Chloe

Capítulo dois.

         " Sou vendaval e te convido, dança      comigo nessa tempestade que é ser eu?" -  Ryane Leão.
              

Eu estava observando ele, reparando em cada detalhe que possuía. Você Anthony, tinha ciência do efeito que causava nas pessoas, e gostava disso.

- Obrigada, sem o seu perdão não sei o que eu faria. - Falei, devolvendo o mesmo sorriso humorado dele.

- Quando precisar, vou diminuir um do  seu 70x7 por dia.

Segurei o sorriso e revirei os olhos.

- Você não parece nada religioso.

- Você não reparou no meu sorriso angelical? - Disse com sarcasmo.

- Como pude deixar esse detalhe passar, não sou digna de piedade.

- Para a sua sorte você pode ser perdoada se me passar o seu número. É a boa ação do dia - ele finaliza com uma piscada de olho totalmente galanteadora. - Eu sou o Anthony, prazer!

- Eu sei. - Respondo ignorando a primeira parte do que ele disse.

Ele me encarou esperando eu dizer mais alguma coisa, o qual eu não disse, estava tentando  fazê-lo entender que eu não queria papo, mas não funcionou ou simplesmente ele não se importou.

- É agora que você diz o seu nome.

- Chloe.

- Monossilábica. Esse é um talento do qual só eu sou possuidor de ter a honra de conhecer?

- Na verdade, só de quem eu quero mostrar que quero distância. Mas parece não funcionar, vou ter que trocar de tática. O que é uma pena porque eu gostava muito dessa. - Finjo estar desapontada. - Mas se ti fizer sentir melhor, em outro caso posso culpar o meu temperamento, sou fleumática.

Ele gargalhou.

Uma gargalhada gostosa de se escutar, daquelas que te fazem querer gargalhar junto.

-  finalmente um pouco mais de quatro palavras dirigidas a mim, grande avanço. Você é Interessante. - Diz com os olhos  brilhando.

- É o que dizem. - Digo como se fosse um fardo pesado a ser levado.

- Você gosta de massa?

- Sim. 

- Ótimo, te vejo às 20h em frente ao Sis. Mas se quiser pode ser em frente à sua casa.

Ele lança um olhar sedutor com aquele sorrisinho.

Parei de andar e voltei a encarar-lo. Presunçoso.

- Nem ferrando. - Digo e volto a caminhar. Eu tinha que correr para não  atrasar ainda mais pra aula e ele já estava me irritando.

- Essa machucou. Acho que essa não tem desculpa. - Diz levando a mão ao peito, dando um leve ar de drama.

- Não tem problema, pelo menos aindo tenho o 70x7 do dia. Tenho que ir, estou atrasada. - Pisco pra ele dando uma risada debochada e saio correndo.

Após cruzar o campus, caminhei entre os corredores em direção à sala. A professora já estava lá quando cheguei, pedí licença e sentei.

Eu não queria admitir mas ele ficou preso em minha mente pelo resto do dia e isso me irritou muito.

Droga, Anthony. Nos conhecemos a menos de um dia e você já está ferrando com a minha mente.

E de novo a insônia provando ser a minha melhor amiga. Aproveitei para fazer leitura dos artigos da faculdade, fiz um chá, andei pela casa, já estava entediada.