† 𝐇𝐨𝐫𝐫𝐨𝐫 †

꒰ A mensagem ꒱

Eram onze horas da noite e chovia muito forte. Estávamos indo para a casa da minha tia. Levei meu melhor amigo para quebrar um pouco a monotonia do campo. Pette, como eu o chamava, resolveu tirar um cochilo e se virou para o lado, enquanto continuei dirigindo em direção à casa dela. Algum tempo depois, vi meu pai que havia falecido na estrada. Ele tinha a aparência muito mais jovial do que quando morreu e eu pude ver uma luz forte ao seu redor. Ele estava com um braço esticado em minha direção e seu dedo indicador e sua cabeça faziam sinal de negação. Eu freei forte o carro e segurei a direção. Passamos por onde ele estava e o carro rodou varias vezes até parar. Voltando do susto, olhei para a estrada. A mesma estava vazia. Pette gritava sem entender o que tinha acontecido.

"Cara, eu vi meu pai que já faleceu faz anos no meio da estrada"– disse sem fôlego.
"Seu louco! Quase nos matou!" – gritou ele esbofeteando no meu braço.

"Não estou brincando. Acho que ele queria me dizer alguma coisa. Vamos voltar para casa, eu não posso continuar a viagem." – respondi com os olhos lacrimejando.

"A casa da sua tia está há 15 km daqui. Vamos dirigir 140 km para voltar? Nem pensar! Se você quiser vamos embora amanhã cedo." – insistiu Pette.

Ele estava certo. Não tinha sentido nenhum voltar para casa a essa hora da madrugada estando tão perto, então seguimos a viagem. Alguns quilômetros depois, fazendo uma curva, o carro derrapou. Perdi o controle do volante e capotamos até batermos em uma árvore. Me esforcei para sair do carro. Deitei no chão e olhei pro lado da estrada na esperança de encontrar ajuda. Ali estava meu pai, assim como eu o vi minutos antes. Ele se aproximou e disse:

"Dorme filho, você precisa descansar. Se você dormir, a dor vai passar, mas seu amigo vai vir comigo".

Sem dizer outra palavra, segurou no ombro de Pette e, andando pela estrada, os dois desapareceram. Eu acordei já no hospital. Descobri que meu amigo morreu no acidente. Eu sofri ferimentos que deixaram meu rosto marcado, mas em alguns dias estava fora do hospital. Me arrependo amargamente por ter ignorado a mensagem do meu pai. E é por isso que recomendo algo à vocês: não ignorem os espíritos quando eles tentarem te ajudar, isso pode salvar vidas.