Minha feliz descoberta - Hange x Leitor - gênero neutro

Prólogo

Você nasceu como eldiane, protegide pela segurança da Muralha Maria. Por sorte, você tinha uma boa família. Sua mãe trabalhava como costureira para os aldeões de sua vila, seu pai trabalhando como herbalista, uma profissão que você sempre admirou. Criade com muito amor, realmente foi desastroso quando um enorme Titã colossal destruiu tudo o que você conhecia.

A muralha.
Seus sonhos.
Sua casa...
E sua família.

Você conseguiu fugir de barco junto de sua mãe, que tornou-se viúva naquela mesma tarde.

Seu pai era um homem bom... amava você, sua mãe e seu irmão... antes do seu irmão desaparecer em uma missão dos "suicidas" da Exploração.

Seu pai era um homem bom demais para acabar sendo devorado por um daqueles monstros. Você não perdoaria os titãs. Nunca.

"P-Por que?! Por que com a gente?!" - você pensava. - "As muralhas! Elas deveriam nos proteger!" - o abraço quente de sua mãe tentava te acalmar, mas o caos... os gritos... o sangue e o choro... nada disso poderia sair de sua cabeça.

"EU VOU DESCOBRIR O PORQUÊ. EU VOU MATAR TODOS ELES E ENTENDER O MOTIVO DESSA DESGRAÇA"

POV: S/N

Acordo rapidamente com o som das panelas batendo. De novo, acordando no quarto coletivo do quartel.

- Qualééééé! Ainda é mó cedo! - Ouço Connie reclamar, coçando os olhos.

- Ereh... - Mikasa levanta da parte de baixo do beliche do Eren, o qual a parte de cima estava vazia.

Ela logo deve ter lembrado o porquê do Eren não estar lá, já que a vejo sair apressada com aquele cachecol fedido no pescoço. De novo o menino-titã estava servindo de cobaia pra Tenente Hange.

Não vou mentir... eu adoraria receber um convite pra observar os experimentos da Hange... Admiro muito o trabalho dela de explorar a anatomia dos titãs. Aqueles seres ainda me causam arrepios, mas a animação da tenente é tão... inspiradora.

Torno a me levantar da beliche que divido com Armin e desço as escadas sem pressa. Levi e Erwin estão em reunião, então nem vou levar esporro mesmo!

- Oe! Connie! Levanta! Já tá pronto o café da manhã! Se não levantar agora eu nem te espero! - nossa querida menina-batata puxa Connie da cama.

Às vezes essas pequenas cenas rotineiras me animam... Um pouco de normalidade é reconfortante, mesmo sabendo que podemos morrer em questão de dias... ou horas.

- Vamos, _____. Não vai ser interessante se chamarmos atenção. Esses caras só são problema. - Annie começa a se vestir, me trazendo de volta à realidade

Desde quando eu e Annie ficamos tão amigos? Eu não lembro ao certo... talvez seja porque ambos somos um pouco reservades... ou até mesmo por causa do dia em que conversamos sobre nossas famílias.

Annie tem um pai para quem quer voltar... e eu tenho minha mãe. Não é fácil sair de uma vida simples dentro das muralhas, para servir ao exército da humanidade. Eu admiro todos aqui por terem tido essa coragem, inclusive a Annie.

Entrei no quartel pela minha curiosidade... por não poder dormir sem ter respostas...

Eu não sou tão altruísta por pensar em arriscar minha vida pelos outros... mas eu dou minha vida pra provar a mim mesme que não foi tudo em vão.

Me visto também, vendo os outros acordarem e levantarem, Reiner e Bertholdt se vestindo muito mais rápido que eu, como soldados treinados há eras. É realmente impressionante, já que entramos no mesmo ano e batalhão.

Certeza que eles foram soldados em uma vida passada!

- Vou indo na frente, Annie! Se a Sasha for primeiro, certeza que não sobra nem pão! - digo

Já vestide, saio dos quartos, indo até a cozinha, vendo Ymir e Christa, ambas trocando alguns olhares enquanto lavam a louça do preparo do café.

- Bom dia, pombinhos! Precisam de ajuda em algo? Já vou lavar a louça de hoje a noite mesmo, então não hesitem em dizer. - me aproximo, já arregaçando as mangas

Christa me olha com seu olhar gentil e um pouco envergonhado.

- N-Não, não. Pode deixar. Já estamos acabando. Você pode ir levando as cestas de pão pras mesas, se não for incômodo?

- Opa, sem problema! Ainda mais pra um amorzinho como você, Christa. - sorrio só para puxar o saco, não me surpreendendo em ver Ymir me ameaçando com os olhos

- Fica na sua, ______. A Christa é minha.

- Relaxa, eu nem tenho coragem de roubar a sua Christa. - pego algumas cestas de pão e levo para as mesas.

"A comida está escassa ultimamente... Os mantimentos estão difíceis pra chegar."

Ao colocar as cestas na mesa e as arrumar de maneira que o Capitão Levi não invoque com elas, vejo a Tenente Hange chegar coberta de sangue de titã evaporando de suas roupas, rindo em seu jeito estranho.

- Regenera! Imagina isso! Regenera as partes humanas! Preciso ver o limite disso! - a vejo se jogar no banco das mesas de jantar

- Bom dia, Tenente Hange - coloco a mão fechada sobre o peito, em sinal de respeito

- Hm? Ah! Bom dia, soldado! - ela bate na mesa ao se levanta empolgada - Você não vai acreditar nisso! O Eren! Re - ge - ne - ra!

- E-Eu imagino... ele é um titã, não? Deveria mesmo regenerar.

- Sim! Mas é surpreendente! Como?! Por que?! O que causa isso?!

Lembro-me dos estudos do meu pai. Como um herbalista, aprendeu muito sobre as plantas e suas origens... logo penso em uma hipótese.

- Uma semente.

- ... Hm? - Hange me olha, finalmente prestando atenção no que tenho a dizer

- U-Uma semente, tenente... Quando uma planta nasce, o caule sai da semente, depois ficando suas raízes no solo. E se for assim? No corpo humano... deve haver algum ponto de sustentação por onde sai esse poder...

Um silêncio reflexivo paira.

- A espinha. A ESPINHA, SOLDADO! MEU DEUS, VOCÊ É UM GÊNIO! EU PRECISO TESTAR ISSO! - logo sinto o abraço animado de Hange. Ela é quente... mesmo que cheire a carne podre de titã. - Ei! Amanhã! Deixe suas tarefas de lado! Eu converso com o capitão, sem problemas! Você vai me ajudar nos experimentos!

Um tempo se passa em silêncio.

- Qual o seu nome mesmo? - ela me olha

Sério que ela não lembra?

- _______, tenente.

- _______! Ótimo! - ela pega um pão, põe na boca e sai

Bem... isso é um avanço, eu acho.