Nossa última França

Uma segunda face?!

...talvez...

Após ouvir aquelas palavras, Nathan pegou uma faca que estava em cima do balcão e acabou jogando ela em uma das portas que havian no local, a mesma atravessou a madeira da porta pela força que havia sido jogada

Nathan - Eu não vou deixar que você faça isso!

Depois do ocorrido algumas horas se passaram, o ruivo ainda não havia voltado, Nathan passou o dia tocando piano e bebendo. O lugar estava incrivelmente silencioso ao final da tarde... eu havia passado talvez tempo demais dormindo, estava mais cansada que pensei.

Acordei com o barulho de algo quebrando, o som era familiar parecia uma garrafa... eu diria uma garrafa de vodka, me levantei da cama espantada por aquele barulho todo e andei até a porta meio rápido porém ainda sonolenta.

*O que houve?...*

Eu diria até que havia me esquecido de onde eu estava mas ao chegar ao salão principal e ver Nathan a realidade finalmente tomou conta de mim, fiquei meia afastada olhando enquanto ele gritava bêbado com dois homens que tentavam conversar com ele. *tsk... típico de homem eu diria* afastei meus pensamentos e apenas segui andando até uma janela grande que havia no salão, a vista era... bom, normal pra um lugar onde criminosos iriam se esconder, era afastada da cidade mas o lugar era lindo... pude ver alguns pássaros voando e acabei me desligando da realidade novamente.

Ignorei os gritos do Nathan, era como se eu estivesse sozinha em uma floresta linda e cheia de animais mas acabei voltando por conta de um toque leve e gentil no meu ombro, ao me virar vi ele... o ruivo, não sei o motivo ao certo mas ao invés de me assustar aquilo me acalmou... o mesmo sorriu por eu ter "travado" confesso que eu deveria parecer estranha o olhando daquela forma.

Ruivo - olá... de novo

As palavras saíram de sua boca em um tom calmo e aconchegante, o mesmo não desviou seu olhar azul oceano dos meus olhos por um segundo se quer. O ruivo me olhou como se quisesse me perguntar algo, eu deveria estar parecendo muito idiota pois não havia mexido um músculo do meu rosto do momento em que senti seu toque em minha pele até agora...

O ruivo afastou sua mão de mim a deixando junto a sua outra mão, ambas atrás de suas costas, o mesmo mudando sua expressão disse as seguintes palavras

Ruivo - Não ligue pra ele, o Nathan acaba bebendo demais as vezes... não me olhe dessa forma está me assustando

O ruivo disse aquilo em um tom sério mudando sua expressão e rindo leve no final daquela frase, após ouvir aquilo acabei voltando ao mundo real e consegui formular uma frase pra responde-lo

S/n - Oh... me desculpe, claro não me importo com ele... desde que fique longe de mim quando estiver assim não tenho motivos para me preocupar

Ele me olhava enquanto eu falava, o olhar dele sempre fixado ao meu... confesso que isso me deixava um pouco envergonhada mas não era desconfortável, o olhar dele refletia o oceano em sua cor, a profundeza dele a galáxia... mas eu ainda me perguntava; *porque não posso saber seu nome?*

Após alguns segundos ainda sem desviarmos o olhar um do outro ele se aproxima de mim ficando encostado na parede olhando o céu pela janela, ele sorriu de orelha a orelha feito uma criança e se afastou andando de costas enquanto olhava pra mim

Ruivo - vamos! quero te mostrar o pôr do sol no campo, você não fugiu pra ficar presa certo?

Mesmo sem entender muito bem o motivo do convite eu o segui até a saída, ele parecia estar preocupado se alguém veria nós dois saindo de lá mas os homens estávam ainda com Nathan, não nos veriam tão fácil.

S/n - Pq insiste em ser bom comigo se nem ao menos sei o seu nome?

Mesmo atrás dele poderia dizer que ele estava sorrindo quase como se eu tivesse contado alguma piada a ele, andei um pouco mais rápido parando na frente dele esperando uma resposta ou talvez que ele ao menos dissesse seu nome, mas o mesmo se calou enquanto me olhava, ele não me respondia, não explicava, não me falava nada sobre si... ele apenas sorria para mim. O seu sorriso era lindo e aconchegante, seu olhar refletia tudo que me fazia me sentir livre, e por isso acabei me cegando.

Ruivo - Veja! chegamos na hora.

Ele sentou no chão daquele campo, me olhou como se estivesse me convidando a sentar ao seu lado, afastei todos meus pensamentos negativos e dei um sorriso a ele enquanto cedi ao seu pedido e me sentei ao seu lado. nós ficamos olhando o sol ir embora calados, sem ao menos desviar o olhar do céu, não olhei nenhuma vez pra ele mas podia sentir o olhar dele em cima de mim algumas vezes... o silêncio não era constrangedor mas estava me deixando um pouco desconfortável, a vista era linda, o som da floresta... os animais correndo por ela e os pássaros cantando... tava tudo perfeito mas algo me incomodava

Ruivo - Quer me contar sobre o dia que fugiu? Adam me contou, não precisa ter medo de mim...

S/n - Quer me contar pq me disse que não nos veríamos mas agora está aqui me fazendo perguntas quando nem ao menos me disse seu nome? será que és realmente tão inocente como parece? até onde sei esse lugar é para criminosos e não pessoas gentis e bondosas...

Aquilo havia me deixado irritada, falei sem pensar e nem ao menos entendia o pq eu me importava com aquilo, ele me olhou com uma expressão séria... antes daquilo eu poderia ver o oceano e a galáxia com todas suas estrelas em seu olhar mas por algum motivo agora eu conseguia ver a tempestade que aquele céu azul carregava... pude ver o medo, o desespero e a dor. ele apenas levantou enquanto sua expressão mudou novamente... o seu olhar demonstrava o oceano calmo e azul novamente... ele sorriu gentilmente pra mim e disse as palavras

Ruivo - Temos que voltar, vão pensar que você fugiu... é melhor não arranjar problemas hoje, vamos

Ele me estendeu a mão para me ajudar a levantar mas, eu não a segurei de volta, me levantei sem a ajuda dele e segui em direção ao esconderijo sem falar uma palavra, entrei no lugar e logo o ruivo entrou atrás de mim o que fez Nathan nos olhar por algum tempo

Nathan - Seu desgraçado...

Ele apenas se sentou em frente ao piano e começou a tocar notas aleatórias criando um som no mesmo momento, não entendi muito bem o motivo daquilo mas fui até a bancada e peguei uma bebida pra mim. o ruivo já havia sumido da minha vista, me sentei no balcão enquanto olhava Nathan tocando o piano, o som era lindo e ele parecia já estar mais calmo que antes, ele olhou pra mim quase com um olhar de... pena?... aquilo me perturbou um pouco, consegui entnder o que ele estava sentindo pelo seu olhar, só não entendia o motivo.

*é S/n... acho que isso vai ser mais difícil que pensei*