How to Love the Darkness

Uma Mistura De Sensações

[Hyuga Hinata]

Ele está parado na minha frente, os olhos encaram os pés e suas mãos abrem e fecham sem parar. Ele parece nervoso.

— Agora você quer conversar comigo? Já pensou que talvez seja tarde demais?

Nar– Eu sei eu... sinto muito.

— Eu estou cansada de te ouvir pedir desculpas — Desvio os olhos dele e me viro de costas.

Nar– Hina eu... tive medo. Eu não sou o melhor exemplo de pessoa e não sou alguém fácil de lidar. E se eu me descontrolasse e ferisse você? Te magoasse? E se eu te matasse? Eu nunca conseguiria sobreviver a isso. Perde você está fora de todas as dores que eu poderia aguentar. Eu te amo Hina.

Meus olhos se arregalam automaticamente e um suspiro escapa da minha boca. Me viro novamente para ele.

— Você é tão egoísta! — Ele finalmente me olha — Tudo o que você disse envolveu apenas você. "Eu não poderia aguentar"? Mas e eu? Você já me feriu, Naruto, partiu meu coração e matou toda a consideração que eu tinha por você. Se me amasse mesmo, teria ficado ao meu lado.

Nar– Isso não é... isso não é verdade.

— Então prove — Ele se aproxima de mim e levanta a barra da blusa.

Uma mancha aparece. Uma tatuagem.

— Um selo?

Nar– Há 13 anos, um monstro atacou Konoha e para salvar a vila, o yondaime o selou dentro de um bebê recém nascido. Dentro de mim. Eu levei uma vida de ódio, rancor, medo e descontrole. As pessoas me olhavam com receio e eu revidava. Eu já matei uma pessoa inocente, apenas porque ela sentia medo de mim. Um medo justificável — As lágrimas escorrem pelas suas bochechas, mas ele não parece se incomodar — Quando você disse que retribuía meus sentimentos, eu me senti uma nova pessoa, me senti tão feliz, mas alguém me alertou que eu era um perigo para você e que se eu te amasse mesmo, eu deveria querer te manter segura. E essa pessoa estava certa. Eu poderia facilmente perder o controle e matar você — Ele seca as lágrimas com as costas da mão — Eu sei que sou egoísta, que sou um mentiroso, arrogante e insensível, mas eu fui verdadeiro quando te falei o que sentia. Quando disse que amava você. Eu amo, Hina. Amo mais do que tudo. Mais do que a mim mesmo.

Não há lágrimas para mim, nem suspiros, nem nenhuma resposta. Tudo que consigo fazer é apertar seu corpo contra o meu em um abraço acolhedor. Ele me abraça de volta e eu sinto como se as cores estivessem de volta a minha vida.

— Eu também, eu também amo você mais do que a mim mesma.

Nar– Me desculpe. Por favor, me desculpe.

— Tá tudo bem. Eu entendo.

Ele se afasta e acaricia meu rosto com uma de suas mãos, seu sorriso é largo e sincero. E seus olhos, ahh, como eu senti saudades desse olhar meigo e profundo.

Mas ele mudam, dilatam quando ele olha para algo atrás de mim. Alguém enfurecido.

Pai— Hinata? O que vocês estão fazendo? — Ele se aproxima e me afasta do Naruto — O que está fazendo com esse garoto? Quantas vezes eu lhe avisei para ficar longe dele?

— Pai? O que houve?

Pai– Você não se lembra? Da criança demônio que matou o Kon e vem assombrando seus sonhos desde então?

Arregalo os olhos e desvio minha atenção para ele. Uma lâmpada se acende na minha cabeça e minha boca pende quando o reconheço. Os malditos pesadelos que sempre tenho. Uma criança de cabelos amarelos e olhar assustador sobre o corpo do Kon, com o corpo envolto em chakra e uma cauda aparente.

— Naruto-kun... — Ele parece ainda mais chocado do que eu.

Nar– Eu me lembro agora. Da outra pessoa. Era você, era você, Hina.

Ele me encara com um olhar sofrego e me assusto quando lentamente seus olhos mudam de cor. O azul-oceano profundo de antes, deu lugar à um vermelho denso, como sangue. Dentes afiados saem de seus caninos e garras aparecem em seus dedos. Esse não é mais o Naruto, é um...

— Demônio!