Capítulo 5 - Aylla

570 106 357
                                    

   Abri os olhos tentando me situar e percebi que peguei no sono na casa de Enrico.
 
   Puta merda, o que eu fiz!! Quebrei minha regra número um. Nunca dormia com quem trepava.

   Minha cabeça estava pesada e meu corpo dolorido. Notei que estava começando amanhecer e senti braços fortes agarrados aos meus seios e um corpo sarado grudado nas minhas costas, dormindo de...

   CONCHINHA? Como assim? NÃO! Isso nunca poderia ter acontecido.
 
   Com muito cuidado tirei os braços de Enrico de cima de mim e escorreguei pra fora daquela cama imensa. Aquele homem era tão grande que a cama king se tornava pequena pra ele. Ele se virou de bruços me dando uma visão privilegiada daquele bumbum durinho e redondo e nossa... Como era gostoso. Me controlei para não pular em cima dele e morde-lo todinho.
 
   Ele tinha uma tatuagem tribal no musculoso braço direito, um abdome definido e aquele V que me acabei de passar a língua na noite passada. Eu estava com o vestido todo embolado na cintura e me arrumei rapidamente tentando me recompor e agradeci aos céus por ele estar num sono pesado.
 
   Peguei meus sapatos nas mãos e desci as escadas de seu apartamento luxuosíssimo. Tinha que ir embora e ao mesmo tempo queria voltar e ficar com ele o máximo de tempo possível.
 
   Foi ai que vi um papel em cima de uma mesa e tive uma ideia. Iria embora, mas faria com que ele não se esquecesse de mim e nem da noite deliciosa que tivemos.
 
   Escrevi rapidamente um bilhete, peguei meu perfume, que sempre carregava comigo e borrifei naquele pedaço de papel. Coloquei na mesa perto da sua cama e soprei um beijo em sua direção.
 
   De repente me senti como se estivesse indo embora, mas deixando algo importante para trás. Aqueles olhos não saiam da minha cabeça, não sabia nada sobre ele, além de seu primeiro nome, mas jamais esqueceria daquela noite.
 
   Algo brotou dentro de mim e eu precisava espantar o mais rápido possível, afinal não nos veríamos mais, então era inútil ficar pensando em algo hipotético a esse respeito.
 
   Pedi um táxi e fui para meu apartamento. Pela cara que o motorista fez quando entrei, tive medo que me perguntasse quanto era a hora.
 
   Eu estava descabelada, desalinhada e com uma maquiagem mais que borrada. Abaixei a cabeça e me concentrei em olhar para meu celular, apesar de não estar olhando para nada em especial.
 
   Cheguei em casa e o apartamento estava silencioso. Pelo horário Emma deveria estar dormindo. Resolvi tomar um banho de banheira para relaxar meus músculos, pois eu estava toda dolorida depois da noite que passei com aquele deus do sexo. Aquele homem era uma máquina e olha que eu não era de correr de uma boa trepada, mas ele era muito grande para mim e tive que me esforçar para não gritar em certos momentos.
 
   Enchi a banheira, mas assim que tirei a roupa e me olhei no espelho, quase tive um treco.
 
   Minha cara estava péssima, minha maquiagem estava parecendo de halloween, em meus seios tinham marcas de chupões enormes, meu pescoço estava todo vermelho, provavelmente por Enrico ter esfregado sua barba nele e estava muito dolorida lá embaixo.
 
   Mas só de pensar nele, estava ficando excitada novamente. Como podia aquilo?
 
   Senti seu perfume em minha pele, parecia que ele estava ali comigo. Deitei na banheira e comecei uma longa sessão de tortura me masturbando pensando nele. Gozei com um grito abafado para não acordar Emma. No fim me senti frustrada por não ser ele mesmo a me proporcionar aquele orgasmo.

   — Chega Aylla! Já deu! Já foi e agora é vida que segue, a noite foi ótima, mas acabou.
 
   Eu falava comigo mesma, tentando me enganar, fingindo que tudo o que aconteceu não mexeu comigo, mas nunca senti nada igual com nenhum cara que tinha saído e aquela praga daquele homem tinha que aparecer na minha vida bem no meu último dia aqui em Nova York. Vai ser azarada assim no inferno, viu.
 
   Tomei um baita susto quando Emma entrou gritando no banheiro sem nem bater na porta, que escorreguei pra dentro da banheira e quase me afoguei, fazendo entrar água pela boca e pelo nariz.

Vidas Cruzadas Parte IOnde histórias criam vida. Descubra agora