II. O guia de como conquistar Midoriya Izuku, por Uraraka Ochako

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Quando Todoroki apareceu em sua loja na semana seguinte, Midoriya ainda não sabia a extensão dos danos provocados pela sua insistência. Então ele apenas sorriu, uma grande parte sua satisfeita por vê-lo novamente ali, a outra ocupada demais em constatar o quão bonito ele estava naquelas roupas justas de corrida, o cabelo espalhado em uma confusão charmosa, fugindo do laço que o prendia a nuca.

Para a infelicidade de Izuku, sua desatenção não durou por muito tempo. Não quando o resultado de toda aquela confiança depositada e as promessas de que ninguém conseguia ser ruim ao cuidar de uma planta havia voltado para lhe atingir como um bumerangue arremessado no ar.

Indo contra tudo que Midoriya acreditava, Todoroki Shouto havia matado o cacto.

Izuku observou com um fascínio horrorizado o outro depositar o pequeno vaso a sua frente. Seu peito doeu, sentindo a perda do pequeno cacto guerreiro como se fosse um membro da própria família.

- Como? - foi tudo o que conseguiu murmurar. Que tipo de coisas ele poderia ter feito para causar a morte prematura de uma planta que praticamente de criava sozinha?

- Eu avisei que não levava jeito - ele disse em tom de desculpa, passando os dedos pelos cabelos de forma desconfortável.

Para sua própria incredulidade, Midoriya riu.

- Eu não sei direito se devo te dar os pêsames ou os parabéns. - Seu sorriso se alargou ao ver a carranca no rosto do outro se aprofundar e ele sentiu o início de uma fagulha brotar em seu peito. Talvez fosse pena pelo modo desajeitado com que o outro agia ou aquela sua parte amolecida que não resistia a ajudar os que aparentavam precisar de ajuda. E o garoto precisava de sua intervenção. Desesperadamente.

- Sinto muito - dessa vez, ele disse com todas as letras.

Midoriya balançou a cabeça, dispensando as palavras e levou a planta em seu túmulo para o interior da loja, gesticulando para que o outro o seguisse.

- Não se preocupe, podemos tentar de novo. Posso ajudar você dessa vez, se quiser. Vigiar com cuidado mais de perto. Não o afogar com tanta água, quem sabe...

Todoroki interrompeu seus passos e o encarou com as sobrancelhas erguidas.

- Isso foi um convite para um encontro?

Midoriya passou do vermelho ao roxo com uma velocidade alarmante.

- O q-q-quê? Eu não... eu não tentei... - gaguejou e em seguida tropeçou nos próprios pés, enfiando o cotovelo em um saco de adubo e quase derrubou uma prateleira repleta de vasos recém-pintados. - Encontro... eu não quis dizer isso!

Para a sua surpresa, Todoroki riu. O som foi surpreendente e transformou o rosto dele, relaxando as linhas rígidas de sua mandíbula e acrescentando um brilho divertido nos olhos heterocromáticos. Midoriya mordeu a própria língua para evitar a si mesmo de se descarrilhar em uma justificativa infinita e apenas apreciou como o riso o fazia parecer mais novo.

- Está tudo bem, Midoriya. Eu apreciaria muito a sua ajuda. - Izuku inspirou profundamente em uma tentativa de acalmar o próprio coração. Porém, antes que pudesse fazê-lo, Shouto completou: - Mas quanto ao encontro... o que acha de eu te pagar um café?

E se antes Midoriya não estava completamente caído pelo outro, agora era tarde demais. Convidá-lo para um café era um dos seus maiores pontos fracos. Quem poderia negar a oferta de café grátis? Sua força de vontade fraquejou e ele não conseguiu resistir. Com a voz falha, respondeu:

- Aceito quando você quiser.

*

Apesar do que havia dito, Midoriya não esperava que o seu quando fosse interpretado como sendo o mesmo dia em que o convite tinha sido feito. Diferente de si, Todoroki foi rápido em agir. Por isso, quando pendurou o avental florido e trancou a loja no fim da tarde, seu coração quase pulou para fora do peito ao encontrá-lo parado do lado de fora, com as mãos enfiadas nos bolsos e uma postura hesitante.

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⏰ Última atualização: May 01, 2021 ⏰

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