𝘽𝙧𝙤𝙠𝙚𝙣 𝙃𝙞𝙡𝙡𝙨 - 𝙑𝙞𝙣𝙣𝙞𝙚 𝙃𝙖𝙘𝙠𝙚𝙧 [𝙨𝙝𝙤𝙧𝙩]

Capítulo 4

Por um certo momento comecei a me sentir vazia e sem total direção enquanto continuava a ser guiada pelo rapaz, ele virava ruas por ruas sempre a olhar para os lados para ter certeza que ninguém estaria a nos observar, por vezes eu era surpreendida ao ser jogada contra algum muro ou ao ser obrigada a me agachar de repente para me esconder, e em todas as vezes que tentava fugir eram levadas em vão, já que mesmo sem armas o de olhos castanhos é forte o suficiente para me ferir - ou até mesmo me matar - somente com a força de seus grandes punhos fechados.

Me sentia surpresa a cada rua que virávamos, não imaginava que a cidade fosse maior do que eu conhecia e muito menos que existiam tantos atalhos e cortes pelas dezenas de becos aleatórios por onde eu era arrastada. Minha mente não estava digerindo tudo o que acontecia, pela primeira vez em muito tempo como prodígio sinto que não estou usando a minha lógica para tentar fugir aqui, como se eu não tivesse escolha além de deixar o rapaz me levar.

O de olhos castanhos pareceu abater-se por completo depois de um certo tempo andando, as fotos da mulher que dizia ser sua mãe estavam sendo amassadas em sua mão, tal como alguns documentos que dizem à respeito da Grace.

Quanto mais andávamos, a cidade parecia maior do que eu costumava pensar, nunca poderia imaginar que Broken Hills pudesse abrigar tantas ruas em um espaço tão pequeno. Essa cidade parece ser uma grande caixa de surpresas, com segredos ocultos e ruas escondidas que ninguém poderia imaginar que existiriam.

"Precisa da minha ajuda?" Por fim perguntei enquanto nos agachávamos em uma pequena entrada no fundo de um beco, entramos por uma porta que dava em uma escada escura para baixo, por onde mais uma vez fui arrastada para baixo após garoto trancar a porta. "Você matou aquelas pessoas, não matou?" O suposto Vinnie não respondeu a minha pergunta ou apenas fingiu que não ouviu, um de suas mãos seguravam um dos meus braços enquanto a outra levava as minhas coisas.

Ele ascendeu a luz assim que as escadas acabaram e por fim me soltou, o ambiente era pequeno e pouco iluminado, o cheiro de poeira predominava devido aos móveis velhos que ocupavam o espaço, não há janelas ou qualquer lugar que a luz possa passar, o espaço não tem divisões entre uma sala com um sofá pequeno, uma pequena cozinha e um tipo de quarto com uma cama de solteiro no canto, onde havia uma garota sentada a nos esperar.

"Daisy" O suposto Vinnie chamou a garota, que logo se levantou e me encarou de forma feia, como se não aprovasse a minha presença aqui. Me surpreendi com a semelhança que ambos tinham, eram realmente muito parecidos e estava claro que eram irmãos.

"Quem é ela?" Daisy perguntou, apontando para a minha pessoa. "Combinamos ontem mesmo de não trazer ninguém aqui, Vinnie, e hoje você aparece com uma garota?" Ela exclamou irritada, vindo na minha direção bruscamente.

"Acha mesmo que essa garota veio aqui porquê quis?" Ele rebateu irritado. "Não sei nem o nome dela e algumas noites atrás eu a ataquei, não a trouxe aqui pra transar." Vinnie não estava com raiva como Daisy, se mantinha calmo e parecia abalado enquanto jogava minhas coisas sobre o sofá e as espalhava.

"Por quais motivos você a trouxe aqui então?" Ela não precisou de resposta alguma assim que Vinnie entregou as fotos da mulher morta nas mãos de Daisy, ela tapou a boca com as mãos ao ver as imagens, passava uma por uma com lágrimas nos olhos, prontas para escorrerem pelo
seu rosto. "O que significa isso?" Perguntou atirando as fotos de volta para o rapaz de olhos castanhos.

"Daisy..." Ele suspirou antes de continuar a falar. "Ela foi achada morta na noite da fuga, não sei como veio parar aqui, ela foi achada por essa garota, que diz que é a dona da casa da nossa mãe."

"Pode por favor dizer quem você é, o que está fazendo nesse inferno e por que a minha mãe foi encontrada morta na casa dela, que você diz ser sua?" Daisy perguntou para a minha pessoa sem ter coragem de me encarar, diferente de seu irmão, que me fitava fixamente.