Mary era 2 anos mais velha que eu e nossas famílias eram amigas, principalmente minha tia Abigail e sua mãe Rose que frequentavam a mesma igreja. Rose era uma advogada renomada na cidade inteira, o marido dela Ben, era engenheiro e por isso vivia viajando, o fato de serem ricos proporcionavam a eles, condição de colocarem Mary nas melhores escolas que o dinheiro podia pagar. Abigail ex professora aposentada não ficava atrás, quando o assunto era minha educação escolar, e mesmo não sendo tão rica quanto os Johnsons fazia de tudo para que eu também frequentasse as melhores escolas da cidade, me deixando sempre na mesma escola e classe que Mary.
Isso fez com que Mary e eu nos víssemos bastante e como eu não tinha basicamente nenhum outro amigo, já que meu pai dizia que outras crianças eram má influência pra mim, me apeguei a ela como se fosse a única pessoa que me via como um ser humano com sentimentos. Com o tempo, eu fui desenvolvendo algo a mais, só queria estar com ela, só queria brincar com ela. Abigail, perspicaz como uma raposa, logo percebeu isso, o que me deixou obviamente raivoso com as eventuais piadas que todos da família fazia comigo, mas enquanto não me envergonhassem na frente da Mary eu estava bem.Saindo das minhas memorias, percebo que o supermercado-bazar élfico já esta preste a fechar as portas e Mary já se foi a bastante tempo, decido então que e hora de voltar para casa. Para a surpresa de ninguém, não conseguia tirar o rosto daquela mulher da mente, nem de imaginar no meu subconsciente como seria perfeito se ela sentisse o mesmo que eu ou pelo menos 50% do que eu sentia por ela. Aquilo aquecia meu coração de uma forma que não sabia descrever, era um sentimento que apenas ela conseguia transmitir. Para mim, não importava a ocasião, bem lá no fundo eu sabia que não era a intenção dela e que só estava sendo gentil comigo, como era com todas as outras pessoas, mas não importava, ela era meu porto seguro, sempre foi a única razão para sorrir naquele mar de trevas infinitas. Em meus sonhos mais profundos, orava para que Deus recompensasse toda a dor que eu sentia e me deixasse faze-la feliz.
Chegando em na casa das minhas tias, me deparo com um caro bonito, da queles que custavam uma fortuna, parado na de frente. Acho estranho, mas adentro a casa e me deparo com rose e Abigail conversando na sala de estar.
-Tyler, como e bom revelo, já faz alguns anos que não o vejo, desde o fim do ensino médio.
- Senhora Johnson, que coincidência acabo de encontrar com Mary no supermercado.
- Há! então ela já te falou?! Voce vai, não vai? ela não fala sobre mais nada, além de ir nesse casamento.
-Ela não me falou nada, que casamento ?
-Aquela tapada deve ter esquecido de te perguntar. Bem, então eu vou fazer o convite, ela vai no casamento da minha sobrinha e queria que você fosse o acompanhante dela.
- Eu?
- Sim, ela me disse que nn iria com mais ninguém se não fosse com você.
- Bom, nesse caso eu vou ficar muito feliz em ir com ela.
Naquele momento, pela primeira vez na minha vida eu senti esperança, era tudo pelo que tinha orado e pedido ao universo, finalmente meu sofrimento iria ser recompensado, eu estava em paz, eu estava ... feliz. Na medida que os Johnson se afastava e se aproximava da porta, ficava cada vez mais difícil esconder meu sorriso, cada vez mais dificil de esconder minha ansiedade.
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contos de um fracassado
RomanceTayler Hawkins é um recém formado do ensino médio, que tenta conviver em um mundo completamente hostil e cruel. Sempre ficando com migalhas seja no amor ou na vida profissional, ele acaba amadurecendo da pior maneira possível.