O galpão de tiro

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Após a apresentação de Luna e a festa de Clara, elas não se falaram. Clara estava indo agora para a reunião com a qual havia marcado duas noites anteriores,  a mulher estava dentro de seu carro apenas tomando um ar antes de enfrentar mais um cliente. A mulher desceu, ela estava com sua blusa de manga preta, de calça escura e coturnos. 

-Em que posso ajudá-la? - uma mulher perguntou ao vê-la entrando no galpão. 

-Eu queria falar com o senhor Gutierrez. 

-Você deve ser a Srta. Morado. Da Morado Arquitetura e Urbanismo. - a mulher falou.

-Sim, eu prefiro Clara. - ela sorriu sendo simpática. 

-Tudo bem, eu vou chamar a Sra. Melinda. O Sr. Gutierrez disse que ela que trataria diretamente com você. - Clara assentiu e a mulher saiu. Clara deu uma olhada em todo o galpão, ela estava vendo como as coisas funcionavam e até chegou a ver um homem colocando o colete e todas os equipamentos necessários para entrar em sua cabine. 

-Sra. Morado. - ao se virar Clara viu a mulher tirando seu colete e prendendo seu cabelo num coque. Clara estava impactada com a beleza da mulher. -Melinda. - a mulher esticou o braço para elas apertarem as mãos. 

-Clara! -  ela respondeu um pouco abobada. 

- O papai falou de você. Vamos, vou te mostrar o galpão do lado. - a mulher foi andando na frente e Clara a acompanhando.  - Aqui nós temos o galpão que vamos reformar. Eu não sei exatamente de qual arquitetura você é, não entendo muito disso na verdade, mas queria deixar isso um pouco mais claro do que o outro.

-Arquiteta mesmo. - ela sorriu. - Posso fazer um projeto sim, você quer cabines? Uma área para recepção ? 

-Sim, e uma sala para mim. Pode ser nos fundos. Acho que não precisa lembrar, mas os sons não podem sair daqui do galpão. 

-Entendido! Eu só tenho que pegar umas ferramentas no meu carro para poder medir tamanho e altura. 

-A planta baixa do local serve? - a mulher morena levantou as sobrancelhas. Melinda tinha uma pele morena, cabelos negros e olhos pretos. 

-Serve!

-Tenho ela na sala do papai. Vamos até lá? - Melinda saiu na frente e novamente Clara foi seguindo ela. As mulheres chegaram na sala do Gutierrez , a encontraram vazia, Melinda entregou a planta para ela.

-Eu não vou tomar seu tempo, se o papai te chamou, ele confia em você. E se ele confia, eu também confio. 

-Eu agradeço pela confiança. - Clara riu. - Pode me passar teus dados para que assim que eu começar a montar algo, te passar? 

-Claro! - a mulher anotou seu telefone e e-mail em um papel e a entregou.

-Perfeito! - Clara pegou e guardou no bolso. 

-Você já atirou? - a mulher perguntou curiosa.

-Não. Nem sei segurar numa arma. - Clara falou sem graça.

-Quer experimentar ? Posso te ensinar. 

-Será que apenas um tiro eu consigo?

-Ah, você não pode ser tão ruim assim. Vamos! - mais uma vez Clara a seguiu. Melinda a equipou com tudo e a colocou dentro da cabine. - Eu vou te ajudar ok? Pega a arma assim. - ela estava por trás de Clara pegando em seu braço para ensiná-la, Clara gelou. - Relaxa , fecha um dos olhos , mira e atira. Vou te dá espaço tá? - ela deu um passo para trás. Clara demorou um pouco mais atirou e com um impacto foi um pouco para trás.  Melinda a segurou. -Opa! É normal isso acontecer na primeira vez. Vai lá, tenta de novo. -Melinda a empurrou para frente. - Segura mais firme, - agora sua mão estava segurando a da Clara. - se posiciona com os pés firmes e um pouco separado. - a perna foi por debaixo das pernas de Clara para poder ajeitá-la. - E agora, atira. - a mulher falou e foi para trás novamente. 

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