2 - Primeira Confusão

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Por Clara:

  Acordo com meu celular tocando. Olho a tela e vejo que é um número desconhecido, atendo e a voz robótica de alguma empresa de telemarketing logo se pronúncia. Nem deixo continuar e já desligo a chamada. Bufo de raiva e olho que horas são; 10:20. Me levanto e me arrasto até o banheiro.

  Ontem eu e Nina fomos dormir 3 da manhã assistindo série e eu ainda fiquei em chamada de vídeo com meu amigo Heitor até às 5 da manhã.

   Me olho no espelho e vejo meu cabelo que está mais parecendo um ninho. Sob meus olhos tem olheiras grandes e minha cara está amassada. Escovo os dentes e passo uma água no rosto.

  Saio do quarto e vejo Nina na cozinha, provavelmente fazendo o café da manhã. Ela já está vestida para sair. Ela está com uma calça de couro preta, um body preto de costas nuas e coturnos.

  — Pra onde você vai tão cedo, Nina?

  — Tenho uma campanha pra fazer às 11:30. Só estava fazendo suas panquecas e já estava de saída. Foi dormir tarde ontem né, lindeza? — Ela pergunta provavelmente vendo o estado do meu rosto.

  Amarro meu cabelo em um coque frouxo e assinto me sentando à mesa. Ela tira as panquecas da frigideira e coloca em um prato, coloca o prato e um pote de mel na minha frente. Sorrio para ela e pego uma das xícaras que estavam em cima da mesa e coloco café pra mim.

  — Estou indo, se comporte viu? — ela diz e me dá um beijo no topo da cabeça.

  — Pode deixar, mamãe — ela ri e vai até o sofá, pega sua bolsa e saí do apartamento.

  Corto um pedaço da pilha de panquecas à minha frente, levo a minha boca e saboreio aquela maravilha. As panquecas da Nina são as melhores do mundo, sério.

  Termino de comer, lavo e guardo a louça que sujei e a frigideira que a Nina usou para fazer as panquecas e vou para a sala. Ligo a tv colocando na Cartoon Network, me deito no sofá e fico assistindo até escutar o barulho que algo sendo derrubado no corredor, logo após escuto um xingamento e saio para ver o que é.

  Nem um pouco curiosa, eu sei.

  Abro a porta e vejo que é o Alex, meu vizinho. Ele olha para o vaso de flores da vizinha que mora ao lado do meu apartamento e xinga de novo.

  — Droga! — ele se ajoelha e pega os cacos de porcelana, parece que ele não me notou ainda

  — Você devia tentar colar com superbond. — Me encosto no batente da porta e ele olha pra mim assustado.

  — Que? — eu rio da expressão dele e vou até ele.

  — Talvez ela nem ligue pra isso. Ainda bem que não tinha terra aí.

  — Agora me diz que vizinha maluca deixa um vaso de flores no corredor de um prédio? — ele diz isso e escutamos um barulho na maçaneta da porta da casa da dona do vaso. Ele me olha e me levanto, puxo ele pra se levantar e entro correndo no meu apartamento puxando ele. Fecho a porta e fico escutando atrás dela. Ele me olha sem entender nada.

  Olho pra ele e sorrio.

  — Estou salvando sua pele. Se ela não ver o culpado, não vai brigar com você.

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⏰ Última atualização: May 05, 2021 ⏰

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