𝒪𝓃𝑒𝓈𝒽𝑜𝓇𝓉
- 𝓨𝓸𝓸𝓷𝓶𝓲𝓷 -
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-Por entre tons cinzas que se fazem mergulhar pela vida, por entre a escuridão tão presente em sua mente, se deixava confortar sob o banco do jardim. O mesmo banco que outrora o fortalecia de livres e negativos pensamentos. O próprio assento que por ora o permitia se esconder, tão simplesmente quanto a melodia tão presente em seus ouvidos.
As notas suaves eram para si, desde que conhecia tão cedo, uma espécie de uma aura pura. Eram ruídos já fartos de tanto escutar mas nunca de sentir. Era como se tudo à sua volta se permitisse ocultar, nada mais havia que as emoções dentro de sí. Nada mais importava, era somente ele e aquela cantiga, profunda e amiga, interna de ideias e concepções positivas.
O ar fresco que se havia pendurado pelo seu redor, acompanhava quase que a canção tocada e isso o obrigava a desfrutar mais sobre o assunto.
Por fim, se deixou afastar da fadiga constante em seu corpo em relação ao mundo. Seria este o seu único método de cura. O principal problema de sua vida. Uma paixão tão comum por música.
Talvez quem diria, que sua atenção fosse simples assim. Que para captar sua concentração era somente necessário o abalar pelo mesmo gosto.
Foi assim que pela primeira vez aquele cidadão se fez destacar em seu mundo.
Sua música já teria terminado, faz tempo, mas aquele desconhecido ritmo o concentrava demais sobre o redor.
Por entre todo o incómodo barulho do universo, aquela sinfonia de sons o despertava. Era algo simplesmente tão diferente sobre aquilo que antes escutara. Nunca se permitiu ouvir sobre aquilo, nem tão pouco conhecia aquele símbolo.
Se deixou da zona de maior conforto, em busca pela primeira vez do desconhecido. O mistério era maior que qualquer outra coisa, nem mesmo os estudantes que imploravam para falar consigo o atendiam o pedido tão necessitado.
Para si, aquela seria a única voz que merecia sua atenção. Conversava consigo numa espécie de canção, o empurrando a sempre seguir em frente, sem nunca hesitar, sem nunca parar. Uma força descomunal era mais forte que o próprio universo à sua volta.
Aquele era seu verdadeiro destino, revelar os seus interesses, conhecer quem se encontrava por detrás das teclas sinfónicas. Quem poderia somente ter a coragem de o captar de tal forma a mente?
Os obstáculos em sua frente, com o tempo se fizeram desvanecer, se apercebiam de que era inútil tanto esforço para o conceber pairar e abandonar o sonho.
A única coisa que ainda assim se meteu por entre seu caminho, foi uma simples porta. A mesma que dividia o instrumento e o maestro. Que pretendia impossibilitar o olhar e a apreciação precoce.
Deveria o menino seguir em frente com seus passos? A ária estava mesmo na sua frente. Ela implora pela sua chegada, cantava e se balançava sozinha sem um único observador. Se sentia sozinha ali dentro.
Era demasiadamente perfeita para não ser enxergada e admirada.
O fetichista se rompeu entre o tempo de busca e por fim fez eliminar o obstáculo adiante, o movendo para o lado, como se fosse um simples nada, que por ventura seria realmente isso.
A porta foi afastada, dando finalmente lugar à sala já conhecida mas agora tão nova e misteriosa. Um vento forte o pareceu abater por segundos junto de infinitas emoções e sentimentos que antes nunca sentiu. A sintonia agora era alta, capaz de fazer doer os próprios ouvidos talvez. Mas era necessariamente tão perfeita, honrada e tocada por um jovem de sua mesma idade, a que cabelos rosa eram preenchidos e o corpo formal vestido o entregavam o próprio sentimento e reação sobre o que deveria pensar.
Não era tão comum sobre si se permitir aproximar de outras pessoas, no entanto aquele ser era diferente. Brilhava aos seus olhos enquanto fazia aquecer sua pobre alma assustada.
Mas nada era tão puro quanto sua expressão e seu ritmo cintilante e reluzente. Toda aquela sala de música se abandonaria de situações passadas. Uma nova memória estava a ser feita entre aqueles dois jovens, que por ora se encararam tão derrepente quanto a súbita chegada da fadiga, dos pensamentos negativos, dos mau pecados, do medo e do susto presente pelo universo.
A melodia se fez sumir, como uma borboleta branca a se cobrir de negro para incapacitar que sua beleza fosse exprimida a todos.
Certamente essa borboleta não haveria de se voltar a revelar tão cedo. Estava tão assustada quanto os tristes olhos dos dois meninos, amantes do mesmo fetiche.
- E-Eu peço desculpa, sua música me captou a atenção.
- E-Eu não deveria estar aqui, não se preocupe eu já estou de saída...
Os pequenos olhinhos a enxergar o quase desaparecimento de sua borboleta, o causava um sentimento de pânico. Era uma angústia que ansiava já se livrar, antes que as confusões do mundo real o podessem atormentar.
- E-Espere! P-Porfavor poderia continuar a tocar para mim?
- C-Como assim?
-Eu estou aqui para ouvir mais... P-Poderia continuar a tocar?
- Você gosta de minha melodia?
- Sim, eu gosto e quero conhecer mais sobre essa sua sintonia.
Nada era mais excêntrico que o sorriso do maestro, por ora corou, antes de dar lugar ao seu novo apreciador.
O fã ao se declarar de novo com o justo aparecimento da borboleta, mostrou honra, admiração e contentamento, como sinal de que poderia confiar em si.
"Não tenha medo, eu estarei do seu lado, cante e dance para mim"
A aura injusta e impura sob o mundo logo se fez adormecer com a repentina canção expressada sob toda a sala.
Novamente o mundo se afastava da mente do pequeno. Novamente o conforto e a descontração o abraçava por dentro. A alma pura da melodia o acariciava de tal forma.
E tão apaixonado que agora o menino se sentia. Era a primeira vez que conhecerá um desconhecido excêntrico mas bonito e ágil sobre as teclas do piano que por sempre se permitia tocar e mostrar professionalismo.
Os olhos do admirador quase que secreto se deixaram fechar e sua cabeça se inseriu sob o ombro do maestro, do verdadeiro compositor de uma cantiga tão bela e bonita.
Quase que se sentiria adormecer pelo doce sabor. Seus lábios que por ora sorriam, demonstrando total contentamento pelo suposto desconhecido.
E por fim os dois talvez se declararam do mesmo gosto. O semelhante favoritismo e a mesma coberta sob o mundo real e as intenções problemáticas. Nada mais poderia abalar este momento entre os dois já conhecidos. Em tão pouco tempo, pareciam já ser melhores amigos, quase que amantes pelo mesmo tipo de fetiscismo.
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𝒫𝒶𝒾𝓍𝒶̃𝑜 ℳ𝑒𝓁𝑜́𝒹𝒾𝒸𝒶
Espiritual𝑂𝑛𝑑𝑒 𝑀𝑖𝑛 𝑌𝑜𝑜𝑛𝑔𝑖 𝑠𝑒 𝑎𝑝𝑎𝑖𝑥𝑜𝑛𝑎 𝑝𝑜𝑟 𝑢𝑚𝑎 𝑚𝑒𝑙𝑜𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑒 𝑝𝑖𝑎𝑛𝑜, 𝑡𝑜𝑐𝑎𝑑𝑎, 𝑝𝑜𝑟 𝑢𝑚 𝑠𝑖𝑚𝑝𝑙𝑒𝑠 𝑒𝑠𝑡𝑟𝑎𝑛𝘩𝑜. [ 𝑌𝑜𝑜𝑛𝑚𝑖𝑛 ] °¶ 𝑂𝑛𝑒𝑠ℎ𝑜𝑟𝑡 °¶ 𝐵𝑡𝑠 - 𝐾𝑝𝑜𝑝