Um Delegado em Minha Vida

Um Delegado em minha Vida Capítulo 5

Autora: Carol Silva

Gregório [Gregue]

Prazer sou o Gregue tenho 28 anos, sou um rapaz de 1,75 de altura, sou negro, cabelos estilo Black Power, olhos escuros como a noite uma leve malícia no olhar, só quem me conhece sabe que não sou de levar desaforo pra porra de lugar nenhum se eu não resolver na conversa minhas balas resolvem por mim.

Morava na Cachoeirinha onde sou dono do morro e tenho meus negócios por lá. Isso mesmo comando a boca de fumo entre outras coisas que se gerencia em uma favela. Só que as coisas estavam ruim por lá, era invasões e os vermes no meu pé.

Não corro de polícia e muito menos tenho medo de ficar em uma troca de tiros, mando mesmo tudo pro inferno que é lá o lugar deles, só que depois da última invasão resolvi dá um tempo até esfriar tudo e comandar meio que de longe, cuido da favela toda e sou eu quem boto ordem naquela porra.

Quando damos toque de recolher é toque de recolher mesmo, nada de ninguém ficar na rua, é para o bem deles mesmo, porque os porcos não querem saber se ali tem pai de família ou não e isso me deixa mais puto ainda da vida.

Tem algum tempo que estou morando em um predinho que fica uns 30 minutos da favela, aqui é super de boa a síndica é tranquila ela não mexe comigo e nem eu com ela, respeito todos a minha volta da mesma forma que eu exijo respeito de todos os que me cercam.

Faz um tempo que se mudou uma moça aqui e pensa em uma baita de uma mulher linda, ela é branquinha os seus cabelos chegam até as costas, ele não é nem loiro demais e nem menos é no ponto certo. Seus olhos são claros uma boca que chama atenção e um perfume que exala quando ela passa.

Por incrível que pareça ela nem se quer me dá bola, enquanto outras minas saem na porrada pra ir pra minha cama, eu não a via como mulher e sim apenas como uma irmã mais nova, o que mudou de umas semanas pra cá, ao ver como ela é guerreira e consegue dar a volta por cima. Porra acho que estou apaixonado por ela.

Perdi minha irmã mais nova a Graziela em uma luta contra uma depressão. Ela tirou sua própria vida, e não tive nem tempo de salva lá ou ao menos pedir socorro, quando eu cheguei no barraco ela já estava morta, com uma faca atravessada do pescoço.

Daquele dia em diante eu me tornei ainda mais cruel com quem tem que ser, e não vem me falar que estou errado que você não sabe nem a metade do que eu passei pra chegar até aqui. Sou filho de pais negros que lutaram para viver nesse mundo cruel, minha mãe foi morta a tiros quando eu tinha 15 anos foi em uma invasão da facção rival e depois disso meu pai caiu no mundo e nunca mais vi ele, e nem quero ver.

Sei que Paola veio de Minas Gerais depois de ter ganhado uma bolsa de estudos, ela é uma psicóloga, muito linda e meiga e fiquei puto da vida quando soube que ela foi assaltada, passei recado pra geral que eu queria o mano que fez isso, ele vai sentir o peso da minha mão.

Em São Paulo o que mais se tem é roubo e quero que todos se danem, mas com ela não, ela é indefesa e vou cuidar dela. Ah minha loirinha.... Penso nela e vou tomar uma ducha pra aliviar meu amigão que insiste em se animar aqui embaixo.

Susana[Susy]

Estou arrumando as minhas malas para poder ir pra São Paulo, Paola está lá já vai fazer dois anos e estou morrendo de saudades da minha amiga, eu tenho 24 anos sou professora e estava dando aulas aqui na escolinha do bairro, quero ir pra lá e tentar uma vida melhor, ganhar um pouco mais e também ajudar meu pai e meu irmão que são sozinhos, depois que minha mãe faleceu eu pai vive sozinho apenas cuidando dos animais e da nossa família.

Sou negra cabelos cacheados, digamos que não sou nem gorda e nem muito magra, apenas cuido do meu corpo, sou perfeita e me amo muito do jeito que eu sou. Comprei minha passagem e embarco amanhã na primeira hora, ainda não tenho onde morar e nem trabalho fixo, mas com o dinheiro que eu guardei consigo me manter em um hotel por uns quatro meses.