Cafeteria

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2023

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2023

Domingo, 02 de abril, 22 horas da noite, estou sozinha na praça central, completamente perdida.

Minha relação com minha família nem sempre foi muito boa, mas piorou quando decidi sair da casa dos meus pais, minha mãe não concordou nem um pouco com a ideia, mas precisava sair daquele fim de mundo, há dois anos surgiu a vaga ideal na empresa que eu queria e minha melhor amiga Catarina, conseguiu a vaga dos sonhos na minha cidade, era a desculpa e hora perfeita para sair, comprei meu próprio apartamento e Catarina compro o mesmo, dois andares acima do meu.

Agora você deve estar pensando "O que eu fazia sozinha em uma praça às 22 horas de um domingo?" Por onde começo?

Fui mandada embora, trabalhava como 'editora chefe' em uma das editoras locais, de acordo com meu ex-chefe eu não me encaixo mais na empresa, depois, bem eu gostaria de conversar com alguém, mas, tem 2 dias que terminei meu noivado com Matheus, casaríamos em 6 meses. O relacionamento não ia nada bem a semanas, a última da vez foi a descoberta de uma traição. E depois de descartar a ideia de falar com o ex, pensei na minha mãe, o que na verdade não me ajudou em nada, tudo que ouvi foi: "Ninguém mandou sair daqui."; "Falei para sair somente casada"; "Devia ter desistido enquanto havia tempo"; "vá atrás de outra coisa agora."

Ainda perdida em meus pensamentos, me acomodo em um dos diversos bancos da praça algo parece me observar, mas, eu não sei o que é, tentei observar melhor, mas já havia sumido. Me restou apenas uma saída, Miguel.

Eu sinto sua falta, meu peito está vazio sem sua presença, o corpo dói e a cabeça pesa, ainda assim ligo. Do outro lado, o telefone toca cerca de quatro vezes, mas ninguém o atende.

Cansada de um dia corrido e com medo do amanhã volto para o apartamento. Coloquei as coisas na bancada da cozinha e fui preparar um chá, enquanto a água fervia calmamente no fogão, meus pensamentos me voltam ao sonho que tenho há dias, ele é alto, cabelos longos e cheiro de Malbec, não tem rosto, a chaleira soa anunciando que o chá está pronto, com tempo acomodei-me na cama e li um pouco, aos poucos o sono veio e com ele um mesmo pesadelo me assombra, depois de meses sonhando com o amor da minha vida, ele me leva ao pior dia dela.

Estou sozinha, o quarto é escuro, meus pés estão amarrados com algum tipo de 'enforca gato', não sei onde estou, mas a voz volta a gritar: ELE É MEU, ALICE, SEMPRE FOI! Um chute foi dado em meu estômago. É me fornecida uma garrafa com um líquido duvidoso.
"BEBA ALICE, acredite vai dar tudo certo, você esquece dele e a vida vai seguir como se nada tivesse acontecido." A visão está turva, nada é 100% visível. Com o auxílio dele bebo todo o líquido da garrafa, fecho os olhos... "

Acordo com o sol que brilhava na janela do quarto, esqueci-me de fechar a cortina novamente, levantei sem muita pressa, tomei um banho gelado, o pesadelo se repete na minha cabeça, nunca consigo entendê-lo, com preguiça e querendo dar uma volta, me arrumo brevemente e sigo sem rumo pelas ruas, paro em frente a nova cafeteria do bairro "Magic Coffee" a fachada é de uma tonalidade roxa pastel.

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