Quando abro os olhos, respirando forte, solto um grito que está entalado em minha garganta e começo a tossir.
- Ei, calma. O cara ele está aqui, olho ao redor estou no colchão mais dessa vez minhas mãos estão livres e uma camisa masculina cobre meu corpo.
Ele me oferece um pouco de água, bebo e me ajuda a sentar, pega um pacote com algodão e molha com álcool e me olha.
- Vou colocar nesse machucado, vai doer um pouco. Assinto e ele faz, faço uma careta.
- Você se lembra do que falamos?
- Sim, é...
- Difícil eu sei... Karol eu procurei por você a vida inteira.
- Procurou?
- Sim. Nosso pai era dono do morro e estava sendo ameaçado, quando descobrimos que iriam invadir ele mandou a mãe te levar pra longe, porque queriam matar nossa família.
Ela te levou, eu consegui escapar mais o pai não, com muito sacrifício consegui retomar o morro e descobrir que eles encontram a mãe e mataram ela, mas você não estava com ela, e desde então eu comecei as buscas mas nunca imaginei que ela poderia ter te colocado em um orfanato.
- É tudo muito surreal para mim.
- Pra mim também, qual orfanato você cresceu?
- No Rio Sol.
- Tá de sacanagem?
- Não, porque estaria eu cresci ali.
- O orfanato do lado do morro, você esteve todo esse tempo aqui do lado. Lágrimas caem de seus olhos.
Ele estende a mão e acaricia meu rosto e dessa vez eu não me afasto, e agora olhando para ele, vejo a semelhança.
- Você tem a cor dos meus olhos, e do meu cabelo. Ele sorrir.
- A mamãe era assim. Sorrio fraco.
- Maurício você é mesmo meu irmão?
- Sim Karol eu sou.
- Eu passei a vida me questionando porque de ter sido largada, porque meus pais não me queriam. Choro.
- Eles só queriam te proteger da vida que eles levavam.
- Mas você?
- Eu só tinha quinze anos quando assumi tudo.
- Porque continuou nessa vida?
- Porque foi aqui que eu cresci.
- O Charles, de onde o conhece? Pergunto.
- Ele criou um sistema pra mim, para os meus negócios e eu tirei ele da cadeia, ele me pediu para ajudá-lo com uma mina que ele desejava e que tinha colocado ele atrás das grades e olha a minha surpresa em encontrar você.
- Ele é um monstro, não confie nele.
- Eu não confio em ninguém Karol, mas me diga o que ele fez que você o mandou para o xadrez.
Abaixo a cabeça e mais lágrimas caem dos meus olhos, Maurício segura no meu queixo mas dessa vez com toda delicadeza.
- O que ele fez a você. Ele pergunta mais seu tom de voz agora é frio e seu olhar...
- aos dezoito não podemos mais permanecer no orfanato, então devemos nos virar, Charles era um dos professores que nos dava aula de informática ali, eu consegui uma bolsa na faculdade por conta de um projeto que o orfanato tem, ele me ajudou com o trabalho, e me deu o seu cartão se eu precisasse de ajuda, e quando sair não tinha para onde ir e ele me ajudou.
- E aí... Ele insisti.
- Um dia quando cheguei em casa ele estava bêbado, e...
- E o que? Fale de uma vez.
- Ele me estuprou. Eu consegui fugir de casa, e encontrei pessoas que me ajudaram, um delegado me colocou no banco de proteção da polícia, quem me procurasse pelo nome nunca me encontraria e consegui viver até que o encontrei no meu novo trabalho.
Ele estava abusando das garotas na academia de dança onde eu dava aula.
- Menor.
- Maurício o que vai fazer?
- Traga o Charles aqui.
- Maurício por favor, eu suplico não deixe ele encostar em mim por favor, não me deixe com ele...
- Olhe pra mim. Levanto o rosto secando as lágrimas.
- Você nunca mais, nunca mais ouviu vai ouvir falar nesse cara.
- Até que enfim, já acabou posso ter meu momento agora.
- Mas é claro que pode. Maurício fala e aponta a arma para ele.
- Que porra é essa cara abaixa isso.
- Você vai ter seu momento filho da puta mais no inferno, você tocou na minha irmã.
- Sua o que?
- É minha irmã, Karol Sevilla é minha irmã maluco e você se fudeu, fecho os olhos Karol. Ele dar dois tiros na cabeça do Charles. E eu grito virando o rosto para o outro lado.
- Aí meu Deus...
Ele vem em minha direção me pega no colo.
- Vamos sair daqui.
Estou fraca demais para retrucar alguma coisa.
Só percebo o que estamos fazendo quando ele liga um chuveiro quente e deixa água cair sobre a minha cabeça, estou vestida ele não me tocou em momento algum, como posso confiar nesse cara, ele está mesmo falando a verdade. Ele me deixa no banheiro e tomo banho, me seco e quando saiu do banheiro encontro uma garota sentada na cama ela sorrir para mim.
- Oi eu sou a Nádia, o Mau me contou sobre você. Ela se levanta e me abraça me pegando desprevenida.
- Que bom que ele te encontrou, agora sim ele vai consegui ser feliz, eu trouxe uma roupa espero que dê. Ela me estende uma sacola e tem tudo novinho dentro.
- Eu tenho uma loja aqui no morro, quando ele falou mais ou menos seu tamanho eu peguei e trouxe.
Visto a calcinha e coloco o vestido.
- Você tem mesmo o neo, é idêntico ao dele.
- É difícil de acreditar.
- Eu sei, eu trouxe isso. Ela abre uma caixa e vejo várias fotos e um papel, pego e leio certidão de nascimento.
Meu nome está ali, e o nome dos meus pais também, tem fotos minhas, sou eu mesmo quando era pequena, eu ainda tenho uma foto que a irmã Lúcia tirou de mim é incrível, duas batidas na porta e olhamos.
- Acho que estão com fome. Maurício aparece com uma bandeja grande com comida.
- Hum deve está uma delícia amor.
Nádia beija seus lábios e ajuda ele apoiar a bandeja na cama.
- Ele faz uma lasanha incrível. Sorrio para os dois.
- É minha comida favorita. Ele sorrir.
- A minha também.
- Então Karol o que faz da vida? Você é famosa está no noticiário. Nádia pergunta.
- Sou bailarina, faço parte de uma equipe de dança na Espanha.
- Uau, vai porra minha irmã é uma fodona, mas vem cá quem é o cantor conheço algumas músicas mas não sei quem é? Por acaso é o que pegamos?
- Aí meu Deus o Robson, me diga pelo amor de Deus que não mataram ele.
- Ei calma relaxa o cara está bem, só tivemos que apaga-lo o homem luta que é uma beleza. Um alívio percorre minha coluna.
- Graças a Deus. Ele arquea a sobrancelha.
- É meu segurança.
- E porque anda com segurança?
- Não é só você que vive no mundo crime bonitão. Tento brincar mais não surte muito efeito ele me encara sério.
- Merda só estava brincando, não precisa me olhar feio desse jeito. Nádia começa a rir.
- Aí minha nossa ela é igual a você fala tudo o que pensa.
- Meu namorado, ele é bem paranóico com a minha segurança, quando vazou a notícia que estávamos juntos fui cercada por jornalistas e desde então não saiu sem.
- Gostei do cara. Por falar nele. Ele me estende um aparelho.
- Quero que ligue e avise que está bem e que logo voltará pra casa, esse telefone não pode ser rastreado, você não pode ficar muito tempo na ligação só tranquilize seu namorado ok, vamos esperar o efeito do tranquilizante passar no segurança e vai poder encontrá-lo.
Pego o celular em suas mãos e disco o número de Ruggero.
- Alo.
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Sou Seu Maior Fã
FanfictionO caminho para superar a violência sexual não é fácil, pois deixa cicatrizes emocionais. A pessoa que sofre esse tipo de abuso, pode buscar ajuda em centros especiais de apoio ou buscar apoio na família nos amigos. No meu caso foi uma amiga, no mome...