Unexpectedly

#14

Nos corredores da Wammy's, várias crianças brigavam por notas das recém provas, amizades eram desfeitas e logo reconstruídas. Melanie pouco estava ligando para isso, estava mais preocupada com o real culpado do caso que investigava.
Neste momento, a garota lia um livro que, coincidentemente, era sobre uma investigadora que descobre que o culpado de seu caso era o homem que amava. Melanie não aguentava mais esta situação, se afastou de seus únicos amigos por causa das suas suspeitas no loiro. De uma vez por todas, resolveu acabar com isso, iria para a ação.

Interrogou os colegas de quarto dos desaparecidos; muitos não tinham nenhuma informação, nem sabiam o que estava acontecendo; o relato dos que sabiam de algo era igual, a vítima recebeu um papel oferecendo um encontro noturno, depois não foram mais vistas.
Melanie precisava de mais pistas. "Quando a vítima recebeu o papel?" "Quem o entregou?" E "Onde é este encontro?". Voltando ao seu quarto, avistou uma ponta de papel embaixo da porta de uma das crianças, ao pegá-lo, leu a mensagem deixada nele:

"Me encontre onde os dois amantes, separados pelo mundo, podem deslumbrar da beleza um do outro.
Esteja lá quando os dois ponteiros do relógio se encontrarem, venha sozinho.
                                                    - Watari."

- Watari? -- Melanie indagou em um sussurro.

Obviamente, não era Watari o grande vilão da trama, e sim alguém se passando por ele para enganar suas vítimas.
Melanie então virou o papel para verificar se havia algo escrito no verso; e, de fato, números romanos, seguido de letras, se encontravam ali:

"IV - F; III - L; V - F; XV - R."

Se concentrou primeiro na frase. De cara, entendeu que "dois amantes separados pelo mundo" significava o sol e a lua, agora, onde eles podem se ver? Lembrou que na cantina há uma pintura do sol e, ao oposto dela, uma da lua. Não é difícil adivinhar "quando os dois ponteiros do relógio se encontrarem", o encontro seria meia noite na cantina, no qual ela certamente iria.

Dado o horário, esperou no local marcado por 10 minutos, mas ninguém veio. A garota começou a pensar no código atrás do papel, se perguntava o que aquilo significava.
Passou um tempo tantando decifrá-lo, tendo quase certeza que precisaria fazê-lo para seguir em frente.

- É claro! -- Exclamou, feliz por ter encontrado a possível solução. -- É um mapa!

Concluiu que os número romanos representavam a quantidade de passos, e as letras, a direção. F era de "front" (frente); L de "left" (esquerda); e R de "right" (direita).
Primeiro, deu quatro passos para frente, depois, três para esquerda, parando no meio de quatro mesas. Deu mais cinco passos para frente e, em seguida, virou para a direita e deu quinze passos, parando na frente da mesa que ficava mais afastada das outras.
Tentou pensar no que fazer agora, mas era apenas uma mesa normal, revistou a mesma à procura de um botão ou algo do tipo. Estressada de tantas tentativas falhas, chutou a mobília que foi levemente para o lado. Pela felicidade de Melanie, o botão que procurava, estava embaixo do pé da mesa.
Ao pressioná-lo, uma abertura se fez na parede, o que formava um estreito corredor.

- Então era assim que ele fazia para agir sorrateiramente. -- Sussurrou para si.

Andou cerca de dez minutos pelo túnel, com medo, porém determinada. Ao chegar no final, uma porta de madeira se encontrava encostada.
Respirou fundo antes de empurrá-la, não sabia o que encontraria lá, mas Melanie deveria estar preparada para tudo. Percebendo apenas neste momento que não havia trago nada consigo, se deu um tapa na testa e ficou com ainda mais medo.

Relutante, atravessou a porta. Do outro lado, encontrou uma sala totalmente escura, não via nada além da porta que acabara de passar. Deslizou a mão no chão e, por conveniência, encontrou uma caixa de fósforos.
Ascendeu um na esperança de encontrar algo, mas a sala estava completamente vazia.

Se já não bastasse o tormento que passava, a garota sentiu algo raspar em sua perna. Instantâneamente, levou o fósforo na direção desta coisa, que, ao ser iluminado, percebeu a precença de um homem encapuzado.
Em desespero, não sabia o que fazer, não tinha trago uma arma ou qualquer outro objeto, tinha consigo apenas esta caixa de fósforos. "É isso!" Pensou ao ter a ideia que salvaria sua vida. Ela jogou o fósforo aceso nas roupas do agressor que, com o choque, se impulsionou para trás e caiu.

Melanie se agachou para tirar a máscara do criminoso, ansiosa em saber quem era. Ao retirá-la, reconheceu um dos seguranças do lugar, aquele que tinha a surpreendido com Mello há algumas semanas. Só então, percebeu que ele não portava qualquer objeto.
Não demorou para que a sala ficasse totalmente iluminada, seguida de uma voz distorcida:

"Parabéns, Melanie! Você solucionou este caso! Isso será acrescentado nas suas notas. Watari te acompanhará, assim como os desaparecidos, aos seus quartos."

A garota estava com dificuldade em assimilar o ocorrido. Não se importou em ter ganho um dos testes de L, que soube assim que escutou esta voz; o que a perturbava era o fato de estar errada em relação à Mello. Estava se sentindo vazia, tola.

De uma cabine da pequena sala, saiu Watari, acompanhado de todos os que haviam desaparecido, confirmando que era apenas um desafio do grande detetive para seus futuros sucessores.
Chegando ao corredor dos quartos, alguns haviam saído dos seus para averiguar o que estava acontecendo; entre eles, Mello seguia a mesma linha de visão dos outros, paciente.
Quando o olhar do garoto se encontrou com o de Melanie, o primeiro deu meia volta para seu quarto, mas a garota correu para o alcançar. No meio de tantas vozes, poucos repararam na garota, que batia na porta do loiro insistindo para o mesmo a abrir. Quando Mello finalmente cedeu, Melanie se jogou nos braços do garoto, pedindo desculpas incessantemente. Depois de alguns instantes que ficou paralisado, Mihael a tirou de seus braços.

- Melanie, vá em bora.

Ignorando a ordem do loiro, a garota fechou a porta e pediu para conversarem; relutante, Mello aceitou.

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Desculpa por este capítulo ser focado em raciocínio lógico, eu sei que tem gente que não gosta muito disso. Mas o próximo será bem boiolinha!

O que vocês acharam desta revelação? Me falem quem vocês acreditavam que era o culpado :)