Decisões e responsabilidades

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Kakuzu tentou fingir que aquilo não o abalou, passou pelas mulheres e o pequeno ser, que muito possivelmente era filho de Hidan, sem comprimentar e foi em direção a uma mesa que tinha alguns pães, bolos, frutas e sucos feito pela velha senhora. Colocou um pouco de cada em uma bandeja e tentou ao máximo afastar o barulho da risada da bebê de sua mente.

Ao sair da cozinha com a bandeja em mãos escutou a voz da mulher mal encarada.

—Assim que seu amigo acordar, avise que tenho assuntos sérios a tratar com ele. —Sua voz transmitia desdém.

Só de saber ao que ela se referia, ele sentiu náusea. Mas apenas continuou seu caminho até o quarto onde havia dormido com Hidan que já estava acordado.

—Bom dia, velhote! Vejo que trouxe café da manhã pra mim. —Sua animação de certa forma contagiou Kakuzu, que acabou sorrindo e colocando a bandeja em cima da cama.

—Bom dia, vejo que já está melhor... Isso me deixa feliz... —Ah, confessar aquilo em voz alta já era um grande avanço para Kakuzu, por mais que ele queira dizer ainda mais, ele não está pronto. —Você me deu um baita susto, caralho! Pensei que tivesse te perdido!

—Então quer dizer que você se preocupou comigo? Que fofo! —Sua voz um tanto doce e sarcástica demais não causou raiva no Nukenin, apenas alívio por poder ouvi-lá novamente. —Mas estou melhor sim, obrigada, velhote... Por tudo. —Baixou seu olhar com as bochechas um tanto coradas.

Ainda era complicado para ambos lidarem com aquele sentimento que crescia cada vez mais intenso, o amor. Não conseguiam colocar tudo exatamente em palavras, mas eles sabiam que estavam amando.
Amando em um mundo onde tudo era imprevisível, onde o amar alguém, principalmente um nukenin, era suicídio.

—Agora coma, você precisa ficar cem por cento logo! —Levou a bandeja até perto de Hidan que logo começou a comer.

Após terminar, Kakuzu disse que precisava falar algo sério com ele. Sentiu seus corações doerem só de lembrar da cena que havia presenciado mais cedo.

—Vou direto. Tu é pai e tua filha tá lá na cozinha no colo daquela mulherzinha que você costumava foder quando paravámos aqui entre uma missão e outra. —Sua fala foi rápida e direta, fazendo uma expressão de incredulidade surgir na face de seu companheiro.

—Como assim?! Isso não é possível! Só por ser brincadeira, ha ha ha!! —Hidan estava gargalhando alto agora diante de tal informação absurda.

—Acredite se quiser, só estou adiantando o que aquela mulher irá te falar. Aliás, a criança tem a tua cara e deve ter menos de um ano. —Falar de tal fato ainda doía no peito de Kakuzu, mas ele se negava a aceitar tal dor.

—Isso não pode ser possível... Não tem como... Jashin do céu! —O platinado agora estava a ponto de ter uma crise de nervos. Afinal, ele possivelmente tinha uma filha.

Não deu tempo de Kakuzu tentar acalmar seu companheiro, logo a tal mulher bateu na porta falando que precisava conversar com Hidan. Ele prontamente saiu do quarto deixando o espaço livre para que ambos se entendessem. O que lhe surpreendeu foi ver que a mesma estava com a bebê em seu colo, ela estava bem agitada mais assim que viu Hidan, seu bem provável pai, se acalmou. Seus olhinhos o fitavam com curiosidade enquanto ele sustentava uma expressão indecifrável ao constatar a semelhança da criança com ele.

Realmente não há mais dúvidas sobre a paternidade em relação a bebê, ou melhor, sua filha.

Kakuzu desceu as escadas rapidamente e logo estava saindo da pousada em direção a um lago. Em sua mente vagavam mil e uma possibilidades para o fim daquela tal conversa, e em nenhuma delas ele estava incluso. E nunca um pensamento o afetou tanto do que ver a pessoa que ele nutria sentimentos longe dele.

Kakuzu e Hidan - DesejoOnde histórias criam vida. Descubra agora