• Capítulo 3

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- Entre, Alice, querida. - Diz Débora, mãe de Mateus, com um sorriso no rosto. - Mateus está lá em cima, no quarto. Pode subir.

- Obrigada, Débora. - Digo, sorrindo de volta, enquanto entro depressa.

Vim ver como Mateus está. Não consegui parar de pensar nele o dia inteiro. Eu estou muito preocupada, e sei que não estou errada em me sentir assim. Eu sei toda vez que Mateus me esconde algo, e essa é uma.

Ao subir as escadas, já posso ouvir daqui sua voz acompanhando a melodia de seu violão. Mateus é mega fã de Beatles e passa o dia todo cantando as músicas deles. Sua voz é tão suave, mas, ao mesmo tempo, tão intensa. É, com certeza, uma das mais lindas que já ouvi.

Ao chegar na porta de seu quarto, paro e o observo. Eu poderia ficar o dia inteiro ouvindo ele cantar. Enquanto forma, com uma das mãos, os acordes, a outra desliza sobre as cordas do violão, fazendo o dedilhado perfeito se misturar com sua voz.

- Blackbird. - Digo, sorrindo, quando ele termina de cantar, colocando seu violão sobre a cama.

- Desde quando você está aí? - Ele diz e sorri de volta.

- O suficiente para saber que meu melhor amigo canta como ninguém.

- Ah, para. - Diz, sorrindo. - Você exagera.

- Não dê uma de modesto. Não funciona comigo, Mateus. - Digo, sorrindo e levantando as sobrancelhas.

Mateus vem em minha direção e me dá um abraço. Isso faz meu coração preocupado se derreter na mesma hora. Me sinto totalmente completa ao lado dele. É como se não existisse mais nada ao meu redor, apenas ele. Ele tem a capacidade de me fazer feliz até nos piores momentos. Seja com suas piadas bobas ou com seu sorriso contagiante. Mas tudo isso passa quando me lembro que ele não sente o mesmo. Tudo isso passa quando lembro que não posso estragar a nossa amizade com meus sentimentos bobos. Eu não posso fazer isso!

- Não sabia que viria. - Ele diz, enquanto guarda seu violão no estojo.

- Vim saber como você está. - Digo. Até eu percebi o peso em minha voz, quando essas palavras saíram de minha boca. - Você está estranho, Mateus. Não é de hoje que você está diferente. Tem algo que queira me contar?

- Estranho? Eu? - Ele diz, colocando a mão na parte de trás de seu pescoço. - Bom, me desculpe. Só estou com muitas coisas em minha cabeça.

- Entendi. - Digo, séria.

Se ele pensa que isso me convenceu, está muito enganado. Como ele pode mentir para mim, na maior cara dura? Está mais que claro que ele não quer me contar algo. Eu entenderia se ele dissesse que não quer falar, mas ele simplesmente fica mentindo. Estou cansada demais para insistir nisso.

- Vou para casa. Até ama... - Digo, já me virando para a porta, quando sou interrompida por Mateus.

- Não, não, mocinha. Agora que já veio até aqui, vai ter que ficar. O que acha de tomarmos um sorvete e depois andarmos por aí? - Ele diz, empolgado.

- Estou cansada, quero ir para casa.

- Bom, tudo bem. Te acompanho até sua casa. - Ele diz.

Detalhes. De preferência, os menores. São eles quem nos fazem sentirmos especiais.

- Tudo bem. - Digo, dando um leve sorriso.

Não consigo ficar chateada com Mateus. Talvez, seja tudo coisa da minha cabeça. Pelo menos eu espero que seja.

 Pelo menos eu espero que seja

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⏰ Última atualização: May 20, 2021 ⏰

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