Te ofereci meu coração

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Te ofereci meu coração

Você, gentilmente, devolveu-o para mim.

Você, gentilmente, recusou-se a segurá-lo, mesmo que só pra checar se ele se encaixava nas suas mãos, se ele era pesado, se ele te esquentava.

Você, gentilmente, deu-me um abraço e se foi.
Gentilmente.

Ou talvez, apaticamente. Você nem quis o olhar. Nem quis o tocar. Nem quis o sentir.

Tudo bem, não é sua obrigação.

Mas agora ele se isolou no fundo da minha caixa torácica, quase como se olhasse as costelas iguais a celas da prisão que ele quer criar em volta de si.

Se sentou num cantinho escuro, gelado, onde o sangue se demora a chegar e se demora a partir, esfriando todo o meu corpo com a baixa circulação.

Ele bateu tão desenfreado esperando que, ao menos, fosse olhado, que agora ele não tem mais forças.

Deixou o cérebro voltar ao comando de onde nunca deveria ter saído.

Porque esse coração é bom, eu gosto de acreditar, mas ele é inconsequente. Ele age por impulso, e não são os nervosos. Ele age pela expectativa. Ele age pela ilusão.

Mas pelo menos ele age...não é?

Tudo aquilo que não te disseOnde histórias criam vida. Descubra agora