Meu Não Clichê

Capítulo 5

Acordar e se sentir em um sonho, será que esse é o ápice da felicidade? Ainda conseguia sentir os dedos compridos na minha nuca, o calor da mão dele na minha pele, isso era o suficiente para fazer minha pele se arrepiar por completo.

Rolo pela cama, já havia acordado há alguns minutos mais meus pensamentos ainda me prendiam na cama, afundo o rosto no travesseiro algumas muitas vezes, respiro fundo e me sento de joelhos fazendo gestos com as mãos.

— Calma emocionado, vai cair no golpe. Você é o golpe, mentaliza o golpe.

Em algum momento tive que me levantar daquela cama ou no caso fui puxado para fora para fazer o café pelo dono da casa, um anão velho e zangado com tudo. Pensei que o frio ia melhorar o humor em geral, mas o inverno realmente veio com certa força esse ano, não importa quantos casacos eu coloquei ainda passava frio.

Me sento perto da janela olhando o clima lá fora enquanto segurava a caneca em mãos.

— Se colocar você e uma criança, uma do lado da outra a criança vai dar mais medo que seu gorro amarelo. — Falo brincando com ele e acabo por receber uma tentativa frustrada de chute na canela.

— Consigo nem te dar um chute com essas roupas, só quero chegar logo no estúdio. — Disse ele me abraçando por trás e deixo um beijo na testa dele.

—Meus neurônios tão mais congelados que minhas bolas quando fui ao banheiro.

—Ah não vey, ridículo você.

Rio baixinho desviando dos tapas e aceno pro garoto quando ele ia embora pela porta.

O tempo passou tão rápido que só me dei conta quando Park chegou em casa, dias vazios costumam passar devagar mas dessa vez meu dia foi resumido em passar um máscara na cara e ficar o dia inteiro relendo os trechos favoritos de um livro que eu já tinha lido umas três vezes.

Aconselho seriamente a nunca mais tirar um cochilo com uma máscara de na cara, você vai acordar com ele todo duro e vai possivelmente grudar na sua sobrancelha.

Uma passada rápida na cozinha para enfrentar a dura batalha de enfiar as mãos debaixo da água gelada, dou os créditos ao jimin por ter queimado a resistência da pia.

Termino de lavar o último talher e seco as mãos no próprio moletom da calça, uma pequena mania minha de secar as mãos batendo na bunda. Olho de relance pro celular com a tela clara e o desbloqueio ele para ver as notificações. Encaro o número desconhecido com o cu na mão com um certo receio de ser cobrador.

»Então é o seu dono da casa que tu trabalha

»chefe

»amigo

» Jungkook eu

»Então os primeiros convidados começaram a chegar

»Você tá vindo?

Merda

Eu esqueci da festa

Largo o celular em cima da bancada correndo até as gavetas onde eu achava que poderia estar minhas roupas, jogo metade da gaveta no chão antes de correr até o armário. Tiro minha calça junto das outras roupas e jogo elas no Jimin enquanto tentava passar pelas minhas coxas tecido sintético apertado.

—Anda Jimin, porra eu esqueci a festa bora.

—Namoral tu quer que eu fique igual um mendigo no meio daquele povo.