Capítulo 4 - Depois do reencontro

600 37 8
                                    

 

O cheirinho da comida de Luciene me acordou, olhei para o relógio e fiquei assustada.

- Nossa! Já está na hora do almoço. E eu achando que não conseguiria dormir – disse sozinha, já levantando da cama.

 Luciene me conhecia desde criancinha, trabalhava na minha casa e tomava conta de mim enquanto a minha mãe trabalhava. Acompanhou todos os meus amores, desde os platônicos até os de verdade. Agora, nem ela nem minha mãe sabiam o que tinha acontecido na noite anterior. Nenhuma das duas nem imaginava quem havia encontrado, nem como tinha sido a comemoração. Sabia que esse seria o primeiro assunto do almoço.

           Na noite anterior, ao chegar em casa deitei e apaguei. Não pensei, não sonhei, dormi como uma pedra. Acordei sem vontade de sair da cama. Mas no dia do meu aniversário, não podia e nem queria perder tempo.

          - Nossa... Que cara! Deve ter sido mesmo muito bom na boate, você só chegou de manhã. –  disparou mamãe, assim que passei pela porta da cozinha.

            - Foi ótimo!

           - Acordou com fome, hein?! – Luciene riu e pegou os talheres. – Nem tomou seu café da manhã e já vai almoçar?

            Concordei com a cabeça.      

            - E então?

- E então o quê, mãe?

- Conta tudo! Como foi ontem? Quem estava lá?

Sabia que minha mãe não iria sossegar enquanto não soubesse como havia sido a comemoração.

- Foi ótimo! Todos se divertiram muito comigo. Ah... as meninas da escola apareceram lá. Adorei reencontrar todas elas.

            - Que barato! Esse foi o encontro do ano?

- Claro que não. Nosso encontro anual é sempre para conversarmos, não para dançar, né? E como elas não conheciam muito bem a Raquel e a Pri, não ficamos muito tempo juntas.

-Aquela informação era uma das menos importantes da noite, mas sabia que ocuparia a cabeça da minha mãe por algum tempo e não precisaria ficar pensando em outras histórias para encher linguiça. Afinal, meu único pensamento era no acontecimento maior: o encontro com o Vitor.

- Conta mais de ontem. Dançaram muito?

            - Dançamos, meus pés estão até doendo.

            - Você está bem animada, com cara de feliz.

          Era verdade. Tinha adorado reencontrar o Vitor depois de tanto tempo, estava mesmo feliz. Apesar de confusa, não queria me preocupar. Se as coisas tivessem que acontecer, se algo tivesse que mudar, simplesmente aconteceria. A culpa não seria de ninguém. A palavra destino não saía da minha cabeça.

           Descansei até a hora de encontrar minha família para jantar.

          No restaurante, convidei Juliana, minha prima de 13 anos, para ir ao banheiro. Apesar de ser muito mais nova, ela adorava saber de todas as minhas histórias.

            - Você não imagina quem encontrei na boate ontem – instiguei.

            - Aiiiii... Conta logo! Quem??

            - Vitor!

            - O quê? - gritou. - E Rodrigo? Como foi? Vocês se falaram? Ele ficou lá? – não conseguia parar de perguntar.

Louca Por VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora