Próxima Estação, Shizuoka

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Izuku sentiu o suor das mãos, secando-as na calça que vestia. Ele estava sentado no banco do vagão vazio do metrô, seguindo para a estação Kusanagi, onde se encontraria com Bakugou em um bar. Estava quase em cima da hora e achava um pouco estranho as estações mais vazias. Talvez fosse devido ao fato de que o Japão jogava naquele momento contra o Brasil nas eliminatórias da Copa do Mundo de Futebol. Todos pareciam ansiosos para ver a seleção japonesa encarar uma das melhores seleções do mundo. Os membros do time tinham uma admiração e respeito pelos jogadores brasileiros, assim como os habitantes do Japão. Vê-los pessoalmente na Copa de dois mil e dois foi uma grande satisfação, e não havia como negar o motivo de serem os melhores do mundo.

Midoriya não era um grande fã de futebol, ou de outros esportes. Na verdade, ele não entendia muitos das regras dos esportes, mas gostava de acompanhar os atletas nas Olimpíadas, principalmente nas Olimpíadas de inverno. Gostava também de boxe e as lutas marciais. Contudo, para aquele encontro, Bakugou decidiu encontrá-lo num bar de esportes.

O pedido foi confuso e cheio de gritaria., estavam deixando a região da Estação Shimizu, logo após o salvamento de um grupo de turistas que quase afundaram nas águas da baía Suruga. Bakugou os orientou a nunca mais andar de barco sem coletes salva-vidas, de forma grossa e direta, como ele sempre fazia. Ele não era dos mais gentis na hora de conversar com os cidadãos, mas fazia seu trabalho de forma objetiva e sempre muito atento. Levou algum tempo, é claro, para conseguirem trabalhar juntos na mesma agência de heróis. Na verdade, ainda estavam tentando equilibrar todas as emoções dos últimos vinte e dois anos. Ao terminar o salvamento, Bakugou perguntou se Midoriya gostava de futebol. A pergunta deixou-o curioso porque nunca se mostrou interessado em esportes, mas não sabia se Kacchan havia notado isso. Provavelmente não. Mesmo assim, Midoriya mentiu, falando que achava legal o esporte. E foi a pior coisa que poderia ter feito na vida, porque em seguida Bakugou disse que eles poderiam se encontrar no Haru Central, um bar de esportes, para assistirem a partida de Brasil e Japão.

O convite pegou Deku de surpresa, era a primeira vez que Kacchan o convidava para fazer algo que não fosse lutar. E eles lutaram muitas vezes desde que se formaram na U.A High.

Midoriya aceitou o convite e, quando percebeu, precisava urgentemente entender mais sobre o que era o futebol. Ao chegar em seu apartamento, num prédio próximo a agencia em que trabalhava, acessou a internet e ficou sentado na cama comendo salgadinhos enquanto assistia um documentário sobre a história do futebol.

Logo depois, ele pesquisou sobre os melhores jogadores de futebol dos últimos anos, assim como os jogadores das duas seleções que jogariam aquela partida. Ficou impressionado com o histórico do Brasil nas Copas do Mundo e, ao menor sinal de excitação, já estava fazendo um plano básico sobre como a seleção do Japão poderia usar suas táticas para vencer o Brasil. Ao olhar o relógio, era noite e ele decidiu dar um descanso, achava que sabia o suficiente para não ficar perdido durante o jogo. Com isso, Deku passou a se preocupar mais com o motivo de Kacchan tê-lo convidado para assistir ao jogo juntos. A única coisa que compartilhavam era a vida de heróis. Era costume de se reunirem com a Classe 1 – A da época da escola, mas eles sempre se mantinham afastados, não havia muita interação fora dos limites da vida heroica. Era isso. Então a única resposta para aquele dilema era que mais pessoas conhecidas estariam no bar. Poderia ser isso, com certeza Kirishima estaria lá, não é? Ainda que eles não trabalhassem na mesma agência atualmente, Kaachan e Kirishima dividiam um apartamento no centro de Shizuoka.

Pensar em Bakugou sempre causava em Izuku um misto de sentimentos. Passaram por momentos mais do que perigosos enquanto estavam no colégio, e depois de formados as coisas pareceram mais difíceis. Deku era um herói conhecido e respeitado, Bakugou tinha uma legião de fãs que aprovavam sua garra e selvageria.

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