Te ofereci meu coraçãoVocê, gentilmente, devolveu-o para mim.
Você, gentilmente, recusou-se a segurá-lo, mesmo que só pra checar se ele se encaixava nas suas mãos, se ele era pesado, se ele te esquentava.
Você, gentilmente, deu-me um abraço e se foi.
Gentilmente.Ou talvez, apaticamente. Você nem quis o olhar. Nem quis o tocar. Nem quis o sentir.
Tudo bem, não é sua obrigação.
Mas agora ele se isolou no fundo da minha caixa torácica, quase como se olhasse as costelas iguais a celas da prisão que ele quer criar em volta de si.
Se sentou num cantinho escuro, gelado, onde o sangue se demora a chegar e se demora a partir, esfriando todo o meu corpo com a baixa circulação.
Ele bateu tão desenfreado esperando que, ao menos, fosse olhado, que agora ele não tem mais forças.
Deixou o cérebro voltar ao comando de onde nunca deveria ter saído.
Porque esse coração é bom, eu gosto de acreditar, mas ele é inconsequente. Ele age por impulso, e não são os nervosos. Ele age pela expectativa. Ele age pela ilusão.
Mas pelo menos ele age...não é?
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Tudo aquilo que não te disse
PoetryPalavras que não disse a ele. Pensamentos que não verbalizei. Textos que não disse a ela. Sentimentos que não aceitei. Tudo aquilo que não me cabe mais, talvez caiba em outro alguém. Tudo aquilo que não me foi dado, talvez nem pertença a ninguém. T...