Essa é uma doce história de "self-insert" entre Agatha e uma moradora de Westview. Tudo o que acontece segue a história original da série "Wandavision" e do universo da Marvel, como se fosse um paralelo. O que a Agatha tanto fazia quando não estava...
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A noite passada poderia muito bem ter sido um sonho. Eu e Agnes bebendo vinho, em silêncio, apenas olhando o céu naquela rua silenciosa. Depois que terminamos a garrafa, ela me falou sobre um evento de caridade que aconteceria na manhã seguinte, antes de levantar a dar um "tchauzinho" rápido. Será que ela estava me convidando?
Ah, com certeza.
Ela não me deu um endereço, mas era Westview. Eu poderia dirigir até avistar um monte de gente em volta de um palco. Talvez ela soubesse que eu não precisaria de muitos detalhes para chegar lá. Então eu escolhi um bom vestido, peguei as chaves do carro e fui para a minha garagem, animadíssima pela possibilidade de vê-la de novo.
Eu entrei no carro, me sentei e... nada. As chaves na minha mão, pés no pedal. Eu não tinha ideia do que fazer em seguida. As pessoas tem esses "brancos" as vezes, esquecer o número da identidade ou do telefone. Mas esquecer como dirigir? Minha cabeça estava doendo com o esforço pra lembrar. Eu virei as chaves pra ligar o carro e agarrei o volante, me sentindo um pouco tonta. Quando eu estava prestes a desistir, Agnes apareceu na porta. Eu me assustei e buzinei sem querer, bem na cara dela. Ela deu alguns passos para trás e eu fechei meus olhos, desejando que houvesse uma maneira de me arrastar até o porta-malas e ficar lá pra sempre.
- Opa - ela disse, sorrindo.
- Oi! - minha voz era meramente um sussurro. Eu virei a chave de novo, desligando o carro - eu não sei o que aconteceu...
- Você está indo para o show?
- Eu estava tentando, mas...
- Não se preocupe, querida. Eu posso te acompanhar até lá, nem é tão longe!
Agnes abriu minha porta e eu desci. Ela continuou olhando pra mim até irmos para fora, como se eu fosse desmaiar a qualquer momento. Mas qualquer mal-estar que eu estava sentindo foi curado enquanto andávamos lado a lado pela rua. Pessoas passaram por nós gritando "Pelas crianças!" e nós respondíamos com sorrisos e palmas. Ela me disse que era esse o motivo do grande evento: Arrecadar fundos para as crianças.
Quando chegamos lá, eu percebi que não estava errada. Era realmente um pessoal em volta de um grande palco. E algumas mesas e cadeiras... eu só achei que mais pessoas iriam.
- Ok, você pode sentar aqui - Agnes disse, me levando para um lugar lá no fundo.
- Você não vai sentar comigo? - eu perguntei, protegendo meus olhos do sol enquanto olhava para ela.
- Ah, eu sou parte do comitê. Nossos lugares são ali - ela apontou para algumas cadeiras um pouco a frente.
Eu assenti, tentando esconder que estava chateada.
Suas sobrancelhas se moveram de um jeito... diferente. Ela me encarou como se estivesse entender a minha reação. Eu olhei de volta. Não tenho certeza se demorou alguns segundos ou horas para uma de nós desviar o olhar.
- Eu preciso checar alguns detalhes - ela sorriu, mas seus olhos não acompanharam seus lábios - eu espero que você goste do show, fofa!
O show foi ótimo, de verdade. Algumas pessoas dançando e cantando... um dos casais fez truques de mágica e piadas engraçadas. O marido era hilário! Eu até me distraí um pouco do fato de ter sido deixada de lado pela Agnes. Talvez fosse meu eu-carente, tentando achar algo profundo, alguma faísca, onde claramente não tinha nada.
Nós gritamos "Pelas crianças!" algumas vezes e quando acabou eu me levantei, ignorando todas aquelas pessoas felizes e perfeitas andando perto de mim. Agnes não estava em lugar nenhum, então decidi caminhar sozinha. O caminho me pareceu muito mais longo na volta para casa.
