Rio de Janeiro|Brasil| 27 de abril de 2021 Sábado 19hrs PM
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Finalmente em casa, depois de um longo plantão estou de volta ao meu humilde e lindo apartamento, estava morta de cansaço mas desde cedo meu guarda roupa estava me incomodando, estava um caos enorme e meu espírito de arrumação fala mais alto e decido arrumar ele agora, vou ignorar todo o sono e cansaço, só preciso ver ele arrumado para me sentir verdadeiramente feliz, e de certa forma é um jeito de focar mais em coisas pra mim, eu passei o dia todo com um sentimento estranho não sei explicar oque é mas alguma coisa me incomodava, passei esse dia aluada, olhando pro nada e nada mais me irrita do que algo que não consigo resolver e isso eu claramente não estava ao meu alcance de resolução e olha que eu nem sei oque é, apenas ignoro isso e começo a arrumar minhas coisas.
- Gente, tem roupa aqui de 2006 e eu nem sabia - Rio comigo mesma, a quanto tempo não arrumava esse guarda roupa ele está precisando ser renovado inclusive, também com enorme falta de tempo eu nunca que iria conseguir então é agora ou nunca. Começo arrumar tudo, minhas gavetas, as partes só de maquiegem e começo a mexer lá no alto pra ver se acho mais alguma coisa e de repente uma pequena caixinha de papelão azul escuro com uma lua desenha na tampa cai na minha cabeça.
- Ai merda que susto - ponho a mão na cabeça. - Como isso veio parar aqui? Não me lembro de ter trazido isso comigo - fico meio confusa mas decido abrir né porque as minha curiosidade é maior que tudo. Abro a pequena caixinha e vejo várias fotos minhas pequenas, fotos de família, já estava quase chorando por falta da minha família que nao veio pro rio comigo e com a minha irmã mas logo saio desse transe quando vejo uma foto minha com um menininho, aparentemente recém-nascidos, fico tentando puxar na memória quem poderia ser essa criança mas nada sinto a enorme impressão de conhecer ele, sei quem ele é mas a minha mente aparentemente bloqueou quanto mais eu tento lembrar mais difícil fica. Continuo olhando mais fotos minhas com esse menininho mas dessa vez um pouquinho maiores e a única coisa que consigo reparar é a medalhinha de sol que ele usa e finalmente ligo os pontos.
- Ravi...não é possível eu me livrei de tudo que me ligava à ele - continuo olhando as fotos e n o fundo da caixa a medalhinha, o sol. Eu não conseguia acreditar no que estava vendo, eu simplesmente apaguei ele da minha vida, memória tudo, queria apenas esquecer que ele passou pela minha vida, pra mim ele tinha morrido, o tamanho da minha raiva e mágoa por ele é tão grande que minha mente me fez esquecer tudo e é exatamente oque eu quero fingir que ele nunca existiu assim como ele fez quando foi embora. O tamanho da raiva que eu sinto é indescritível e eu não ligo que foram a dez anos atrás e eu deveria ter esquecido isso, mas não consigo, tudo que isso me causou, tanta dor, tantas lágrimas, me sentia culpada por causa de um filho da puta que simplesmente não teve a consideração e cuidado comigo, saiu sem mais nem menos!.
🌙
Flashback on
- Ravi ser rico não é uma profissão - Rio no balanço com ele.
