Capítulo 31

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Phillipe

Quanto mais penso que minha maré de sensações ruins está passando, tudo volta a desabar novamente, e dessa vez incluía todo um time que esta junto comigo.
Já é sexta-feira, faz quatro dias que tentei falar com a Malu e três dias que ela voltou para a escola. Pra começar, demorei todo o fim de semana  compondo e tomando coragem de finalmente cantar pra ela, e quando faço ela quebra meu coração daquela forma. Falo no sentindo de sentir como se tivesse tido o coração dilacerado ao ve-la rasgar a letra da música.
Ok, sei que eu a magoei primeiro e que estava no seu direito de ser dura comigo, mas ainda assim me machucou cem vezes mais do que ela pudesse imaginar. Se fez nessa intenção, acertou em cheio.
Anoite estava tão chateado que liguei pra Toni pra contar o que aconteceu, ela até tentou me consolar apesar de não culpar as atitudes da Maria Luísa.
Desde então, apenas trocamos olhares assim que ela voltou para a escola, depois disso ela não olhou na minha cara mais. É uma droga ser rejeitado mas pior ainda é a indiferença.
Ontem anoite Jhonny me convenceu a sair com ele e Anne pra esquecer um pouco minha triste realidade, mas fomos pra um boliche. Sinceramente lá não precisava de iluminação nenhuma, porque eu era uma vela tão grande que iluminava o lugar todo. Foi uma droga mas podia ter sido pior.
Depois disso ele foi pra minha casa e ai acabei contando sobre a música e minha tentativa de pedir desculpas, então só foi mais um motivo pra que ele dissesse que gosto dela, e dessa vez simplesmente não consegui responder nada. Achei que ele fosse rir pra caralho ou coisa assim, mas ele só tentou me colocar pra cima falando que Malu estava exagerando... Feliz ou infelizmente eu conseguia ver que não era exagero. 
Meu pai tem estado com ódio de mim, aliás me odiar e ser estúpido é normal, mas agora ta sobrenatural. Ele é outro que não olha na minha cara. Tem sido mais seco comigo que qualquer vez antes. Minha querida madrasta só me ignora e finge que sabe da minha existência perto do meu pai; não que eu faça qualquer questão dela.  Stuart agora tenta ser meu "amigo" o que ridículo e eu o corto sempre. E minha mãe? Desde que ela saiu de casa para procurar uma casa meio que ela desapareceu.  Tive minha mãe por dezessete anos  "comigo" e agora até ela "me abandona".
Agora é o último jogo antes da final que é em doze dias. Os adversários são fracos, a maior chance deles agora é um quarto lugar, enquanto nós  já estamos praticamente. Porém independente de quem sejam, tenho que dar   um jeito de me concentrar pra esse jogo. 
Estava já atrasado para ir ao vestiário, então assim que chego na escola deles, onde seria a partida, e já corro pelos corredores procurando  onde ficava o vestiário que meu time ficava quando dou de cara com Stuart totalmente do nada.  

-Calma ai irmão... Ta com pressa? - meu Deus, como eu odeio quando ele vem com esse cinismo me chamando assim.

-Quantas vezes mais vai me chamar assim até cair a ficha que detesto isso?  - desvio do mesmo para seguir  meu caminho mas  o mesmo entra na minha frente - eu já to atrasado, já já o jogo começa e eu nem me troquei...

-Eu só vim te dizer  boa sorte, sei que    não éramos próximos mas  quero fazer isso por você sabe.

-Stuart, você pensa que eu dou idiota não é? Bom, eu não sou.  Não sei o que você quer, mas não está aqui por mim e na real que bom porque você não é minha família.

-Pense o que quiser, só queria que soubesse...

-Que seja - reviro os olhos bufando -  agora sai da minha frente antes que eu de um murro na sua cara.

-Sem violência irmão.... - o mesmo levanta as mãos em rendição e me da espaço.

Ia passando e continuando meu caminho quando o mesmo continua a falar.

-Só mais uma pergunta  que eu esqueci... Sabe se a Maria Luísa ta solteira?  

Ele não perguntou isso... Não agora! Foi realmente o ápice.
Me viro para ele furioso e sem pensar duas vezes lhe dou um soco de direita.

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