CAP 04 - AS COISAS SE COMPLICAM

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CAP 04 – AS COISAS SE COMPLICAM

O Kim juntou, separou, arrumou limpou e organizou toda a mercearia, durante o processo ele foi separando as frutas, legumes, verduras e hortaliças que foram de alguma forma estragadas pelos brutamontes impacientes que remexeram tudo ali e quando notou a quantidade ficou triste em demasia, ele entendia o valor da comida e ficava entristecido cada vez que se deparava com desperdícios e aquilo ali era ainda pior que desperdício era desrespeitoso, tantas pessoas no reino que as vezes não tinham o que comer e aqueles indivíduos que se diziam serem homens de Deus fazendo um ato tão cruel como esse, era uma hipocrisia. Suspirou audível e tratou de pôr os alimentos in natura em duas cestas, as levaria para casa, faria kimchi com as hortaliças e legumes e compotas e geleias com as frutas, as garotinhas do Lar das Orquídeas iriam se deliciar, seria muito difícil carregar as cestas sozinho, mas daria um jeito.

Com tudo pronto deu uma olhada em seu relógio de bolso e se assustou com o horário, haviam passado quase quatro horas e o toque de recolher já estava em vigor, seria perigoso, mas não tinha outra forma levou as cestas uma de cada vez para o lado de fora da mercearia e se pôs a trancar a porta quando de repente sentiu a presença de alguém atrás de si, Pogpo não era um lugar perigoso por isso não se preocupou ou sequer sentiu medo, porém tremeu a virar-se e dar de frente com o General da santa inquisição a sua frente lhe encarando com um semblante nada bom.

— Já passa das oito, o toque de recolher já começou a horas, já devia estar em casa Jovem Kim. – o homem falou firme soando como uma repreensão, mas não tinha muito o que fazer, afinal ele não estava fazendo nada errado, muito pelo contrário ele estava arrumando a bagunça causada pelo general e seus homens.

— Me desculpe general, a bagunça estava pior do que imaginei, só terminei agora. Com licença devo ir o mais rápido possível para minha casa. Boa noite. – e assim o garoto pegou uma das enormes cesta e encaixou no ombro esquerdo para então pegar a outra para encaixar no direito, mas foi surpreendido ao sentir ele ser tirada de si pelo general.

— Mas o que... – foi interrompido novamente.

— Vou levar esta, o acompanharei até em casa, para que não seja capturado por nenhum dos meus homens.

— Obrigado General, mas creio não seja preciso.

— Eu não pedi sua Permissão garoto, agora ande, não sei o caminho. – falou de forma arrogante fazendo o Kim se sentir pequeno com sua atitude.

— É por aqui senhor. – soltou em um fio de voz

Seguiam em um silencio desconfortável que foi cortado pelo general que esboçou curiosidade com a situação.

— Para que está levando tudo isso?

— É que muitas frutas, legumes, verduras e hortaliças foram pisadas e esmagadas hoje senhor, então para não simplesmente jogá-las fora, estou as levando para casa, faremos kimchi, compotas e geleias para o Lar das Orquídeas, não toleramos desperdícios meu senhor, afinal muita gente está a passar fome pelo reino e jogar essa quantidade de comida fora seria um insulto ou até mesmo um pecado ouso dizer. – e com a resposta do Kim o general se sentiu um pouquinho mal pois sabia que aquilo fora culpa dele e de seus homens, foram criados e instruídos dessa forma, então era algo tão natural que nunca sequer haviam parado para pensar em suas atitudes, estava começando a abrir os olhos, sabia que cometera um erro, mas jamais pediria desculpas por ele, ele agia sob alcunha de Deus afinal, seus erros eram toleráveis, este era mais um pensamento que seria desconstruído no futuro. Seguiram em silencio até estarem em frente à casa da família Kim, onde desta vez foi o mais jovem que quebrou o silencio.

— Creio que aqui seja o suficiente senhor, não quero preocupar meus pais ao ser visto em sua presença, visto que a primeira coisa que irão pensar é que aprontei alguma coisa. – o Kim pegou a cesta do general que permaneceu em silencio.

O BRUXO E O CAÇADOR • Taekook •Onde histórias criam vida. Descubra agora