que o deixou mais inspirado a fazê-las. Seu cérebro lerdo nem se tocou como as cantadas eram parecidas com as que Adrien a mostrava. A garota podia ser tão devagar quanto o loiro.
— Entendeu? — ela piscou algumas vezes e logo assentiu. Ele abriu um sorriso em sua direção e foi logo percorrendo seus olhos pelo pátio procurando o boné de Nino. — Ok, achei ele, podemos começar.
Sem dar espaço para perguntas ele saiu pra ir falar com o amigo e contar sua ideia, enquanto a azulada corria até seu armário buscar as ferramentas exatas para serem usadas. Foi quando notou algo lá dentro e sorriu, aquilo seria mais útil.
Na saída...
— Somos os melhores amigos do mundo, não somos? — Agreste perguntou encostando seu braço esquerdo nos ombros da menor ao seu lado que assentiu como resposta enquanto assistia Nino entregando a pulseira com uma pulseirinha que Marinette estava guardando para entregar para a amiga em seu aniversário. Poderia pensar em outro presente perto da data, precisava ver a amiga feliz de novo. Viram os morenos se beijando e se olharam satisfeitos.
— Zerou! — falaram em uníssono quase passando despercebido. Em questão de segundos o caos foi instalado na mente de cada um. Marinette foi a primeira a arregalar os olhos por perceber como aquele simples ação já virou automática em sua vida. Já o loiro se perguntou internamente em que momento da sua vida ele e a azulada executaram o mesmo movimento para terem repetido agora. Eles viraram seus rostos devagar olhando um para o outro analisando cada feição.
— Que? — a menina foi a primeira a indagar depois de dar um pulo longe do mesmo.
— Que? — rebateu a pergunta.
Os dois soltaram risinhos nervosos desviando os olhares. O Agreste não negaria que já pensou milhares de vezes na possibilidade da sua amada joaninha ser a sua grande amiga, mas descartava porque seria muita sorte se apaixonar duas vezes pela mesma garota. Porém, naquele instante, sua cabeça só pensava em como iria encher o saco dela mais tarde quando fosse visitá-la, ou na patrulha mais tarde, até mesmo amanhã na escola. Deixou-se iludir com a ideia de que poderia, sua forma civil, ser o tão famoso crush da azulada e finalmente usou seu cérebro burro pra algo.
Enquanto a cabeça de Marinette trabalhava a mil pensando e repensando nas possibilidades dele saber fazer aquilo ser ser o Chat Noir, mas parecia que não interessava o quanto ela se negava, mais a ficha ia caindo. Fechou seus olhos por cinco segundos para respirar quando escutou um sussurro rouco vindo direto no seu ouvido.
— A propósito, seu jeitinho apaixonado é muito fofo M'Lady — depositou um selar rápido em sua bochecha e correu até seu carro que o aguardava. Deixando pra trás uma Marinette brava e vermelha pelo atrevimento de seu, agora descoberto, parceiro pilantra.