Oi queridão como vai dai de cima?
Essa semana faz dois anos que você se foi, eu ainda espero que você volte sabe?
A nossa casa anda tão silenciosa dês da sua ida, você sabe que eu odeio ficar sozinha.
As vezes de noite o piso faz barulho e eu acordo pensando que é você voltando de alguma missão ou coisa do tipo mas no fim não é.
Dês daquele dia eu mal ando conseguindo vestir roupa porque tenho medo de ver seu guarda-roupa vazio, infelizmente tudo aqui me lembra você, e tudo que envolve você me deixa mal.
Eu só espero ansiosamente para o dia que vou poder encontrar meu corpo no seu novamente, quero te abraçar tanto meu querido...
Sinto muitas saudades das nossas conversinhas bobas sobre o Joui ser nosso filho adotivo.
Em falar nele, nosso bebê anda tão lindo ele cresceu muito e amadureceu também!
Nesses dois anos quem anda cuidando de mim é ele, Joui realmente puxou o pai.
Thiagão eu juro que vou enterrar todos esses meus/nossos problemas logo, eu juro!
Eu não sei se oque estou para fazer é certo ou errado só não me ache egoísta ok?
Eu ando cansada mas tudo que eu faço é na esperança de te abraçar e beijar meu querido mesmo que custe levar meu corpo cansado e velho para fora da terra.
Sabe até agora eu não acredito que você desapareceu.
Eu te vi desaparecer e oque ficou comigo seu foram roupas velhas, fotos e essas malditas memórias.
Você tem ideia de quão despedaçada eu fiquei? quebrada e danificada por sua causa.
Eu tomei minha decisão já.
Logo logo voltaremos a nos encontrar então espera por mim só mais uns minutos e fica por perto quando eu chegar não quero que você suma novamente.
Liz fecha a carta chorando ainda, ela dobra o papel com delicadeza e guarda no pequeno bolso da sua velha calça jeans surrada. Ao abrir a janela do seu apartamento se depara com uma queda de mais ou menos 13 metros; o coração acelera, a boca fica seca e a garganta fecha. Aos poucos a mulher vai subindo na pequena janela ficando na ponta, Liz respira mais alguns segundos como se estivesse se despedindo de tudo que já criou durante esses anos
Ela puxa o celular desbloqueia vai nas mensagens e começa a gravar um áudio.
—Oi Joui—Começa a ventar atrapalhando um pouco para falar—Eu vou fazer uma viagem agora então você pode cuidar das coisas por mim? Lembra de comer todas as refeições e—Lágrimas intrusas começam a escapar dos olhos de Liz—Se cuida ok? Mamãe te ama muito. Fala pro César e pro Arthur que eu amo eles também.
Após mandar a mensagem ela espera uns segundos e quando vê o visto da mensagem ficar azul desliga o celular o coloca encima da mesa mais próxima.
E finalmente ela pula, pula para a liberdade, a liberdade que deixou de ter a dois anos atrás quando a fatídica morte de Thiago chegou.
Os cabelos curtos de Elizabeth agora batiam contra o vento gélido e a medida de ela caia via o tempo ficar mais lento e memórias passarem por sua cabeça, dias que jamais serão esquecidos.
O prédio vai ficando casa vez mais alto e ela percebe que já não tinha escapatória Liz sorri e sussurra.
—Estou bem perto agora.
Após isso ela só tente o baque de suas costas quebrando e tudo se apaga.