Crimes Reais

❌ Caso 3 ❌

* Continuação*

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________ATENÇÃO: O conteúdo a seguir é extremamente sensível. Caso não se sinta confortável, não prossiga com a leitura.________

Marco teve a pena convertida em prestação de serviços à comunidade, por ser réu primário e ter bons antecedentes. O filho mais velho de Sílvia, também acusado por omissão, foi absolvido. Joana foi absolvida da acusação de entregar a filha a terceiros mediante pagamento.

A absolvição da mãe de Lucélia foi devido à ausência de provas. Em 2011, Sílvia foi condenada a outros 11 anos e 6 meses de reclusão por manter Lucélia, assim como Lorena Coelho Reis, em condições análogas à escravidão. Após a repercussão do caso, novas acusações apareceram.

Quatro meninas, incluindo Lorena, denunciaram Sílvia por situações semelhantes a de Lucélia: eram “adotadas” de famílias com condições desfavoráveis e forçadas a trabalhar. A empresária se justificou dizendo que, na infância, foi submetida aos mesmos maus-tratos e serviços.

Marco e Sílvia também foram condenados ao pagamento de R$ 380 mil reais à Lucélia por danos morais e estéticos, além de verbas trabalhistas. Em 2014, por ter bom comportamento e ter cumprido 1/6 da pena, Sílvia progrediu ao regime semiaberto. Atualmente, ela ainda cumpre pena.

Vanice, por outro lado, foi absolvida em segunda instância. O magistrado responsável afirmou que ela também estava sujeita a trabalho excessivo, à jornada exaustiva e ao domínio de Sílvia, de forma que não poderia resistir aos comandos da patroa, que chegara a ameaçar sua filha.

Hoje em dia, Lucélia tem 26 anos e atua como missionária cristã, dando palestras e pregações sobre sua salvação e religião. Ela é casada, tem dois filhos e diz perdoar Sílvia pelos anos de tortura: “Não desejo mal a ela, não guardo mágoa ou qualquer sentimento ruim”.