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Lua Quarto Minguante 🌗

Libertação

{É um momento para você se desapegar, seja de roupas, hábitos, ou pessoas}

Cada vez mais perto do grande final!

Boa leitura 🍷

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2 de Janeiro.

O natal veio e foi, assim como o ano novo.

Ninguém ali dentro, da casa sofisticada e bonita, se lembrou de comemorar algum deles.

Como comemorariam, não é? Se nem os dias estavam sendo dias, imaginem então, as datas consideradas especiais.

Ninguém mais se importava.

Ali, não havia sobreviventes, até porque, sobreviventes tem esperança, e a esperança entre eles foi embora há dias. Havia resignação, e uma pontada de desespero.

E o desespero, poderia ser facilmente confundido com esperança.

Porque eles poderiam aceitar sua morte, mas não era algo que, claro, queriam que acontecesse. Eles entendiam sim, que a qualquer momento, de um jeito ou de outro, quem quer que esteja fazendo isso, iria vir para os que sobraram. Eles sabiam, aceitavam, porém, não queriam. Quem gostaria de esperar pela própria morte? De estar sentando e acorrentado sabendo que não há nada a se fazer para evitar o inevitável.

O desespero...

A esperança é uma filha da puta, mas o desespero... Aconselho a orar, rezar, queimar incenso, fazer qualquer coisa para seja lá no que ou em quem você acredita, tudo isso, para ter apenas esperança em sua vida, porque quando o desespero vem... Ele te faz fazer coisas. Coisas que a esperança não faria por você.

A esperança te deixa estagnado, às vezes te permite dar passos lentos. O desespero faz você se mover de forma brutal e repentina, te obrigando a correr com todas as suas forças. A esperança, te faz se sentir bem em alguns momentos, com a sensação que o dia bom vai vir, já o desespero, te deixa na certeza que o dia bom nunca virá e é você por você mesmo; você e o sentimento aterrador que toma todo o seu ser. O sentimento de imediatismo e sufoco, porque você sabe que ninguém fará nada por você.

O desespero é a pior forma de lidar com problemas e, às vezes, ele não vem como uma explosão, gritos, choros e gestos excessivos; às vezes, ele vem silencioso e astuto, como uma cobra, te mostrando soluções ali, dando algumas ideias aqui, até se enrolar inteiramente em seu corpo frágil e humano, esmagando seus ossos e te fazendo clamar por ar.

2 de Janeiro.

O natal veio e foi, assim como o ano novo.

A esperança foi como uma vela, soprada em segundos depois de ter sido acesa; o desespero, como o fogo queimando na lareira, a lenha sendo jogada e as cinzas sendo limpas, tudo para manter as chamas altas.

Quando JunHo acordou naquele dia, a primeira coisa que sentiu assim que respirou mais fundo foi o cheiro doce do cabelo loiro de DuRi abaixo de seu nariz. Eles acabaram assim, já que, sorrateiramente, JunHo se aproximou pela noite, não deixando espaço para objeções quando furtivamente, passou um de seus braços em volta do loiro, o puxando para perto, assim como dormiam antes. O Im suspirou mais uma vez, afundando mais seu rosto ali e apertou ainda mais o Kang contra si, que se remexeu um pouco.

— Vai dizer que estava com saudade disso também? — Ele estava acordado, e sua pergunta levou a uma forte palpitação no peito do Im, que acarretou em um breve susto; seu rosto se afastou um pouco e ele afroxou o aperto, pego no flagra.

Can't you see me? [VENCEDOR WATTYS 2022]Onde histórias criam vida. Descubra agora