Capítulo 8

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Melissa já estava próximo a saída de emergência esperando por Fernanda, a menina estava meio escondida em uma parte escura do corredor de forma que somente seria vista se alguém de fato tivesse a intenção de sair.

Melissa estava impaciente, no momento um pouco arrependia de ter deixado o celular em sua mesa, mas sabia que tomou a decisão certa pois seria facilmente localizada se tivesse trazido seu aparelho.

Sua atenção foi desviada para o som de saltos, não muito longe dela. Melissa gelou por um momento, será que já haviam descoberto seu pequeno plano de fuga?

Os sons pararam e a menina reuniu coragem para dar uma olhada na direção em que o som veio. Discretamente para não revelar sua localização, Melissa foi colocando a cabeça lentamente na parte na lateral do corredor para ter visão do corredor que cortava o que ela estava escondida, havia duas mulheres no corredor principal, uma delas Melissa reconheceu na hora, era Isabella e outra também lhe parecia familiar. Melissa foi puxando os arquivos em sua memória para se lembrar de onde conhecia aquela mulher, finalmente se dando conta de que era Emília Nunes, a dona da principal concorrente da Publicações Garcia.

As duas mulheres conversavam bem baixo, e pela distância não dava para Melissa entender o que elas falavam. Em alguns momentos parecia que as duas estavam discutindo sobre algo, após alguns minutos elas despediram e sorriram uma para outra. Isabela saiu primeiro, Emília aguardou um pouco, como se não quisessem serem vistas juntas e logo foi em direção ao evento também.

Melissa nem teve tempo de pensar muito sobre o assunto, logo o corredor voltou a ser tomado por sons de passos, desta vez dos saltos de Fernanda.

Fernanda achou a amiga rapidamente, não era incomum as duas se encontrarem ali no meio do expediente quando queriam fofocar sobre algum assunto ou até mesmo desabafar.

"O que aconteceu?", Fernanda perguntou para amiga.

"Preciso de lugar longe daqui e de preferência que tenha álcool. Conhece algum?"

"É pra já!", Fernanda entendeu na hora as necessidades de Melissa e já tinha em mente um lugar para que ela fossem.

As duas saíram rapidamente do prédio e andaram alguns quarteirões, por direções aleatórias, antes de finalmente pararem para pedir um Uber e irem ao bar que Tomás iria tocar aquela noite.

A viagem até o bar foi silenciosa, Melissa estava absorvendo tudo o que aconteceu a raiva ainda borbulhando em seu sangue.

Assim que chegaram ao bar pediram uma mesa, um pouco afastada da multidão que se acomodava em volta do pequeno palco aguardando pelo show. Estava relativamente cedo, a banda nem havia chegado ainda, o ambiente era preenchido pelo som da música que ecoava das caixas espalhadas pelas paredes e pela conversa das pessoas que já estavam lá.

Fernanda conhecia amiga, sabia que em situações como aquela primeiro ela bebia e se divertia, depois já um pouco alterada ela desabafava, e dependendo do que havia acontecida tinha a fase do choro e arrependimento. Mesmo assim, Fernanda perguntou "e aí? Conversa ou bebida?"

"Bebida", Melissa respondeu já se levantando, "você quer?".

"Água com gás", Fernanda respondeu, uma delas deveria ficar sóbria aquela noite.

"Frouxa" Melissa disse rindo para amiga, que somente deu de ombros e sorriu de volta.

Se virando, Melissa caminhou até o bar, parou no balcão e observou suas opções. Ela era fraca para bebida e geralmente consumia as que tinha baixo teor alcoólico, mas hoje ela não estava muito preocupada com isso, iria beber o que tinha vontade.

Sim, Senhoras!Onde histórias criam vida. Descubra agora