Capítulo 1

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Joalin's pov

Estico meu braço, batendo no despertador que tocava loucamente do meu lado. Que inferno. 6:30 da manhã e eu era obrigada a levantar na força do ódio, eu amava meu trabalho, que Deus não me leve a mal, mas hoje é um dos dias que não quero sair de casa por nada. De qualquer maneira, jogo o edredom para o outro lado da cama e coloco os pés no chão, estremecendo com o choque das diferentes temperatura se encontrando.

Cheguei na empresa nem tão tarde, e não tive tempo para tomar café em casa, então acabei pegando algo para tomar quando fui buscar o cappuccino de sempre de Senhor Smith. Era estranho, ele me tratava com uma despreza indescritível, talvez inumana, mas de qualquer maneira não conseguia desistir daquele lugar. O homem sempre foi muito solitário, pelo menos segundo as histórias que me foram contadas, o que me fazia questionar, será que aquela amargura era falta de afeto, carinho, amor, ou... sexo? Sempre disseram que transar melhorava o humor, talvez ele só precisasse sair da seca, mas não seria eu que me importaria com a vida sexual dele.

— Atrasada de novo, senhorita Loukamaa. – Ele disse assim que passei na frente de sua sala, me fazendo revirar os olhos tão forte que pensei que nunca mais voltariam ao normal.

— Perdão, senhor, a fila na cafeteria estava enorme... — Desviei do meu caminho até minha mesa e passei pelas portas de seu escritório, deixando a bebida em cima de sua mesa. — Mas aí está seu café, qualquer coisa sabe onde me encontrar. — O mais velho assentiu com a cabeça, então dei as costas para andar para fora dali.

— Na verdade, Senhorita, preciso que faça um favor para mim.

— Claro, o que seria? — Perguntei, voltando a me posicionar em sua frente.

— Fechamos um contrato com H-corp, a empresa aqui em frente, e preciso que vá levar alguns papéis na recepção.

Fazia tempo que Senhor Smith tentava fechar este maldigo contrato, foram dias suportando a versão mais nervosa dele com toda a frustração, me fazendo jurar que se essa época não acabasse, eu me demitiria antes de que ele me expulsasse. Dessa forma, ficava minimamente feliz por ele, e satisfeita pela companhia, aquilo seria ótimo para dar um "Boost" em nossas matérias. Acordei daquele transe e peguei todos os papéis necessários, pegando as informações que precisaria para não me perder com aquilo tudo.

Não demorou muito para chegar do outro lado da rua, o prédio era extremamente chique, na lateral da estrutura havia escrito o nome do lugar em letras enormes e chamativas. Desci o olhar sobre meu corpo, não queria passar vergonha com a minha roupa. Vestia uma calça social e uma camiseta para a mesma ocasião, o clima me fez colocar uma jaqueta leve por cima, ok, dava para o gasto.

Adentrei o prédio e a secretária não demorou muito para notar a minha presença, chamando minha atenção com um bom dia simpático.

— Bom dia! No que posso ajudar? — A mulher de cabelos loiros falou enquanto meu corpo chegava mais perto do balcão.

— Eu vim entregar uns papéis para... — Revirei o bolso da minha calça, não achando a porra do papel com o nome, ótimo momento para perder este maldito pedaço de papel. — Eu perdi o papel, mas deve ser seu chefe.

— Ah sim, você veio da SmithCo, certo? Tem algo anotado aqui — Assenti com a cabeça, e logo em seguida ela começou a anotar algo em seu computador, pegando o interfone para fazer algo. — Sabe chegar até o escritório? É no último andar, não tem erro... — Ela falava com uma convicção de que não me perderia, tentei fazer meu rosto mais bonito, e acho que não funcionou. — Quer saber, eu te levo até lá!

E assim foi, a loira se levantou, nos dirigindo até o elevador. Sentia o olhar dela sobre mim enquanto esperávamos aquela máquina chegar onde deveria, talvez ela estivesse me julgando, ou queria flertar comigo, e até que achei a moça bonita. Seus olhos eram claros, um azul bem profundo, os cabelos pareciam natural, e estava muito bem vestida. Meus olhos em cert momento encontraram o dela, me fazendo dar um sorriso amarelo para disfarçar o pulo que meu coração deu, será que havia percebido que estava a analisando? Que mico.

Nunca fui pegadora, digo, depende. Sempre costumei ir a baladas, pegar vários em uma noite, mas só parava na cama com quem realmente parecia valer a pena, pelo menos na maioria das vezes. Gostava de me divertir, a vida é curta demais para se arrepender ou se privar de tudo, mesmo assim já fazia um bom tempo que não saia para festas mais, ou ficava com alguém.

Finalmente o último andar chegou, parecia que havíamos passado uma eternidade dentro daquele cubículo nem tão minúsculo. Pisei no mármore branco que cobria o chão, tendo minha atenção chamada pelo enorme lustre que estava naquele corredor, os móveis escuros mas chiques, os vasos de porcelana decorando a simplicidade nada simples que existia ali.

— Vou apenas avisar que você chegou. — A mulher disse, se afastando de mim, batendo na enorme porta ao fim do corredor, adentrando a mesma em poucos segundos.

Então fiquei ali, observando o local até ouvir meu nome ser chamado, avisando que estava livre para seguir meu caminho até o escritório, e assim fiz, me assustando quando cruzei a batente da porta.

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Notas da autora: Espero que tenham gostado, e não esqueçam de votar caso apoie a continuação do próximo capítulo! O que acharam até aqui?

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