Capítulo 2 - A Emboscada

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        Acordei na manhã seguinte com uma dor aguda na zona do pâncreas, fui verificar e vi que tinha alguns cacos espetados, deve ter sido de um daqueles patifes! Fogo arde como tudo, então fui á casa-de-banho verificar se estava infetado. Quando chego á casa-de-banho, olho para o espelho e vejo se tinha alguma ferida na cara. Vejo um homem de 47 anos (já estou a ficar um bocado velho demais para estas lutas de bar), de cabelos curtos e negros, olhos castanhos e ,felizmente, sem feridas abertas na cara. Tenho que me abaixar para me ver ao espelho pois tenho 1,78 metros e o meu espelho fica encostado demais á pia.

        Peguei na caixa dos primeiros-socorros, tirei de lá uma agulha e espetei numa das feridas para ver se saia pus. Vendo que não saia peguei em água-oxigenada e deitei sobre a ferida. Com a ajuda da agulha comecei a remover os cacos, um por um.

        Ardeu como tudo e o último até tirou um bocado de carne, sem linha para fechar as feridas, peguei numa faca aqueci-a e esfreguei nas mesmas para as sarar. Ardeu? Sim e muito. Valeu apena? Sei lá! Não sou médico.

        Quem me dera estar de ressaca agora para me distrair da dor das feridas, mas aqueles sacanas não me deixaram ficar para mais uns copos! Olho para o relógio e vejo que estou atrasado, visto-me á pressa, pego no casaco, chapéu e chaves e saiu de casa.

        Entro no carro e reparo que tenho o ficheiro do caso no lado do passageiro da frente, escrito na capa: "Estás quase lá". Não estava assinado nem parecia estar desordenado, aliás, estava até estava mais organizado. Fez-me olhar para o caso de uma maneira diferente, as notas estavam nas páginas que tinham referências ás mesmas.

     Tenho que ir ao laboratório ver se este homem misterioso deixou impressões digitais, mas duvido, se consegue entrar no carro sem ativar o alarme nem partir nenhum vidro, não deve ter deixado provas nenhumas. Mas não custa nada verificar.

       Já me tinha esquecido da pista do antigo armazém utilizado pelo gang para guardar uma droga em fase "beta", que aparentemente não resultou e fecharam esse negócio. Nunca cheguei a verificar se estava mesmo fechado porque achava que era uma perda de tempo, agora que não tenho mais nenhuma pista mais vale verificar.

        Ligo o carro e vou em direção do departamento, mas não me saia da mente como esse homem misterioso entrou no carro. Pena não haver cameras no meu bairro, senão poderia ter uma ideia ,mesmo se fosse pequena, de como ele é.

        Chego á esquadra, subo para o segundo andar (onde trabalho) e vejo o meu chefe com um novo agente pelo que parece.

Eu - Oi Chefe! Quem é este?

Chefe - Este é Bruce Williams e é o novato na esquadra.

Eu - Jason Grant, prazer em conhecê-lo. - disse enquanto apertava-lhe a mão

Chefe - Ainda bem! Porque este é o teu novo parceiro!

Eu - Assério!? Senhor, você sabe que eu trabalhei sempre melhor sozinho.

Chefe - O Presidente quer este caso resolvido pelo fim do mês e duas cabeças pensam melhor que uma.

        Bem voltei a olhar ,para o que pelos vistos, o meu novo parceiro. Dava para ver que é novo e inexperiente. Tinha cabelo loiro, olhos azuis e era magricela, parecia um miúdo que nunca andou á porrada. Depois voltei a olhar para o meu chefe, baixo, careca e gordo.

Eu - Consegues acompanhar-me? - perguntei ao Bruce

Bruce - Claro senhor.

        Então fui ao laboratório num instante, deixei lá a pasta e pedi que a analisassem e fui para o carro. Entrei lá seguido pelo Bruce.

Os dois ladosOnde histórias criam vida. Descubra agora