A Foice da Morte_A luta contra o Covid-19

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O mundo parou...
Países em quarentena....
Corpos sem destinos em covas pequenas...
O mundo parou...

O povo morrendo aos milhões...
E não por canhões...
O mundo parou...
E não se estabilizou...

O mundo parou...
Por uma doença...
Que massacra a mente e dá, a sentença.
E nesse momento não há diferença.
Somos todos iguais.

O mundo parou...
Por uma doença...
Coronavírus é a foice da morte que agarra sua sorte e decide se vais viver ou vais morrer...

A vida de milhões está nas mãos deles, os responsáveis pela vida do povo que luta diariamente nos leitos dos hospitais.

Os médicos...

Largaram sua vida, para doa-la à quem precisa. As noites em claro e o sinal da fadiga presente nos olhos preocupados, com os pacientes e com a família que foi deixada.

Eu me chamo Siena Carther uma Neurocirurgiã, formada a 3 anos. Trabalho no Hospital Health for all, onde atuo em linha de frende contra uma doença que se alastrou pelo mundo e matou milhões, chamamos de Coronavírus mais ele também tem outros nomes, isolamento social, quarentena, pandemia, surto, nomes dados ao que vivemos agora, e a nossa realidade nunca mais será a mesma.

Como é está 24 hrs dentro de um hospital lidando com o desespero de pessoas que entram aqui mais não tem a certeza se sairão? É cansativo, 'stressante', preocupante, fadiga total, mais o olhar do paciente em busca de esperança é o que te destrói mais. Eles buscam em nós médicos, esperança de que o caso possa ser revertido e tudo isso não passe de lembranças, e nós tentamos repassar isso a eles, mais fica cada vez mais difícil demostrar isso quando de dez pacientes que dão entrada no hospital apenas um sobrevive.

A luta é árdua mais o que nos move é a esperança de que um dia tudo acabe, para podermos voltar para nossas famílias.

- Dra. Siena o paciente da ala leste precisa ser avaliado _ Arthus o residente que sempre me acompanha me entrega a fixa do paciente.

- Como foi a noite dele Arthus?

- Nada bem Doutora, toses frequentes, a febre só aumentou e creio que teremos que entubá-lo, ele não está nada bem_ o rapaz me olha preocupado.

Não posso perder mais um paciente, já foram tantos que perdi a conta. A cada morte uma pontada na alma, o que faremos com essa situação que só vem se agravando?

- Vamos logo.

Partimos para ala leste, onde ficavam os pacientes com os casos menos agravante.
O paciente era o Sr. Connor, tinha 57 anos e estava internado havia uma semana, o estado dele até agora estava estável, mais pelo visto piorou.

Ao chegar ao quarto, 177° dou uma olhada pelo vidro e o vejo dormindo, e por um segundo lembro dos meus pais, como foi para eles ficar sem a única filha, lembro que meu pai disse antes de eu praticamente me mudar para o hospital. "Sei que salvara vidas e será a minha pequena heroína, mais tenha cuidado com sua propiá vida, nunca saberemos de onde vem o tiro se focarmos muito em um determinado lugar, salve vidas mais cuide da sua também, seu velho pai não suportara perde-la", um mês depois ele contraiu o vírus, a última vez que o vi, disse-lhe que tudo ficaria bem, e na madrugada desse mesmo dia, seu espirito deixou seu corpo, ele nos deixou, as marcas desse dia ainda sangram em meu coração, mais quem sou eu para sofrer o luto se à tantos outros precisando de mim?

Arthus ao meu lado, põe uma das mãos em meu ombro esquerdo, dou umas piscadinhas para espantar as lagrimas que teimavam em descer e manchar o rosto marcado pelas marcas do acessório usando pelo mundo todo. A máscara.

Os Contos da KimOnde histórias criam vida. Descubra agora