Hinata
Hinata acordou como ele normalmente vinha acordando esses dias, esparramado no lado da cama de Kageyama. Ele nem se desculpava mais. Os lençóis eram lisinhos e os travesseiros fofos e macios, diferente do lado de Hinata, que ele arrumava de qualquer jeito.
Além do mais, era um pouco estranho admitir, mas quanto mais tempo Hinata morava no apartamento mais ele estava associando o cheiro de limpeza e das coisas de Kageyama com casa. Ele esfregou a bochecha contra o travesseiro, suspirando contente, e se permitiu ficar ali mais um minuto enrolado nas cobertas antes de se levantar e se aprontar para o trabalho.
Eventualmente, porém, quando Hinata finalmente se pôs de pé, ele instantaneamente soube que havia algo errado. Sua cabeça e pescoço estavam pesados e doloridos, e o ar de fora da cama o fez se arrepiar.
"Não, não, não. Eu não quero estar resfriado!" Hinata gemeu, esfregando sua testa quente.
Normalmente Hinata odiava estar doente porque isso significava que você não podia fazer coisas legais tipo jogar vôlei, e por mais que isso ainda seja verdade, agora tinha muito mais do que isso envolvido. Ele e Kageyama não haviam conversado sobre o que aconteceria se um deles precisasse ficar em casa sem avisar, e isso podia deixar as coisas realmente esquisitas. Além disso, Hinata jamais ia se perdoar se a primeira vez que eles se vissem pessoalmente fosse com ele estando todo nojento e doente.
Determinado a não deixar isso acontecer, Hinata se forçou a sair do colchão e ir cambaleando para o banheiro. Ele só precisava ter certeza que não estava com febre (por trabalhar com crianças e tudo o mais). Ele piscou com força no que a luz fluorescente atingiu seus olhos, e abriu as gavetas até achar o que estava procurando.
Ele colocou o termômetro abaixo da língua e continuou se arrumando, tentando não morder sem querer enquanto casualmente colocava o uniforme e ajeitava a mochila. Finalmente, o termômetro fez o barulhinho, e Hinata ficou feliz em ver que sua temperatura estava apenas um pouco mais alta, mas não chegava a ser febre ainda. Agradecendo qualquer que seja a força que o ajudou, Hinata comeu qualquer coisa, escovou os dentes e saiu pela porta para ir buscar sua bicicleta.
Quando estava na metade do caminho, Hinata estava se sentindo um pouco melhor e a brisa fresca era agradável em suas bochechas quentes. Ele se levantava do assento enquanto pedalava, respirando bem fundo. Hinata amava pedalar a essa hora do dia. A paisagem sempre parecia mais bonita com a luz azulada da manhã onde metade das pessoa estava semi-adormecida, e os únicos sons eram os das rodas de sua bicicleta e o cantar dos passarinhos.
Ele viu algumas pessoas caminhando ou em seus bicicletas, se preparando para o que fazia todas as manhãs: tentar ver se algum deles era Kageyama. Ele começou essa coisa de tentar descobrir quem era seu colega de quarto todas vez que ia ou voltava do trabalho. Hinata sabia que isso era bem estúpido porque ele não fazia ideia de como Kageyama era, mas ele não conseguia ignorar o sentimento de que se os olhos deles se encontrassem, ele apenas saberia que era ele.
Mas infelizmente, hoje era só um homem idoso caminhando com o cachorro e grupinhos de garotas do Ensino Médio. Hinata suspirou enquanto passava pelo último grupo, e fez uma nota mental para perguntar para Kagayama mais sobre seu trajeto quando voltasse para casa essa tardinha.
Não houve tempo para ele se sentir desapontado, porém, porque Hinata estava chegando na sua parte favorita do caminho. Seu coração acelerou no que ele começou a subir a lomba familiar, suas pernas trabalhando mais duro até chegar ao topo da colina. Então, logo que ele começou a descer, Hinata tirou os pés dos pedais e uma risada saiu de sua boca, no que ele sentia o vento levando seus cabelos e entrando por dentro de suas roupas.
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A Place to Call Home - {pt. version}
FanfictionKageyama juntou as sobrancelhas. Como as pessoas não viam como esse plano era brilhante? Ele trabalhando sempre de noite significava que ele só estaria no apartamento durante o dia, quando seu colega de quarto vai estar trabalhando, então eles nunca...